Projeto sustentável de minério de terras raras coloca Bahia como destaque na economia global
(Foto: Genilson Coutinho)
Um projeto sustentável de
terras raras coloca a Bahia como destaque no cenário da economia global. Esses
metais formam um grupo de 17 elementos químicos encontrados em determinados
minérios. A partir do desenvolvimento de uma tecnologia inédita, a empreitada
pretende explorar minerais que antes eram inviáveis. A Mineradora Tabuleiro, em
parceria com o Senai Cimatec, visa a redução de rejeitos e a exploração de
diferentes teores de terras raras leves, como o neodímio, praseodímio, lantânio
e cério.
“O desenvolvimento do projeto de separação de terras raras feito pela Tabuleiro
contribui com a sustentabilidade ambiental, a partir de um material considerado
comumente como rejeito em garimpos pela Bahia”, afirmou Sandro Santos, diretor
da Mineradora Tabuleiro.
A inauguração da Planta-Piloto de Terras Raras, com estrutura pioneira e 100%
baiana, desenvolvida pela Mineradora Tabuleiro e o Senai Cimatec, com minério
extraído na Bahia, ocorreu neste mês, no Senai Cimatec Park, em Camaçari. O
projeto conta com apoio da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial
(Embrapii). “Os olhos do Brasil, e quem sabe do mundo, estão voltados para a
Bahia, e essa parceria já tem trazido bons frutos para a Mineradora Tabuleiro e
o Senai Cimatec”, destaca Camile de Almeida da Silva, gerente de projetos do
Senai Cimatec.
"Fica evidenciado o compromisso com a sustentabilidade, transformando o
que antes era impacto ambiental em tecnologia limpa", diz Janaína Marques,
diretora da Mineradora Tabuleiro.
O gerente executivo de Negócios do Senai Cimatec, André Oliveira, ressalta a
importância do projeto para a economia do estado. “A Bahia hoje desponta como
um dos principais players nacionais em relação à mineração. E acho que essa
linha pode colocar o estado no cenário global em relação ao minério de
terras-raras”.
A mineradora e o Senai Cimatec prevêem para o estado uma perspectiva de grande
produção desse minério, que representará uma mudança no cenário econômico da
Bahia. “Esse projeto vai se tornar a primeira planta industrial do Brasil e uma
das primeiras da América Latina, em uma parceria muito importante com a
Tabuleiro”, reforça Antônio Rimaci, líder técnico do projeto e do Senai
Cimatec.
Segundo dados de 2015 da USGS (agência científica do governo dos Estados
Unidos), as reservas brasileiras de terras-raras podem chegar a 3,5 bilhões de
toneladas, o que leva o país ao 2º lugar no ranking mundial. “O terras-raras é
o futuro. Não é à toa que diversos países estão investindo na pesquisa,
extração e beneficiamento desses minerais. Por outro lado, o Brasil
possui uma reserva significativa deste mineral que poderá contribuir para o
aumento das exportações e consequentemente para um saldo positivo na balança
comercial brasileira”, completa Carla Ferreira, gerente regional da Bahia da
Agência Nacional de Mineração (ANM).
Sandro Santos, André Oliveira e Janaína Marques (Foto: Genilson Coutinho) |
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