Tecnologia revoluciona a cirurgia plástica de contorno corporal no Brasil
Dr. Juliano Pereira, cirurgião plástico
Divulgação
A lipoaspiração foi aprimorada e
sistematizada para uso na cirurgia plástica estética pelo Dr Yves Gerard Illouz
na década de 1970. Ele estabeleceu os princípios que são utilizados até os dias
atuais. Sendo esta a cirurgia plástica estética mais realizada no Brasil e no
mundo nos dias atuais, a popularmente conhecida “lipo” virou febre entre as
pacientes que procuram tratamento para lipodistrofias, que é o acúmulo
localizado de gordura em lugares específicos.
Por pequenos oríficios na pele, o
cirurgião insere uma cânula para infiltração de solução salina com medicamentos
anestésicos e vasocostrictores, que auxiliam na diminuição de dor e sangramento
nas cirurgias. Após a infiltração, insere-se a cânula de lipoaspiração
conectado ao lipoaspirador, aparelho que promove uma aspiração contínua.
Com movimentos delicados, contínuos e
repetidos desta cânula, promove-se a retirada local da gordura, que segue para
o frasco coletor.
Avanços tecnológicos foram conquistados
com novas tecnologias tais como: aparelhos vibratórios, aparelhos
ultrassônicos, aparelhos de laser. Todos direcionados ao tratamento da gordura
ou a sua retirada de forma mais efetiva.
Entre os maiores avanços tecnológicos
dos últimos anos, a união de energia com o gás hélio promove a formação de
plasma e representa uma evolução para auxiliar no tratamento de flacidez
especificamente da pele. Por isso, a inovação se apresenta promissora. O
popularmente conhecido Renuvion pode ser combinado com a Lipo HD, LipoLAD,
lipoescultura ou mesmo Lipoabdominoplastia entre outros procedimentos
cirúrgicos.
A tecnologia aplicada à cirurgia
plástica tem tornado possível a realização de procedimentos cada vez mais
seguros, com resultados funcionais e estéticos ainda mais satisfatórios. Também
no período pós-operatório, novas técnicas e equipamentos promovem melhorias
notáveis para os pacientes e redução do tempo de recuperação. O que era
impensável em termos tecnológicos há uma ou duas décadas, hoje é aplicável na
rotina clínica e representa grandes benefícios para quem se submete a um
procedimento cirúrgico.
Vale destacar que, entre as novas
tecnologias o uso do Renuvion para auxiliar no tratamento de flacidez.
Utilizado há cerca de dois anos por cirurgiões nos Estados Unidos e na
Colômbia, o equipamento também demonstra resultados promissores no Brasil.
Nos procedimentos já contamos com o
Renuvion e temos uma grande procura de pacientes especificamente por esta
tecnologia. Novidade recentemente aprovada pela Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa), o aparelho associa radiofrequência e gás Hélio para
produzir um jato de plasma, como citado acima. Em uma explicação bastante
simplificada, o jato de plasma, que é o quarto estado da matéria, passa pelo
trato fibroceptal, a camada localizada logo abaixo da pele, promovendo a sua
contração e diminuindo a flacidez deste tecido.
O equipamento se assemelha a uma pistola
equipada com uma cânula de 0,5 a 1cm. Ao final da realização da lipoaspiração,
pelos mesmos orifícios utilizados para a cirurgia, é inserida a cânula do
aparelho, que passa por baixo da derme, liberando o jato de plasma para que
haja uma maior retração da pele. Essa retração já é percebida imediatamente
após a aplicação do aparelho. Vale destacar, como efeito secundário, observado
entre 6 e 9 meses, o estímulo na produção de colágeno nesta região, que também
auxilia na retração da pele e melhora os resultados.
O procedimento é realizado
exclusivamente de forma cirúrgica, ou seja, não é um aparelho que possa ser
administrado em clínicas e sem regime de anestesia. Diferentemente de outros
equipamentos, como radiofrequência e laser de CO2, o Renuvion é aplicado
necessariamente de forma cirúrgica após a lipoaspiração.
O jato de plasma, destaca o cirurgião, é
importante ferramenta para auxiliar no tratamento de flacidez cutânea das
diversas áreas corporais, sendo as de maior queixa braços, especialmente na
região do “tchauzinho”, áreas interna e externa das coxas, no dorso e
principalmente na região abdominal. Cabe ressaltar que, dependendo do grau de
flacidez, não existe milagre e o Renuvion não substitui uma abdominoplastia ou
uma miniabdominoplastia. O aparelho, embora seja eficiente ao que se propõe,
tem as suas limitações.
É preciso ter cuidado principalmente com
pacientes pós-bariátricos em que há grande expectativa no tratamento da
flacidez. O uso do Renuvion, na maior parte dos casos, não isentará o
paciente das cirurgias de retirada de pele, muitas vezes com extensas
cicatrizes em braços, coxas ou abdome.
Por fim, o aparelho requer treinamento
específico para sua utilização e, como em qualquer procedimento de cirurgia
plástica, avaliação rigorosa de cada paciente e indicação individualizada.
Juliano Pereira - CRM 141574
Cirurgião plástico, membro especialista e titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Coordenador do Departamento de Cirurgia Plástica da Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas (2018-2020 / 2021-2023).
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