Soft skills e a sua importância para o mundo corporativo
Por Priscila Araújo, Gerente Geral de Recursos
Humanos da NEO
Com o avanço de novos modelos
organizacionais e empresariais, os recrutadores têm requerido e valorizado
habilidades que vão além do conhecimento técnico. O que nós recrutadores
queremos, buscamos e priorizamos são as chamadas soft skills.
Para quem não tem familiaridade com o
tema, soft skills são as características relacionadas ao comportamento e à
forma de trabalho do indivíduo. Em outras palavras, são as chamadas habilidades
não-cognitivas, comportamentais ou emocionais. Isso quer dizer que, além de
verificar se um potencial candidato tem o conhecimento necessário para a
função, também observamos como ele se comporta ou lida com diferentes
situações.
O fato é que as soft skills se tornaram
relevantes no mercado de trabalho nos últimos anos, porque não só geram mais
resultados para um negócio, como também são decisivas na criação e na
manutenção de um ambiente mais saudável e produtivo. Se, antes, o que
percebíamos era uma ênfase na produção, hoje o que queremos é qualidade nas
relações, pois é por meio da colaboração que surgem os melhores
resultados.
Para quem se pergunta como as soft
skills podem influenciar áreas como a tecnologia — que tradicionalmente
valoriza as habilidades técnicas como as mais importantes —, é importante
destacar que elas causam um grande impacto e podem representar um belo
diferencial. Hoje, as empresas entendem que lidam com pessoas, e não com
máquinas programadas para produzir. Com essa mudança na dinâmica do mercado, os
recrutadores da área de tecnologia (eu, inclusive) consideram as habilidades
comportamentais, emocionais e sociais tão importantes quanto dominar a técnica.
Cabe às organizações identificar tais
características nos profissionais, sempre levando em conta o core business e a
cultura. Resolvendo essa equação de forma assertiva, o resultado tende a ser o
melhor possível: times mais comprometidos, produtivos e bem-sucedidos.
Ter compreensão da complexidade humana e
de todo o potencial que cada pessoa pode apresentar é o que faz as empresas
valorizarem tanto as soft skills atualmente. Contudo, é preciso ter em mente
que, por se tratar de um repertório bem vasto, é bem difícil desenvolver ou
mesmo manifestar domínio em todas elas. Por isso, a dica que dou é fazer uma
autoanálise, selecionar as que são mais alinhadas aos seus propósitos e
trabalhar firme em seu desenvolvimento, e autoconhecimento.
No ranking das soft skills mais
valorizadas pelo mercado de trabalho, destaco a comunicação verdadeira e
eficaz; o pensamento criativo para elaborar soluções rápidas e inovadoras; a
resiliência para recuperação após adversidades; a empatia para compreender os
colegas; a liderança para gerir equipes; e a postura ética e responsável com o
trabalho. Como você pode ver, as soft skills estão intimamente ligadas ao
processo de desenvolvimento de carreira, e são úteis desde o momento em que se
está redigindo um currículo, durante uma entrevista e, nas atividades
cotidianas.
Por fim, trago uma boa notícia: é
perfeitamente possível desenvolver suas soft skills! É preciso acreditar e
vivenciar o processo, e aprender a se autorregular (ou seja, entender e
aprender a administrar as próprias emoções, se recuperando mais rápido de
qualquer estresse), a gerenciar o seu tempo (que pode ser essencial quando as
coisas parecem sair do nosso controle) e criar uma cultura de feedback (apontar
a si próprio o que está certo e o que precisa melhorar). Peça a amigos, colegas
e até familiares uma avaliação das suas competências pessoais, e também
sugestões para melhorar (pense que, se essas pessoas conhecerem bem tanto o
lado profissional quanto o lado pessoal, suas respostas podem ser um parâmetro
para o autoconhecimento e futuras melhorias).
Lembre-se que somos seres sapientes, capazes de aprender constantemente. E essa habilidade ninguém nos tira. O importante dentro das relações é o que fazemos com cada situação que nos afeta, como a sentimos e a resposta comportamental que damos a ela.
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