Indústrias de biscoitos, massas alimentícias e pães & bolos industrializados totalizam faturamento de R$ 50 bilhões em 2021
Em meio à crise gerada pela pandemia setor
oferecer alimentos acessíveis e versáteis para a rotina das famílias do país
A ABIMAPI (Associação
Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos
Industrializados) divulga as informações do desempenho do setor, referentes ao
ano de 2021. O levantamento realizado pela consultoria Nielsen, apontou que
juntos, os segmentos movimentaram R$ 50,4 bilhões, 13% acima do valor do
faturamento alcançado em 2020 (R$ 44,6 bilhões) e 4,8 milhões de toneladas em
volume de vendas, 1,4% a menos que o ano anterior (4,9 milhões de toneladas).
Neste balanço, a Associação adicionou à suas estatísticas mais uma categoria
auditada: farinha de trigo doméstica.
Em 2020 com a chegada
da pandemia, as parcelas do auxílio emergencial pelo governo federal foram
determinantes para as vendas do setor. Já o ano de 2021 apresentou cenário de
dualidade do avanço da vacinação em conjunto com o encerramento do auxílio
emergencial, impactando renda. “A indústria enfrentou desafios, foi um ano de
constante aumento do dólar, instabilidade política o que resultou em um cenário
de alta na inflação e crise econômica em 2021 fatores que influenciaram
diretamente no consumo dos brasileiros”, contextualiza Claudio Zanão,
presidente-executivo da ABIMAPI.
De acordo com a
Nielsen, alimentos foi a cesta que mais penalizou o orçamento do consumidor,
que presenciou nos últimos anos um aumento de cerca de 30%. A cesta básica foi
a mais impactada com alta nos preços, comprometendo uma parcela maior do
dinheiro gasto no varejo o consequentemente o crescimento em volume para o
mercado. Com os lares mais vulneráveis, houve redução no tamanho da cesta e
ticket médio, com os consumidores recorrendo a canais de proximidade.
Dados da Kantar
WorldPanel apontam que os destaques positivos de 2021 foram os canais atacarejo
e pequeno varejo, que conquistaram maior número de novos lares no ano passado.
O atacarejo atingiu 73% das casas brasileiras, mas os novos compradores (26,6%)
consomem menos nesse ponto de venda.
O pequeno varejo
conquistou 7,6 milhões de novos lares compradores em relação ao ano
pré-pandemia (2019) e hoje representa o maior valor total gasto (23,6%) pelo
brasileiro nos canais de compra de bens de consumo massivo (FMCG).
Claudio Zanão destaca
que 2020 foi um ano atípico em consequência da pandemia. Os produtos da cesta
saltaram em volume de vendas. Entre março e abril os carrinhos ficaram mais
cheios. As pessoas estocaram comida com medo do desabastecimento e passaram a
fazer o maior número de refeições em casa, em virtude das medidas de isolamento
social para controle da covid-19.
Quando comparadas as
estatísticas entre 2019 X 2021, a cesta ABIMAPI apresentou crescimento de 24%
em faturamento e 3,5% de aumento no volume de vendas. “Nós já esperávamos uma
queda em volume em 2021, pelo ano anterior fora da curva que tivemos. Em 2022
começamos com sinais de reaquecimento da economia proporcionado pela vacinação,
porém o brasileiro ainda enfrenta os impactos econômicos trazidos pela
pandemia. Até o final deste ano a expectative é de um crescimento médio de 2% a
3% em volume e de 5% a 6% em faturamento”, pontua Claudio Zanão.
Biscoitos
A indústria de
biscoitos atingiu R$ 22,6 bilhões e 1,51 milhão de toneladas de produtos,
aumento de 12% em faturamento e retração de 1% em volume de vendas na
comparação com 2020 (R$ 20,2 bilhões e 1,53 milhão de toneladas),
respectivamente.
“O movimento de
estocagem de alimentos, compras em maior volume com pacotes ‘tamanho família’
de biscoitos que observamos no início da pandemia em 2020 deu lugar a
embalagens menores em 2021 por conta de preço unitário mais barato”, explica
Zanão.
A busca pelo sabor e
indulgência são os principais responsáveis pela retomada no consumo,
impulsionando o alimento em momentos de socialização.
Massas Alimentícias
O setor de massas
alimentícias registrou aumento de 11,5% em faturamento e retração de 1,7% em
volume de vendas, quando comparados com os valores de 2020 (R$ R$ 11,3 bilhões
e 1,37 milhão de toneladas), atingindo R$ 12,6 bilhões e 1,34 milhão de
toneladas (em 2021), respectivamente.
“O hábito de cozinhar
em casa passou a ser uma atividade mais frequente e as massas seguem
conquistando os lares nas principais refeições pela praticidade e conveniência.
O macarrão vira opção com bom custo-benefício em meio a alta das commodities.
Entre os tipos, com o preço unitário mais baixo, as instantâneas se destacaram com
um aumento de 2,9% em volume frente a 2020 por oferecer ao consumidor uma opção
de refeição mais barata”, diz Zanão.
Pães & Bolos
Industrializados
Em 2021, as indústrias
de pães movimentaram um total de R$ 9,5 bilhões – receita 18,4% a mais que em
2020 (R$ 8,1 bilhões e 612 mil toneladas) – resultante da venda de 648 mil
toneladas de produtos, com crescimento de 5,9%. Já a categoria de Bolos
Industrializados alcançou R$ 1,36 bilhões em faturamento e 45 mil toneladas em
volume de vendas.
“Ganhamos ocasiões de
consumo com os sanduíches fazendo parte do almoço ou jantar do brasileiro. O
café da manhã se consolidou como hábito e impulsionou o crescimento do setor de
pães. Entre os destaques estão as bisnaguinhas impulsionadas pela volta às
aulas. Os bolos industrializados se destacaram pela praticidade e prazo de
validade dos produtos, que acabou se tornando fator determinante”, afirma
Zanão.
Farinha de Trigo
A farinha de trigo
doméstica, registra maior aumento de preço médio entre as cestas, fator que
acarreta a perda de presença nas classes C e DE. A categoria atingiu em 2021,
um total de R$ 4,2 bilhões – receita 9,6% a mais que em 2020 (R$ 3,8 bilhões)
resultante da venda de 1,28 milhão de toneladas de produtos.
Fonte:
Nielsen – Elaboração: ABIMAPI
Sobre a ABIMAPI:
Uma das maiores associações alimentícias do País, a ABIMAPI representa 114 empresas que detêm cerca de 80% do setor e geram mais de 100 mil empregos diretos. Só no Brasil, responde por um terço do consumo nacional de farinha de trigo. Como interlocutora junto ao governo, à mídia, a pesquisadores e às demais entidades, sua missão é fortalecer e consolidar as categorias de biscoito, macarrão, pão e bolo industrializados nos cenários nacional e internacional. www.abimapi.com.br.
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