Por que os líderes empresariais precisam de bom humor no ambiente corporativo?
A leveza não tira a seriedade de nenhum
profissional, mas mulheres são diariamente julgadas e têm sua competência
questionada, porque ousam sorrir no ambiente corporativo. Essa noção de
seriedade é que precisa ser revista.
Lu Magalhães, presidente da Primavera Editorial
Michele Mifano
Em
uma entrevista para a consultoria McKinsey & Company, Jennifer Aaker e
Naomi Bagdonas – autoras do livro Humor,
Serious: Why Humor is a Secret Weapon in Business and Life (em
livre tradução, Humor, sério:
por que o humor é uma arma secreta nos negócios e na vida) –
compartilharam alguns dos aprendizados de anos de pesquisa e condução de workshops em salas de aula
sobre a teoria do humor e como ele impacta a trajetória de líderes
empresariais. Como professoras da Universidade Stanford, elas conduziram um
mapeamento sólido e árduo, cuja uma das conclusões é sobre a força do humor na
criação de laços, para acalmar a tensão, aumentar o potencial de inovação nas equipes
e reforçar a resiliência em tempos difíceis como o que estamos vivendo
atualmente.
Segundo as especialistas, após ouvirem
1,4 milhão de pessoas em 166 países, uma das principais conclusões que nosso
humor cai de um penhasco quanto chegamos ao trabalho. Ou seja, a maioria de
nós, no ambiente corporativo, para de sorrir. É como se fosse proibido ter
alegria no ambiente corporativo; como se o sorriso fosse sinônimo de que não
estamos levando o trabalho suficientemente a sério. À medida que se sobe na hierarquia,
o problema aumenta. E, se a profissional for uma mulher... nem preciso terminar
a frase, correto?
Como executiva sorridente, inúmeras
vezes tive que responder à pergunta: como você consegue ser tão leve e
bem-humorada. Uma das vezes, inclusive, o questionamento veio de uma colega
norte-americana que, veladamente, trazia a crítica de que o meu comportamento
poderia passar a imagem de que eu poderia não ser tão competente. Ou que, como
consultora, eu não estaria apta a auxiliar os meus clientes nas dores/problemas
que enfrentavam. A “lógica” era que o meu bom humor prejudicava a imagem a ser
construída de uma profissional altamente eficiente!
Voltando às professoras, elas salientam
que o humor no trabalho não é sobre ser engraçado – mas, sobre ser humano e
conectado aos colegas. Cada um de nós tem um estilo de humor que pode ser
flexibilizado para caber em cada uma das situações, inclusive, no ambiente
corporativo. E o bom humor pode ser produtivo. Segundo Jennifer Aaker, os
líderes com senso de humor são 27% mais motivadores e inspiradores; os
funcionários deles são 15% mais engajados; as equipes, duas vezes mais
criativas.
Em suma, muitas das “certezas” do
ambiente corporativo devem ser revistas à luz do ceticismo e da falta de
preconceito. E, pesquisas como essas comprovam que é possível transformar o bom
humor em um instrumento de leveza e de competência.
| Lu Magalhães é presidente da Primavera Editorial,
sócia do PublishNews e do #coisadelivreiro. Graduada em Matemática pela
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), possui mestrado em
Administração (MBA) pela Universidade de São Paulo (USP) e especialização em
Desenvolvimento Organizacional pela Wharton School (Universidade da
Pennsylvania, Estados Unidos). A executiva atua no mercado editorial nacional e
internacional há mais de 20 anos.
SOBRE A EDITORA | A Primavera Editorial é uma editora que busca apresentar obras inteligentes, instigantes e acalentadoras para a mulher que busca emancipação social e poder sobre suas escolhas. www.primaveraeditorial.com
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