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Inflação: o pico previsto chegou ou ainda está por vir?

Presidente do Banco Central estima que maio deve ser o ápice

Créditos: iStock

A taxa básica de juros está atualmente em 11,75%. Na primeira semana de maio, o Comitê de Política Monetária (COPOM) se reúne para alterá-la, e, conforme tudo indica, haverá mais um aumento. Antes, o boletim Focus divulgou um relatório apontando que a Selic ainda deve ter uma alta de 1,5%, chegando a 13,75% até o fim deste ano. Essa sequência de elevação é uma das tentativas do Banco Central de controlar a inflação.

Só no último levantamento, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo teve um aumento de 1,62% em março, sendo o maior para o período em 28 anos. O acumulado em 12 meses atingiu 11,30%, bem acima do esperado. Os principais impactos vieram dos transportes e de alimentação e bebidas, que juntos representaram quase metade da inflação no mês.

Também foi identificado que a inflação foi mais disseminada. O índice de difusão passou de 75%, em fevereiro, para 76%, em março. Isso refletiu o espalhamento da alta de preços entre os mais de 350 produtos e serviços pesquisados pelo IBGE. Os especialistas explicam que isso aconteceu devido a várias questões específicas de cada alimento, principalmente envolvendo os fatores climáticos.

O aumento no preço dos combustíveis também interfere diretamente. A gasolina foi um dos componentes que mais elevaram a inflação. A Petrobras subiu 6,95% no mês, o que reflete no custo do frete de diversos produtos. Esse reajuste era previsto até 24,9%, anunciado pela estatal em março. Na época, o preço médio do litro do diesel também aumentou, passando de R$ 3,61 para R$ 4,51.

O que escapou das altas e gerou alívio para o consumidor foi o preço do botijão de gás, que foi reduzido. A Petrobras reduziu o valor em 5,58% para as distribuidoras no início de abril. Essa queda representou no bolso do brasileiro cerca de R$ 3,27 de economia no botijão de 13 kg.

Vale lembrar que o mês de abril, juntamente com o de maio, já foi apontado pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, como possível pico da inflação. Ele reconheceu que a inflação está mais persistente do que muitos analistas esperavam. Campos Neto acabou atribuindo os aumentos aos fatos inesperados, como a quebra de safra e também o aumento no preço do petróleo, gerado durante a guerra na Ucrânia. O presidente do BC reforçou que vai utilizar todas as ferramentas necessárias para controlar e trazer a inflação para a meta prevista.

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