Mulheres na tecnologia: diversidade é sinônimo de inovação
Diversidade e equidade de gênero são
fundamentais para as companhias atingirem os objetivos, mas também contribuem
para o processo de transformação dos negócios
*Por Adriana Gutierrez, Diretora de
Canais Latam da Infor
Hoje, a ligação entre a diversidade e o
desempenho financeiro das empresas está mais clara do que nunca. Aquelas
companhias que possuem equipes inclusivas têm demonstrado a possibilidade de
alcançar alto desempenho, muito superior às organizações do mesmo setor que não
possuem uma equipe diversificada. Assim, a diversidade de gênero enriquece as
conversas nas empresas, eleva o propósito de várias maneiras e impacta
diretamente nos resultados não apenas no cumprimento dos objetivos da empresa,
mas também contribui ativamente para o processo de transformação digital e
inovação.
O número de mulheres está aumentando
gradativamente nas empresas. Elas ocupam 38% dos cargos de liderança no Brasil,
de acordo com uma pesquisa realizada pela Grant Thornton e divulgada em março
deste ano. O resultado do levantamento mostra uma pequena queda em relação ao
estudo de 2021, quando 39% das mulheres estavam em cargos de liderança. Embora
ainda haja um longo caminho a percorrer, a presença feminina em postos de
chefias cresceu nos últimos anos, uma vez que em 2019 era de 25%.
Sendo assim, é importante reconhecer que
houve avanços, e ainda que persista uma mentalidade preconceituosa, estamos
vendo muitas melhorias nesse aspecto, com mudanças de comportamentos,
principalmente das novas gerações.
Isso significa que, na prática, ao
incluir mulheres em cargos de liderança e permitir que elas façam parte dos
conselhos administrativos, as empresas poderão se conectar melhor com seus
clientes, permitindo-lhes tomar decisões sólidas que as levarão a entender as
necessidades do mercado sob diferentes perspectivas e assim conseguir melhores
resultados.
Engajamento deve iniciar nos campos de
estudos
De acordo com o relatório mundial da
UNESCO "Decifrar o código: a educação de meninas e mulheres em ciência, tecnologia,
engenharia e matemática”, apenas 35% dos estudantes de STEM (sigla em inglês
para Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática) no ensino superior são
mulheres e apenas 3% delas escolhem estudos de tecnologias da informação e
comunicação (TIC). Na América Latina, 45% dos pesquisadores são mulheres,
número que excede a taxa global de 28%.
Aqui, o desafio é engajar concretamente
meninas em campos de estudos e carreiras relacionadas à ciência e tecnologia.
Práticas educacionais inovadoras devem ser implementadas para estimular a
curiosidade, a colaboração, o pensamento crítico e a experimentação desse
público jovem. E tudo com a finalidade de mudar o currículo escolar, para que
este não continue sendo mais uma barreira para desigualdade de gênero.
Ainda persistem muitos preconceitos no ambiente corporativo, que só poderemos erradicar na medida em que conseguirmos abrir nossa mente e aprimorar processos de capacitação e inclusão nas empresas. É necessário criar meios para impulsionar a integração entre homens e mulheres no ambiente de trabalho e na tomada de decisões das organizações. Os desafios são grandes, mas quanto menor for a resistência, mais ampla será a efetivação de uma sociedade igualitária. Trata-se de uma missão que deve ser compartilhada entre todos da sociedade, tanto por homens quanto por mulheres.
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