Conheça os quatro distúrbios do sono que podem estar prejudicando sua saúde
Neurologista explica que o sono é um regulador
crucial em todas as idades
São Paulo, maio de 2022 - Acordar já cansado, ter dificuldade
de concentração e se sentir irritado durante o dia são alguns dos sinais que
podem indicar mais do que uma noite de sono mal dormida: e sim um distúrbio do
sono. Ou seja, uma alteração cerebral, respiratória ou de movimento que impede
a capacidade do organismo de dormir como deveria.
Ainda que a parcela das pessoas que
procuram por ajuda médica nestes casos seja mínima, cerca de 7%, o Mapa do Sono
dos Brasileiros de 2021 revelou que 65% da população tem baixa qualidade de
sono. O que indica que distúrbios noturnos são muito comuns no Brasil.
Para a Dra. Natália Longo, neurologista
pela Santa Casa de São Paulo e neurofisiologista pelo HCFMUSP, as pessoas ainda
não tratam o sono como uma questão de saúde e por isso não buscam ajuda médica,
o que é um equívoco.
“O sono tem um papel fundamental nos
processos biológicos do nosso organismo. Mais do que descansar o corpo, ele faz
regulações importantes no organismo. Quando uma pessoa não consegue ter um sono
profundo de qualidade, processos como imunidade, liberação e equilíbrio de
hormônios ficam prejudicados e isso aumenta as chances de ter infarto ou um
AVC. E, por isso, é tão importante conhecer mais sobre os distúrbios do sono”, explicou
a especialista.
Na Síndrome das Pernas Inquietas, por
exemplo, a pessoa sente uma vontade incontrolável de mexer as pernas quando
está prestes a dormir ou está dormindo e após movimentar tem uma melhora do
incomodo. Existem várias teorias quanto as causas da síndrome das pernas
inquietas, porém sabemos que pode estar correlacionado com o estoque de ferro
no corpo.
Outro distúrbio que altera o movimento
do corpo durante o sono é o sonambulismo. Isso acontece porque algumas áreas do
cérebro são ativadas quando não deveriam ser. Então, o sonâmbulo faz atividades
parecendo estar acordado, inclusive com os olhos abertos, mas na verdade está
no sono mais profundo e pela manhã não se lembrará de nada do que fez, seja
conversar, caminhar, mexer em objetos, entre outros.
“Apesar de todo o misticismo em torno
dos sonâmbulos, na maioria dos casos, os sintomas aparecem ainda na infância,
geralmente, a partir dos três anos, e desaparecem naturalmente na
adolescência. É um distúrbio que na maioria das vezes está presente em
outros familiares e requer tratamento para os pacientes que ainda apresentam a
condição quando adultos”, explicou.
O oposto de movimentos involuntários
acontece quando o distúrbio é a paralisia do sono. Nesta condição, a pessoa não
consegue realizar nenhuma mobilidade, nem mesmo falar, alguns momentos após
despertar. Ela permanece consciente até recuperar lentamente o controle, a
força e a sensibilidade dos músculos, voltando a se movimentar. Não chega a ser
considerado um distúrbio grave e o segredo é manter a calma. Mas, caso a
situação seja persistente, o melhor é procurar por ajuda médica.
A Dra. Natália Longo ainda explica, que
diferente de sono de baixa qualidade, o excesso de sonolência durante o dia é
um sinal de que você está apresentando um distúrbio do sono, quando este é de
forma incontrolável, uma das causas conhecida é a narcolepsia.
“Neste caso, o distúrbio é uma doença
neurológica, em que há tratamento para melhorar os sintomas, mas não tem um
tratamento específico para a doença. E como nem toda sonolência é uma doença, o
ideal é que um médico seja consultado assim que o paciente perceber que está
sentindo sono ou até está caindo na soneca quando e onde não deveria”,
finalizou.
Como sintomas ou sinais dos distúrbios
do sono, podemos destacar a dificuldade de pegar no sono à noite, cansaço e
sonolência durante o dia, acordar cansado e sem a sensação de ter dormido o
suficiente, irritação, dor de cabeça constante, ansiedade e depressão. Ao
identificar esses sintomas, opte por procurar um especialista, pois é
importante para a saúde manter a qualidade do sono.
Dra. Natália Longo – médica neurologista e
neurofisiologista graduada em medicina pela Universidade Federal do Pará.
Residência médica de neurologia clínica na Santa Casa de São Paulo. Título de
especialista em Neurofisiologia pela Sociedade Brasileira de Neurofisiologia
Clínica (SBNC). Fellowship no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo (HCFMUSP) em neurofisiologia com ênfase em epilepsia,
eletroencefalograma e videoeletroencefalograma.
Acesse:
https://www.facebook.com/neuronatalialongo
https://www.instagram.com/neuronatalialongo/
Nenhum comentário