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Toxina botulínica é uma das alternativas para tratar enxaqueca

Aplicação bloqueia a comunicação entre nervos e músculos, diminuindo a sensação de dor

São Paulo, abril de 2022 - Com causas desconhecidas, podendo ter como influência a predisposição genética e, às vezes, fatores ambientais e comportamentais, a enxaqueca atinge cerca de 31 milhões de pessoas no Brasil, segundo a OMS, sendo que 67% das pessoas que relatam ter o problema, precisam cancelar compromissos devido a intensidade dos sintomas.

A enxaqueca tem pelo menos duas das quatro características seguintes: dor unilateral, dor tipo pulsátil, intensidade de moderada a grave e piora da dor com atividade física. A duração da dor pode variar de 4 a 72 horas, podendo vir acompanhada de náuseas, vômitos, sensibilidade à luz e aos sons, alterações na visão e na fala.

Além dos tradicionais tratamentos com medicamentos preventivos e analgésicos, atualmente é possível ter uma nova opção de tratamento com o uso da toxina botulínica, produto muito conhecido pelo uso estético.

“Desde quando a Anvisa liberou o uso da toxina botulínica para o tratamento da enxaqueca, tenho percebido uma resposta muito boa dos pacientes. Poucas pessoas se queixam de sensibilidade no local da aplicação, que é feita com o objetivo de bloquear a comunicação entre nervos e músculos, diminuindo a percepção de dor”, explica a Dra. Natália Longo, neurologista pela Santa Casa de São Paulo e neurofisiologista pelo HCFMUSP.

A aplicação da toxina botulínica para cefaleia está associada ao tratamento profilático, para otimização e diminuição do tempo do tratamento medicamentoso, sendo necessário a avaliação do especialista para identificar as pessoas que são candidatas a este tratamento.

“As aplicações da toxina botulínica para tratamento de dor de cabeça são diferentes dos pontos de aplicação para tratamento estético, sendo em comum somente 7 dos 31 pontos utilizados para o tratamento da enxaqueca ou outras dores de cabeça. Estes pontos são aplicados na cabeça, nas áreas anteriores e laterais, nuca e ombros. O histórico clínico de cada paciente é que vai dizer por quanto tempo ele precisará fazer as aplicações, mas no início do tratamento, os três primeiros ciclos de aplicação têm que o correr com um intervalo de três meses. Depois deste período, dependendo da resposta do paciente ao tratamento, é possível espaçar as aplicações ou suspendê-las”, contou a Dra. Natália Longo.

O tratamento com toxina botulínica é contraindicado para quem tem doenças na junção muscular, gestantes e pessoas com infecções.

 

 

Dra. Natália Longo – médica neurologista e neurofisiologista graduada em medicina pela Universidade Federal do Pará. Residência médica de neurologia clínica na Santa Casa de São Paulo. Título de especialista em Neurofisiologia pela Sociedade Brasileira de Neurofisiologia Clínica (SBNC). Fellowship no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) em neurofisiologia com ênfase em epilepsia, eletroencefalograma e videoeletroencefalograma.

 

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