Páscoa com consumo consciente: Como aproveitar a data sem se endividar?
Especialista em bem-estar financeiro traz 5
dicas para não bagunçar ainda mais o orçamento e evitar dívidas
Agência Brasil - Marcelo Camargo
Com a Páscoa se aproximando, os
consumidores já estão indo em busca dos tradicionais ovos de chocolate e outros
presentes, mas precisam estar atentos à variação dos preços. A Páscoa de 2022
será um pouco mais ‘salgada’ e ainda tem o agravante do poder de compra da
população que vem diminuindo e a inadimplência e o endividamento só aumentando.
Para alertar os consumidores, Rebeca
Toyama, especialista em bem-estar financeiro, comenta sobre o
consumismo nesta época do ano e traz dicas para afastar a população do
endividamento.
Segundo um levantamento da Confederação
Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a quantidade de
endividados bateu recorde no mês de março, onde 77,5% das famílias fecharam o
mês com alguma dívida. Esse é o maior percentual registrado dos últimos 12
anos.
A pesquisa também indicou outra máxima
histórica; a proporção de famílias com dívidas ou contas em atraso foi de 27,8%
e 3,7 pontos percentuais acima do que foi registrado antes da pandemia.
O cartão de crédito foi responsável por
87% do endividamento no período e pressionou principalmente as famílias de
maior renda. Já as famílias de renda baixa, o aperto se dá nas modalidades do
crédito pessoal e cheque especial.
De acordo com uma pesquisa realizada
pela Apas (Associação Paulista de Supermercados), os ovos estão até 40% mais
caros do que em 2021 e, por isso, os supermercados estão apostando em versões
menores de ovos e bombons. Para a especialista em bem-estar financeiro, neste
período em que estamos diante de tanta ‘tentação’, é preciso se atentar e ter
consciência sobre o padrão de consumo, pois a economia está bastante instável.
“É assustador ver os números de
inadimplentes e de famílias endividadas. E o que merece uma boa reflexão são os
motivadores desse comportamento: como o estresse pós-pandêmico, a culpa pela
falta de presença junto a pessoas queridas ou ainda compensação pela falta de
qualidade de vida, porém, gastar sem planejamento, além de não resolver os
incômodos, vai gerar mais ausência de bem-estar financeiro e isso vira um ciclo
sem fim”, comenta, Rebeca Toyama, especialista em bem-estar financeiro.
Compras por impulso
Um passo importante para saber se há uma
compra por impulso é observar os motivos que resultam na ida às compras:
frustração, busca por felicidade, estresse ou até ansiedade. E na retomada da
vida normal estes elementos estão presentes de forma ainda mais intensa. Os
distúrbios financeiros são padrões persistentes e previsíveis, e para o
compulsivo não há limite e a compra nunca é suficiente.
As compras por impulso também podem ser
ativadas pela facilidade. Com um simples clique em um site com cadastro prévio
o consumidor entra no consumismo facilmente. E pode não ser à toa, mas o
e-commerce vem se destacando desde o começo da pandemia por seu crescimento
expressivo. E segundo dados da Neotrust, empresa que faz o monitoramento de
mais de 85% do e-commerce brasileiro, mostra que em 2021 o faturamento cresceu
cerca de 15 vezes em comparação a 2019 e o número de pedidos cresceu quase 20
vezes.
“Em compras por impulso, ainda temos o
agravante da frustração que gera também a substituição de afeto por chocolate,
neste caso da Páscoa. Portanto, precisamos entender que resolver questões
emocionais com presente não é saudável. Essa estratégia pode inclusive gerar um
comportamento compulsivo no futuro, além de poder transformar a forma como
estas crianças irão enxergar o mundo e as pessoas ao seu redor”, revela.
Para a especialista em bem-estar
financeiro, praticar o autocontrole em momentos de compras, é algo primordial
para não cair em armadilhas e não comprar compulsivamente motivado por uma boa
decoração de loja, apelos falsos de descontos e contadores de tempo das
promoções em sites e aplicativos de compra.
“Estamos em um momento que ainda
precisamos ter muito controle sobre o que gastamos para não cair nas armadilhas
e não se endividar, pois muitos brasileiros compram sem analisar o quando vai
comprometer o orçamento doméstico, e isso traz sérias consequências no presente
e para o futuro”, finaliza, Toyama.
A especialista em bem-estar financeiro,
Rebeca Toyama, preparou as 5 principais dicas para manter o controle e o
orçamento em dia e assim evitar futuras dívidas com a Páscoa de 2022.
- Use sua criatividade para
promover uma experiência única para quem você quer presentear, lembre-se
que ovo de Páscoa é apenas uma das inúmeras possibilidades;
- Aproveite a data para resgatar
a essência da Páscoa, independentemente da religião, podemos promover um
diálogo construtivo sobre o que é realmente importante para família;
- Use a data como um gancho para
abordar educação financeira com as crianças em casa e na escola;
- Reserve um tempo para uma
reflexão interna de como você tem se relacionado emocionalmente com o
dinheiro;
- Sozinho ou acompanhado analise
se seu estilo de vida está alinhado com seus objetivos financeiro e com o
legado que você quer deixar para o mundo
Sobre Rebeca Toyama
Rebeca Toyama é fundadora da ACI que tem como missão desenvolver competências dentro e fora das organizações para um futuro sustentável. Especialista em educação corporativa, carreira e bem-estar financeiro. Possui formações em administração, marketing e tecnologia. Especialista e mestranda em psicologia. Atua há 20 anos como coach, mentora, palestrante, empreendedora e professora. Colaboradora do livro Tratado de psicologia transpessoal: perspectivas atuais em psicologia: Volume 2; Coaching Aceleração de Resultados e Coaching para Executivos. Integra o corpo docente da pós-graduação da ALUBRAT (Associação Luso-Brasileira de Transpessoal), da Universidade Fenabrave e do Instituto Filantropia.
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