PMEs do segmento da moda têm crédito negado por imprecisão dos dados
Fornecedores do segmento identificam oportunidade
para aumento de suas vendas por meio de oferta de crédito sustentável para seus
clientes PMEs
A indústria da moda é um segmento
tradicional e bastante relevante para a economia mundial. Segundo Retail
Touchpoint, portal internacional que realiza relatórios sobre o segmento de
varejo nacional e internacional, esse segmento cresce, em média, 11,4% por ano,
e é, atualmente, o segmento maior em faturamento global no e-commerce B2C, com
vendas de US$ 525 bilhões anualmente.
Este cenário promissor não é o mesmo que podemos observar para as pequenas e
médias empresas deste segmento. De acordo com uma pesquisa realizada pelo
Sebrae, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, já chegam a
60% (número considerado desde o início da pandemia) o número de PMEs que
tiveram crédito negado. De acordo com dados divulgados pela Fundação Getúlio
Vargas (FGV), só em 2021, a demanda por empréstimos para PMEs chegou a
514 bilhões. Porém, a oferta total de crédito só consegue suprir cerca de dois
terços da necessidade, segundo a FGV.
Para minimizar os danos causados e aumentar o acesso ao crédito de PMEs que
atuam em diversos segmentos, temos percebido o surgimento de soluções voltadas
para o financiamento de compras de estoques e matéria-prima utilizados na produção.
Como é o caso da CashU, plataforma que
empodera a cadeia produtiva (indústria e distribuidores) com inteligência de
fintech para que eles ofereçam soluções que aumentem o poder de compra de seus
clientes PMEs. Por exemplo, as soluções da fintech permitem que uma indústria
têxtil ofereça crédito para varejistas de moda até então não aprovados por uma
análise de crédito tradicional. Para aqueles que já são clientes dessa
indústria, a solução da CashU aumenta tanto limites de crédito, quanto prazos
de pagamento.
A solução da CashU é um ganha-ganha para todos os elementos da cadeia
produtiva. Para os vendedores (indústria e distribuidor), a startup oferece
soluções de crédito que aumentem suas vendas, enquanto os compradores
(varejistas) ganham em poder de compra. Entre os clientes parceiros no segmento
de moda, estão um dos maiores nomes da indústria, marketplaces especializados
que estão surgindo com a proposta de digitalizar o comércio B2B, até os maiores
shoppings de moda. Os resultados obtidos neste segmento também são
surpreendentes, por exemplo, a startup identificou a oportunidade de aumento de
limites de crédito para 43% dos clientes PMEs de um fornecedor deste
setor, e a possibilidade de dobrar os prazos de pagamento para um grupo de
clientes sem aumento na inadimplência.
Diferente das soluções disponíveis no mercado, a startup permite que os
fornecedores de moda ofereçam crédito aos clientes PMEs utilizando o capital
próprio ou de algum parceiro de financiamento da CashU. A flexibilidade desse
acesso ao crédito permite que indústrias e/ou distribuidores tenham uma
gestão do seu capital de giro muito mais eficiente, podendo ter até 100% da sua
negociação de pagamento a prazo assegurada pela startup, como é o caso do
modelo de vendas Buy Now Pay Later, no qual as taxas, geralmente são
bastante atrativas, começando a partir de 1,5%.
Além disso, a CashU desenvolveu uma modelagem matemática de crédito
robusta que, assim como aqueles usados pelas principais fintechs do mundo, é
baseado em machine learning e se conecta com os sistemas de gestão de grandes
empresas B2B para consumir o histórico de transação e pagamento dos seus
clientes PMEs em tempo real. Esses dados são convertidos em algumas centenas de
indicadores que resultam em um score muito mais preciso e, segundo estudos,
três vezes mais assertivo do que qualquer outra solução disponível no mercado
atualmente. A partir do uso do software, os clientes da CashU conseguem não
apenas tomar decisões de grande relevância para o negócio por meio dos
insights, mas também atuar de maneira mais proativa, uma vez que recebem
recomendações como de aumento ou redução de limite de crédito de forma
contínua.
“O COVID-19 fragilizou o poder de compra das PMEs. Os fornecedores dessas
cadeias de fornecimento começam a despertar para a oportunidade de aumento de
vendas por meio da oferta de financiamento sustentável para seus clientes. Os
fornecedores que se moverem mais rápido com ofertas de crédito, conseguirão abocanhar
uma parcela das compras das PMEs com crédito sustentável.” afirma o CEO da
CashU, Thiago Saldanha.
Cenário promissor para o
crédito no Brasil
O presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel),
Paulo Solmucci, informou, após reunião com representantes dos setores de
comércio e serviços e o ministro da Economia, Paulo Guedes, que o governo
lançará um novo programa de crédito voltado a pequenas e médias empresas. A
estimativa é a liberação de R$ 100 bilhões em um plano que pode ser apresentado
nos próximos dias para empresas que vão de MEI (Microempreendedor Individual) a
empresas de médio porte, com faturamento de até R$ 300 milhões por ano.
Para Thiago, com as características apresentadas, esse projeto teria uma
influência positiva sobre todo o mercado, porém, o retorno desses projetos
seriam ainda maiores se tivessem um elemento de sustentabilidade. Não se trata
de oferecer mais crédito indistintamente, mas de utilizar tecnologia para
alocar esse crédito de forma mais eficiente, liberando recursos conforme a
capacidade de pagamento de cada empresa.
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