Vale-transporte social e redução de ICMS são soluções contra aumento dos combustíveis
Propostas estão sendo apresentadas pelos
Estados, Distrito Federal e pelas centrais sindicais. Medidas são para diminuir
impactos no bolso do trabalhador que usa transporte público
Com o anúncio do aumento do valor do
combustível em todo o País, na semana passada, os Estados, Distrito Federal e
Centrais Sindicais começaram a criar propostas paralelas para que esse repasse
não pese ainda mais no bolso do consumidor final. Isso porque com o novo
projeto sancionado pelo governo federal (Lei Complementar 192/2022, que altera
a regra de incidência do ICMS sobre os combustíveis ) poderá elevar o preço do
combustível em 9 estados e no Distrito Federal. Para isso, a saída é aguardar a
próxima reunião do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) para
decidir o que fazer. Uma das saídas a ser apresentada pelos governadores é
contestar a lei no Supremo Tribunal Federal (STF).
Enquanto isso, alguns governos começaram
a criar políticas próprias como o Distrito Federal , por exemplo,que
decidiu reduzir em 80% o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
(ICMS) sobre diesel e biodiesel para empresas concessionárias ou
permissionárias de transporte coletivo.
Na linha da defesa do trabalhador, quatro
principais centrais sindicais (CTB, CUT, Força e UGT) e Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) lançaram a proposta de um “vale-transporte
social” para desempregados e definiram um calendário de atividades neste
primeiro semestre, para garantir o direito do trabalhador desempregado à
mobilidade urbana. Segundo dados do IBGE, os gastos com transporte superaram o
gasto com a alimentação no orçamento das famílias brasileiras. O IPEA aponta
que, desde 2016, 46% da força de trabalho sem ocupação se locomove de forma
ativa (a pé), o que impede a busca por trabalho. A partir da pandemia, o setor
tem operado com 30% a menos de passageiros. Entre os que utilizam o serviço,
20% são beneficiários de gratuidades. Atualmente o custo familiar com transporte
supera o de gastos com alimentação
Encontros do comitê
Os primeiros encontros do Comitê do
Trabalhador já tem data marcada: dias 1º e 15 de abril vão se reunir para
discutir as questões de mobilidade urbana e combate à fome, respectivamente.
Esses eventos acontecerão em várias cidades ao mesmo tempo, “para juntos
chegarmos a uma solução que garanta uma melhor qualidade de vida a todo o povo
brasileiro”, afirma Sérgio Nobre.
O calendário inclui ainda a Conclat (conferência da classe trabalhadora), marcada para 7 de abril. E prossegue com atividades no dia 13 (contra a fome e a carestia), 1º de Maio (Dia do Trabalhador) e dia 6 (pelo transporte social).
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