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Uso de cordoalhas em redes ópticas pode ajudar a reduzir custos aos ISPs

Com deslocamento de CTOs de postes para as cordoalhas, valor pago para a concessionária será apenas o ponto de fixação no poste.

 

O anúncio da Enel Ceará de uma nova regra para cobranças por CTOs fixadas em postes de responsabilidade da companhia de energia do estado cearense, tem colocado em xeque a sobrevivência dos provedores de internet. Ainda que a decisão (cobrança) tenha sido suspensa temporariamente para avaliação, os ISPs ainda continuam em estado de alerta.

 

Para tentar driblar possíveis gastos extras no futuro, assim como estes, o coordenador técnico da Fibracem, Marco Paulo Giannetti, uma das principais companhias especializadas no mercado de comunicação óptica no Brasil, afirma que uma alternativa valiosa tem sido a utilização de cordoalhas dielétricas para a fixação de dispositivos nas redes ópticas.

 

Segundo ele, elas [as cordoalhas] geram economia aos ISPs, graças à redução considerável na quantidade de Caixas Terminais Ópticas instaladas em postes. Giannetti ressalta também, que ao deslocar a CTO do poste para a cordoalha, o único valor a ser pago para a concessionária será o ponto de fixação dos cabos junto ao poste, que já é pago uma vez que o cabo está vinculado ao poste (ancorado ou suspenso), por meio de acessórios específicos.

 

“Tanto as CTOs quanto as cordoalhas são dispositivos que se complementam e podem ser usados em conjunto com demais itens, inclusive de outros fabricantes. No entanto, a cordoalha deve ser fixada ao poste preferencialmente com o uso de um Suporte Universal de Passagem e Ancoragem (SUPA) e uma alça pré-formada”, explica.

 

Uma realidade para as grandes operadoras

 

O especialista lembra que atualmente, o uso de cordoalhas para fixação de CTOs já é uma realidade para as grandes operadoras que muitas vezes aproveitam a cordoalha já existente destinada aos cabos telefônicos metálicos. Mas, no caso dos novos provedores, é fundamental que eles instalem, pelo menos, um vão de cordoalha (entre dois postes) para efetivar esta fixação e deslocar a CTO do poste para a cordoalha.

 

“Como o cabo geralmente é dielétrico, é interessante que a cordoalha também seja, de modo a evitar a necessidade de construção de aterramento da cordoalha. Nela [cordoalha], além da CTO, devem ser espinados os cabos da ocupante (grande operadora ou provedor) de modo a manter apenas um ponto de fixação no poste com o uso de suportes de ancoragem e/ou passagem, indica.

 

Menos poluição visual

 

De acordo com o coordenador técnico da Fibracem, além de gerar economia, inúmeros outros benefícios podem ser visivelmente percebidos, quando há uso de cordoalhas na construção de uma rede óptica. “Existe uma melhor acomodação e organização dos cabos na rede aérea, pois evitam que os cabos de operadoras distintas interfiram uns nos outros e deixem a rede mais organizada e com menos poluição visual”, comenta Giannetti.

 

Previsibilidade da cobrança por CTOs em postes

 

Ainda segundo ele, a chance da cobrança de aluguel por CTOs fixadas em postes entrar em vigor é grande, pois está prevista nas normas internas de cada companhia de energia e que geralmente são baseadas na ABNT_NBR15214. “O que acontece é que até então isso não vinha sendo feito por parte das concessionárias da rede de distribuição de energia. Geralmente só cobram o ponto de fixação no poste das ocupantes, e isto só ocorre quando o provedor tem a sua rede regularizada / legalizada. E em paralelo, com a fiscalização atual, muitas redes não legalizadas estão sendo retiradas”, finaliza.

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