Será que a fisioterapia pode potencializar sua performance no trabalho?
“Ergonomia” e “ginástica laboral” eram termos comuns quando se pensava em fisioterapia dentro das empresas, assim como ““Choquinho” para dor, protocolos repetitivos de exercícios direcionados para grupos de pessoas com diagnósticos parecidos nas clínicas e tratamentos nada personalizados, este pode ter sido o cenário da fisioterapia que você conheceu por alguns anos, mas é um cenário que para muitos já faz parte do passado.
A abordagem
biopsicossocial extrapolou todas as áreas de conhecimento e não poderia ser
diferente com a fisioterapia! Embasado em conhecimento de diversas áreas, como
a antropologia, neurociência e epigenética, hoje tratamos de questões
profundas, que envolvem mudança de padrões de comportamento para curar dores
crônicas, que acompanham as pessoas por longos anos.
É importante salientar,
que apesar de muitas pessoas acharem que conviver com dores seja um aspecto
natural da vida, na verdade não é! Dores crônicas, são registros que ficam no
nosso corpo em forma de memória, muitas vezes já não existe lesão tecidual e as
dores permanecem por anos, pelo simples fato de ter sido gerada por um trauma
físico ou psíquico muito intenso ou por repetição de maus hábitos, que podem
ser desde hábitos alimentares até de postura ou movimentação, passando ainda
por padrões de comportamento ligados à personalidade, que podem ser trabalhados
a partir de processos de conscientização e hábitos angulares.
Mas o que isso tem a
ver com sua performance no trabalho?
Tudo!! Os hábitos
angulares, são pequenos hábitos positivos, que podemos cultivar durante o dia,
os quais organizam o ambiente e por consequência influenciam todas as nossas
ações sem necessariamente estejamos conscientes disso. Diversos estudos mostram
que crianças que arrumam suas camas tendem a tirar melhores notas na escola,
assim como é fácil perceber que pessoas que organizam melhor suas agendas são
mais produtivas, tanto na vida pessoal, como no trabalho. Além disso, em
ambientes de trabalho mais organizados os funcionários de empresas tendem a
serem mais produtivos.
Tomar consciência
destes padrões de comportamento já é um começo, diversos estudos mostram que
apenas por entrar em contato com a informação e perceber que determinado hábito
gera uma doença já é suficiente para que muitas pessoas mudem de comportamento.
Esta é a base de programas, como o Vigilantes do peso, que perceberam que ao
anotar tudo que comem as pessoas normalmente começam a emagrecer por perceber
que realmente estão comendo em excesso.
São inúmeros os casos
de pacientes que se apresentam nas clínicas com queixas de dores crônicas, as
quais os impedem de produzir tudo o que poderiam no trabalho, muitas vezes
levando a decisões até mesmo de mudança de trabalho com menor remuneração, pois
não possuíam condições físicas de lidar com tanto estresse no ambiente de
trabalho anterior.
A fisioterapia hoje
funciona como um potencializador do seu corpo para lidar melhor com o estresse
do mundo corporativo. Pensando no físico, alguns hábitos simples como girar a
coluna quando muito tempo na frente do computador ou mudar de postura
trabalhando no computador parte do dia em pé em uma bancada mais alta, podem
ser os fatores primordiais para chegar na terceira idade com uma coluna
saudável. Compensar as horas sentado com movimentos de qualidade, atividades
voltadas não só a condicionar o corpo, mas também a diversificar movimentos,
pode ser o grande segredo para aumentar a adaptabilidade do seu corpo para
aguentar rotinas de estresse no trabalho. Claro que isto tudo não elimina a
necessidade de, em certos casos, tratamentos psicológicos, mas um corpo
resiliente é capaz de aumentar a autoconfiança e mudar o comportamento de uma
pessoa, de uma empresa e até mesmo de um país.
*Claudio Cotter é fisioterapeuta com formação no Método Busquet e pós graduado em Medicina Psicossomática
Nenhum comentário