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Estudo aponta que casos de demência devem triplicar até 2050

Doença é a sétima causa de morte em todo o mundo

Crédito: Carlos Alkmin

A demência é uma doença carregada de estigmas na sociedade. Ainda é comum ouvir pessoas chamando umas às outras de demente de forma pejorativa sem que haja o entendimento do que significa conviver com a doença.

Um estudo publicado recentemente na revista científica The Lancet Public Health, com dados de 195 países, aponta que até 2050 os casos de demência devem triplicar, chegando a 153 milhões. Em 2019, o número era de 57 milhões. A doença é a sétima causa de morte em todo o mundo.

A psicóloga e neuropsicóloga Dra. Elaine Di Sarno, explica que a demência é causada por danos às células cerebrais, impedindo a comunicação entre elas. “Demência pode ser definida como uma síndrome caracterizada pelo declínio progressivo e global de memória e outras funções cognitivas. Na sua maior parte são patologias de início insidioso”, conta a especialista.

No cinema nacional problemas de saúde mental foram retratados no filme “Nise – O coração da loucura”, baseado em fatos reais, com a atriz Gloria Pires no papel da médica Nise da Silveira, pioneira no tratamento humanizado de doenças mentais no Brasil.

A película mostra a proposta da médica para uma nova forma de tratamento aos pacientes que sofrem da esquizofrenia, eliminando o eletrochoque e lobotomia. Seus colegas de trabalho discordam do seu meio de tratamento e a isolam, restando a ela assumir o abandonado Setor de Terapia Ocupacional, onde dá início a uma nova forma de lidar com os pacientes, por meio do amor e da arte.

Em entrevista ao portal Papo de Cinema, a atriz Gloria Pires falou da importância de trazer à tona temas desconhecidos do público em geral: “Há uma história que merece ser contada. Este também é um estímulo, tornar conhecido algo que as pessoas não sabem, ou conhecem apenas uma parte”, fala a artista.

Os sintomas da demência podem ser confundidos com os de outras doenças, por isso, é importante o diagnóstico clínico e o correto tratamento, como aponta a Dra. Elaine Di Sarno.

“O diagnóstico é realizado por meio de história clínica, exames laboratoriais e de neuroimagem, exame clínico neurológico e exames neuropsicológicos. Ainda não se descobriu a cura da demência. As pesquisas têm progredido na compreensão dos mecanismos que podem causar a doença e no desenvolvimento de novas drogas para o tratamento. Atividades de estimulação cognitiva, social e física ajudam a manter ou postergar as habilidades preservadas e favorecem a funcionalidade”, pondera a profissional.

Quais os sintomas da doença? A Dra. Elaine Di Sarno listou os principais sintomas que podem auxiliar as pessoas a identificarem o início da demência.

O primeiro sinal/sintoma é a perda da memória seguida de declínio cognitivo e funcional. Outros sintomas são: Dificuldade em planejar e executar atividades; problemas em usar a linguagem e a escrita; mudanças na personalidade; desorientação; alteração de humor; dificuldade em processar e entender informações; apatia; comportamento perturbador ou inapropriado.

"Precisamos nos concentrar mais na prevenção e no controle dos fatores de risco antes que eles resultem em demência", disse a autora principal do estudo, Emma Nichols, do Instituto de Métricas e Avaliação de Saúde da Universidade de Washington, nos EUA.

Por que a demência? O atual estilo de vida pode ser considerado um grande fator de risco para o aumento dos casos de demência. É importante considerar também que o aumento da expectativa de vida contribui para a maior incidência de doenças crônicas e incapacitantes, como conclui a psicóloga e neuropsicóloga Dra. Elaine Di Sarno.

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