Por que a inteligência artificial depende dos motores de busca e vice-versa?
Por Juan Jensen, chairman da 4intelligence*
Entre a
digitação do usuário no campo de pesquisa e a demonstração dos resultados na
página são poucos milissegundos. Entretanto, é nesse curto período de tempo que
podemos encontrar o exemplo mais claro da presença da inteligência artificial
em nossas vidas. Sim, sem essa tecnologia os motores de busca provavelmente não
teriam a mesma fama e eficiência que possuem atualmente.
Se hoje é
possível conferir o placar de seu time de coração, acompanhar a previsão do
tempo e encontrar basicamente tudo o que precisa com poucas palavras, é graças
a essa relação intrínseca. Nossos hábitos e o próprio mundo nunca mais foram os
mesmos.
Para se
ter uma ideia da importância que essa atividade possui em nossas vidas, basta
conferir alguns números compilados pelo portal Statista. Em um minuto na
internet, por exemplo, são realizadas cerca de 5,7 milhões de pesquisas no
Google, o principal motor de busca, detentor de 85% do mercado global da área.
Como era de se esperar, tornou-se uma fonte bastante lucrativa. O investimento
em publicidade nesses portais, como os links patrocinados, superou US$ 144 bilhões
em 2021 e deve chegar a US$ 163 bilhões em 2022, um crescimento de 13,2% de um
ano a outro.
Os
indicadores positivos são reflexos do aperfeiçoamento dos motores de busca com
a evolução da própria tecnologia. Sua criação remonta justamente à expansão da
internet na virada dos anos 1980 para 1990. Se existia uma rede de computadores
era preciso criar ferramentas que permitissem acessar suas informações de forma
rápida e simples.
Ou seja,
era necessário indexar as informações disponíveis para disponibilizar ao
usuário. No início da internet comercial, por exemplo, os primeiros portais do
tipo indexavam as páginas por sua categorização, depois meta-buscas até chegar
a recursos mais eficientes, como as palavras-chaves. Assim, é simples perceber
que o volume de dados a ser indexado cresceu de forma exponencial ao longo
dessas décadas.
É nesse
ponto que entra a proposta da inteligência artificial. As empresas responsáveis
pelos motores de busca perceberam que poderiam criar algoritmos capazes indexar
uma quantidade muito maior de páginas em um período de tempo muito menor. São
os famosos robôs que rastreiam os sites de acordo com diversos parâmetros e os
elencam em grau de relevância conforme a busca efetuada pelo usuário.
Com a
evolução da própria tecnologia de IA, as buscas também ficaram mais evoluídas.
Hoje é possível fazer pesquisas complexas com grande eficiência, além de toda a
divisão decorrente dessa área, com buscas em segmentos específicos, diretórios
em sites, entre outros.
Em
contrapartida, os motores de busca oferecem a matéria-prima essencial para
qualquer projeto de inteligência artificial: os dados. A cada pesquisa que as
pessoas realizam em um
motor de
busca, passa informações relevantes sobre suas necessidades, curiosidades e
vontades.
Assim, as
ferramentas conseguem identificar padrões entre os diferentes públicos, e a
partir daí, projetar indicadores que servem de base para empresas e
organizações criarem novos produtos e serviços de acordo com seu público. Se
alguém pesquisa por café especial, por exemplo, é um indicativo claro de que
está propensa a comprar esse produto. Em suma: as ferramentas de inteligência
artificial conseguem evoluir continuamente para entregarem os melhores
resultados em concordância com os parâmetros capturados pela navegação dos
usuários.
Portanto,
a relação entre inteligência artificial e os motores de busca é uma via de mão
dupla capaz de entregar diversos benefícios para todas as partes envolvidas.
Até mesmo para os usuários, que podem fazer pesquisas mais inteligentes e
encontrar as informações que tanto procuram em um determinado momento.
Entretanto,
é necessário reconhecer que também há desafios latentes. As buscas por voz e
expressões regionais, por exemplo, podem – e devem – melhorar no futuro. A
questão da privacidade dos dados, exemplificada pela LGPD no Brasil, também
merece uma discussão à parte. Mas é inegável que sem esses portais e a IA
nossas vidas seriam bem mais complicadas. Ou você conseguiria viver sem dar
aquela “pesquisadinha” rápida no seu dia a dia quando encontrar algo curioso ou
interessante?
*Juan Jensen, chairman da
4intelligence, startup especializada em soluções que apoiam a tomada de decisão
por meio da análise de dados – e-mail: 4intelligence@nbpress.com
Sobre
a 4intelligence
A 4intelligence é uma startup que desenvolve soluções para dar
suporte a tomadas de decisões baseadas em análise de dados, por meio de
algoritmos e inteligência artificial. A tecnologia possibilita a estruturação e
customização de processos decisórios em larga escala, visando a que as
respostas mais acuradas sejam entregues no momento correto para as pessoas
certas. A 4i também é associada a I2AI (International Association of Artificial
Intelligence), maior associação de inteligência artificial do Brasil. Além
disso, a companhia já recebeu 120 prêmios, entre eles pelo Banco Central,
Secretaria da Economia, Agência Estado e Consensus Economics. Também
concorreram com grandes financeiros do setor, como Bradesco, JP Morgan,
Barclays, Santander, entre outras consultorias gigantes.
Nenhum comentário