Estudo aponta que casos de demência devem triplicar até 2050
Doença é a
sétima causa de morte em todo o mundo
A demência é uma
doença carregada de estigmas na sociedade. Ainda é comum ouvir pessoas chamando
umas às outras de demente de forma pejorativa sem que haja o entendimento do
que significa conviver com a doença.
Um estudo publicado
recentemente na revista científica The Lancet Public Health, com dados de 195
países, aponta que até 2050 os casos de demência devem triplicar, chegando a
153 milhões. Em 2019, o número era de 57 milhões. A doença é a sétima causa de
morte em todo o mundo.
A psicóloga e
neuropsicóloga Dra. Elaine Di Sarno, explica que a demência é causada por danos
às células cerebrais, impedindo a comunicação entre elas. “Demência pode ser definida como uma síndrome
caracterizada pelo declínio progressivo e global de memória e outras funções
cognitivas. Na sua maior parte são patologias de início insidioso”,
conta a especialista.
No cinema nacional
problemas de saúde mental foram retratados no filme “Nise – O coração da
loucura”, baseado em fatos reais, com a atriz Gloria Pires no papel da médica
Nise da Silveira, pioneira no tratamento humanizado de doenças mentais no
Brasil.
A película mostra a
proposta da médica para uma nova forma de tratamento aos pacientes que sofrem
da esquizofrenia, eliminando o eletrochoque e lobotomia. Seus colegas de
trabalho discordam do seu meio de tratamento e a isolam, restando a ela assumir
o abandonado Setor de Terapia Ocupacional, onde dá início a uma nova forma de
lidar com os pacientes, por meio do amor e da arte.
Em entrevista ao
portal Papo de Cinema, a atriz Gloria Pires falou da importância de trazer à
tona temas desconhecidos do público em geral: “Há uma história que merece ser contada. Este também é um
estímulo, tornar conhecido algo que as pessoas não sabem, ou conhecem apenas
uma parte”, fala a artista.
Os sintomas da
demência podem ser confundidos com os de outras doenças, por isso, é importante
o diagnóstico clínico e o correto tratamento, como aponta a Dra. Elaine Di
Sarno.
“O diagnóstico
é realizado por meio de história clínica, exames laboratoriais e de
neuroimagem, exame clínico neurológico e exames neuropsicológicos. Ainda não se
descobriu a cura da demência. As pesquisas têm progredido na compreensão dos
mecanismos que podem causar a doença e no desenvolvimento de novas drogas para
o tratamento. Atividades de estimulação cognitiva, social e física ajudam a
manter ou postergar as habilidades preservadas e favorecem a funcionalidade”, pondera a profissional.
Quais os
sintomas da doença? A Dra. Elaine Di Sarno listou os principais sintomas que podem
auxiliar as pessoas a identificarem o início da demência.
O primeiro
sinal/sintoma é a perda da memória seguida de declínio cognitivo e funcional.
Outros sintomas são: Dificuldade em planejar e executar atividades; problemas
em usar a linguagem e a escrita; mudanças na personalidade; desorientação;
alteração de humor; dificuldade em processar e entender informações; apatia; comportamento
perturbador ou inapropriado.
"Precisamos
nos concentrar mais na prevenção e no controle dos fatores de risco antes que
eles resultem em demência", disse a autora principal do estudo, Emma Nichols, do
Instituto de Métricas e Avaliação de Saúde da Universidade de Washington, nos
EUA.
Por que a demência? O atual estilo de vida pode ser considerado um grande fator de risco para o aumento dos casos de demência. É importante considerar também que o aumento da expectativa de vida contribui para a maior incidência de doenças crônicas e incapacitantes, como conclui a psicóloga e neuropsicóloga Dra. Elaine Di Sarno.
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