Insetos sugadores e bicudo são os maiores desafios da produtividade agrícola em 2022
Crédito:
Sindiveg
Os
agricultores brasileiros estão produzindo 272 milhões de toneladas de grãos em
2022, contribuindo mais uma vez para colocar alimentos na mesa de 800 milhões
de pessoas em todo o mundo. Esse trabalho, porém, é complexo e o seu sucesso
depende de alguns fatores incontroláveis. Em 2021 e nos primeiros meses deste
ano, a estiagem na região Sul e parte do Centro-Oeste provocou perdas de cerca
de 15 milhões de toneladas, além disso elevou consideravelmente o desafio dos
insetos – especialmente sugadores – nas lavouras.
Segundo o
Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg), os
insetos sugadores na soja, milho e cana (mosca-branca, cigarrinhas e
percevejos) e o bicudo do algodão são os principais inimigos da produtividade
agrícola na atual safra.
“De um
lado, o clima seco diminuiu o uso de fungicidas, porém foi responsável pelo
aumento considerável do uso de inseticidas nas lavouras. Há relatos da
necessidade de vinte aplicações contra o bicudo do algodão na Bahia”, explica
Julio Borges, presidente do Sindiveg.
De acordo com
o levantamento realizado pela Spark com exclusividade para o Sindiveg, as
pulverizações contra cigarrinhas (milho, cana e pastagens), por exemplo,
tiveram elevação de 98%. Já as aplicações contra mosca-branca e percevejos subiram
29% e 25%, respectivamente.
“Os
agricultores utilizam defensivos agrícolas para proteger a produção. Os insumos
entram na lista de despesas, porém precisam ser usados sob pena de alta
incidência dos problemas fitossanitários e consequente quebra brusca da
produtividade. Não se pode esquecer que insetos, pragas e ervas daninhas têm
potencial para reduzir em até 40% a produção total de grãos, energia e fibras
no país, o que seria um desastre de grandes proporções”, ressalta o presidente
do Sindiveg.
A indústria de
produtos para defesa vegetal cumpre o seu papel e investe em pesquisas e
desenvolve soluções modernas e eficazes para o controle dos mais desafiadores
problemas fitossanitários. Os produtos passam por rigoroso processo de testes e
aprovações por órgãos técnicos e governamentais antes de ser comercializados, o
que garante o controle dos inimigos da produção, bem como a segurança desses
insumos para a saúde humana e para o meio ambiente. “É preciso destacar que a
atenção é constante, como verificamos agora com os insetos sugadores e o
bicudo, que devido a condições climáticas tornaram-se ainda mais resistentes na
atual safra”, destaca Julio Borges.
Principais
inimigos da agricultura, em 2022:
Bicudo do
algodoeiro:
inseto de maior incidência e com maior potencial de dano ao algodão. Se não
controlado corretamente, pode causar perdas de até 70% da produção.
Mosca-branca
da soja:
ataca a soja e diversas outras culturas. Pode levar as plantas à morte ao
reduzir a taxa fotossintética das folhas e provocar a queima da folha pela
radiação solar.
Percevejos
(milho e soja):
geram perdas no início do desenvolvimento, refletindo-se em plantas deformadas,
com perfilhos e/ou folhas manchas.
Cigarrinha
do milho:
se alimenta da seiva da planta e realiza postura na folha. Essa infecção ocorre
em estádios iniciais de desenvolvimento.
Cigarrinha
da cana:
pode provocar redução de até 60% de produtividade na cana soca e de 11% na cana
planta. A praga também provoca redução dos rendimentos industriais e perda na
qualidade do produto final, o açúcar.
Cigarrinhas-das-pastagens: pode diminuir
drasticamente a disponibilidade e a qualidade de gramíneas forrageiras,
reduzindo a capacidade de suporte das pastagens, com consequente perda de valor
nutricional para os bovinos.
Sobre
o Sindiveg
O Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg) representa a indústria de produtos para defesa vegetal no Brasil há mais de 80 anos. Reúne 26 associadas, distribuídas pelos diversos Estados do País, o que representa aproximadamente 40% do setor. Com o objetivo de defender, proteger e fomentar o setor, o Sindiveg atua junto aos órgãos governamentais e entidades de classe da indústria e do agronegócio pelo benefício da cadeia nacional de produção de alimentos e matérias-primas. Entre suas principais atribuições estão as relações institucionais, com foco em um marco regulatório previsível, transparente e baseado em ciência, e a representação legitima do setor com base em dados econômicos e informações estatísticas. A entidade também atua fortemente para promover o uso correto e seguro, levando conhecimento e educação aos produtores e respeitando meio ambiente, leis e normas. Para mais informações, acesse www.sindiveg.org.br.
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