Devido à pandemia, a maioria dos brasileiros pagam seu transporte de forma on-line
COMPARADO
AO VOLUME DE VIAGENS ANTES DAS RESTRIÇÕES; OS MAIS RICOS REDUZAM O USO DE
APLICATIVOS ONLINE EM 41% E OS MAIS POBRES AUMENTEM EM 36%
Quando de
mobilidade urbana se fala, muitos problemas vêm à mente: engarrafamentos,
trânsito lento, horas na espera de um ônibus, estresse e outros tantos. Quanto
maior for a cidade, maiores são os inconvenientes que motoristas, passageiros,
ciclistas e pedestres enfrentam diariamente.
Procurando dar
soluções a tantos problemas, nos últimos anos foram criados vários aplicativos
que ajudam a poupar tempo, a reduzir o estresse e a ter deslocamentos mais
seguros para todos.
Com a pandemia,
muitos dos aplicativos que oferecem serviço de transporte expandiram seus
negócios e alcançaram mais clientes, pois foram a alternativa mais procurada
pelos brasileiros para evitar usar transportes coletivos: 8 em cada 10 brasileiros utilizavam serviços de transporte
por aplicativo,
principalmente para evitar o contágio da Covid, entre outubro de 2020 e
outubro de 2021.
Antes da
pandemia cerca de 48% dos brasileiros pagavam seu transporte de forma on-line,
com a pandemia esse percentual subiu para 56%. Assim, a categoria ‘transporte e mobilidade’ ficou em 4°
lugar entre os pagamentos feitos de forma digital.
"Com
a pandemia, 6 em cada 10 brasileiros pagam o transporte de forma on-line"
Com a pandemia
ficou em evidência a praticidade que os serviços por aplicativos trazem ao
nosso dia a dia e o crescimento dos meios de transportes por aplicativos deve
continuar. Pois entre os
entrevistados 91% gostaram da experiência oferecida, atraídos principalmente
pela possibilidade de não precisar andar com dinheiro no bolso. Além
disso, 88,3% dos entrevistados afirmaram que continuam optando por este
tipo de serviço mesmo com o final da pandemia, inclusive 62% deles
afirmaram que preferem usar este tipo de serviço a ter o carro próprio.
Aplicativos de transporte
utilizados hoje em dia no Brasil
No Brasil desde
2014, o Uber é um dos aplicativos de transporte mais utilizados no país.
Há mais de dez anos surgiu como alternativa ao serviço dos táxis, oferecendo
um atendimento diferenciado, mas que na relação custo-benefício são mais
convenientes para os clientes. Na mesma linha, o 99 também conta com muitos
usuários.
Mas, não são os
únicos, outros aplicativos de transporte que estão ganhando mais espaço são:
●
InDrive: como se fosse um delivery, o aplicativo
permite ao usuário escolher qual viagem quer fazer, de acordo com o tempo de
espera, o veículo e o preço que oferece o motorista.
●
Guarupa: serviço especial para transporte de
crianças, animais ou objetos.
●
EasyTaxi: aplicativo que chegou ao país em 2012, e
permite que o usuário peça seu táxi pelo aplicativo de forma rápida e segura.
●
Wappa: funciona como o Uber, o diferencial está
em que o cliente pode viajar com um taxista, pois a frota não está constituída
somente por carros particulares. Porém, o serviço está disponível em apenas
algumas cidades.
Assim como o
aplicativo anterior ainda não está disponível para ser utilizado em todo o
país, existem outros na mesma situação: Urban do Brasil (está disponível em 102
cidades do país), Urbano Norte (está em 55 cidades de 15 estados), YetGO,
Chofer e Zum Driver.
Também estão
ganhando lugar os aplicativos pensados especificamente para um grupo de
usuários, como os aplicativos de transporte feminino: Lady Driver, Venuxx ou FemiTaxi. Este
último, ativo desde 2016, é o principal aplicativo neste segmento, mas somente
está disponível em grandes cidades (São Paulo, Campinas, Santos, Rio de
Janeiro, Belo Horizonte, Brasília e Goiânia)
Alguns aplicativos
também estão se adaptando às demandas do público, por exemplo o BlablaCar que
funciona assim como o Uber, permite que as passageiras selecionem a opção
"só para elas" e assim possam viajar apenas com outra mulher.
Outros nichos
que contam com aplicativos de transporte específicos são os torcedores de
alguns times de futebol
(CruzeiroGO!, TimãoGO, Mobi Clubes) e os pets (PetDriver). No primeiro
caso os aplicativos foram criados para satisfazer a demanda dos torcedores que
iam especificamente aos jogos.
Assim como há
aplicativos que oferecem serviços de mobilidade para o público em geral e
outros que estão pensados especificamente para um nicho, também tem
aplicativos que oferecem somente carros particulares para realizar o serviço e
outros disponibilizam outro tipo de veículo, como táxis ou os de transporte
coletivo: Moovit, Leve-me, Quicko, Metrô de São Paulo Oficial, CittaMobi, Cadê
o Ônibus? CityBus 2.0 Goiânia.
Apesar de haver
muitos aplicativos no mercado, não estão disponíveis para todo o país, pois
exigem adequação para cada cidade e requerem legislações específicas, que atualmente variam de uma região para
outra. Inclusive, para as seguradoras o surgimento deste tipo de transporte
implica todo um desafio, porque o seguro para táxis não era aplicável e o seguro para carros particulares era insuficiente.
Aplicativos de transportes e a
pandemia
A pandemia
trouxe mudanças de comportamento
em vários setores da sociedade, como o turismo e a mobilidade. Esta situação
provocou que o uso de bicicletas e dos aplicativos de transportes privados
aumentasse consideravelmente.
De acordo com os
dados do Instituto de Políticas de Transporte &
Desenvolvimento (ITDP Brasil)
entre janeiro de 2020 e setembro de 2021 houve uma queda de 6% no uso do
transporte público. Nesse período houve um aumento no uso de carros de 17% nas
grandes cidades.
De acordo com a
informação levantada, em grandes capitais (São Paulo, Rio de Janeiro,
Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador, Manaus e Recife), as pessoas com
mais recursos, reduziram em 41% o uso do aplicativo em relação ao volume de
corridas registradas até fevereiro de 2021, em relação a fevereiro de 2020, antes
das restrições. Ao contrário, os mais pobres, com menos de dois salários
mínimos, e que vivem mais afastados dos centros urbanos, começaram a usar mais
os serviços dos aplicativos, o aumento foi de 36% em todo o país. O
principal motivo desse aumento foi evitar o contágio da Covid no transporte
público, que em horários de pico mostram uma superlotação.
Fontes:
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