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Quatro empreendedoras contam como administram família e trabalho

Franqueadas de grandes redes contam como conseguem dar conta da vida profissional e pessoal

A pandemia abalou o empreendedorismo no Brasil e no mundo, e as mulheres foram particularmente mais afetadas. Hoje, mesmo com o arrefecimento da covid e a recuperação do empreendedorismo feminino, a participação das mulheres empreendedoras no universo de donos de negócio no Brasil (34%) ainda está abaixo da melhor marca histórica, registrada no quarto trimestre de 2019, quando elas representavam 34,8% do total. As informações são de um estudo do Sebrae feito a partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua do IBGE (PNADC).

 

O levantamento mostra que a participação feminina entre os donos de negócios empregadores também continua abaixo do período pré-crise. No final de 2019, havia 1,3 milhão de donas de empresas que contratavam empregados. Já no final do ano passado, esse número havia recuado para 1,1 milhão.

 

Apesar das dificuldades da vida empreendedora em um país como o Brasil, muitas mulheres optam por empreender após a maternidade para ficarem mais próximas dos filhos e conquistar a gestão do próprio tempo.

 

Conheça abaixo histórias de mães empreendedoras e seus segredos para conciliar as jornadas profissional e pessoal.

 

De funcionária de uma grande empresa a franqueada

Psicóloga de formação, Suelen Brito de Souza Cabral, 32 anos, seguiu carreira na área de recursos humanos, atuando por seis anos em empresas do mercado financeiro. Mas a rotina corporativa dificultava o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal – ela é mãe de um casal, Beatriz (hoje com três anos e meio) e João (de oito meses).

Suelen BuddhaSpa

“Na gestação do meu segundo filho comecei a me preparar para uma transição profissional”, conta Suelen, franqueada do Buddha Spa, a maior rede de spas urbanos do país, desde março deste ano.

 

“Durante a gestação da Beatriz, ainda funcionária de um grande banco, tinha uma sobrecarga de trabalho muito pesada e não queria passar por isso”, relembra.

 

Suelen diz que esperou um pouco antes de empreender “para ver como o mercado ficaria por conta da pandemia”. Em outubro de 2021, deu o “start” para a mudança de carreira. “Sempre desejei ter um spa. Depois de uma viagem à Tailândia, onde vivenciei não só a massagem, mas toda a experiência sensorial que envolvia o processo de relaxamento, decidi que gostaria de proporcionar isso a outras pessoas.”

 

A vontade de Suelen era empreender em uma atividade que ela tivesse prazer de ofertar para seus clientes. “Escolhi o Buddha Spa pelo suporte que oferecem aos franqueados, o que faz toda diferença para novos empreendedores”, acrescenta.

 

Esse suporte, segundo ela, foi total: escolha do ponto, funcionamento da franquia, entrevista para ver se tem perfil, seleção da equipe da franquia que exige um conhecimento técnico, gestão. “Eles oferecem um acompanhamento muito próximo.”

 

Mesmo com tudo isso, a franqueada afirma que tem sido bastante desafiador. “Eu atuava com seleção e treinamento da equipe, que exige conhecimento técnico, mas em um ambiente que eu dominava. Agora, é tudo novo. Mas estou muito satisfeita, obtive bons resultados já no primeiro mês.” A unidade Buddha Spa de Suelen fica no bairro do Alto da Lapa, na zona oeste da capital paulista.

 

Delegar para equilibrar melhor a vida pessoal e o trabalho

 

A franqueada Daniela Zagury, da Nutty Bavarian, começou a empreender quando estava grávida do seu segundo filho. Assumiu uma operação da rede especializada em castanhas em fevereiro de 2020 no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro. Logo veio a pandemia, a operação ficou paralisada, e a empreendedora levou tudo para casa e de lá comandou a operação de delivery – “muito bem-sucedida”, diz.

 

Mãe de dois filhos, 2 e 7 anos, e com dois enteados de 18 e 27 anos, Daniela tem, atualmente, cinco quiosques da Nutty Bavarian, com uma equipe 100% feminina, sendo mais da metade mães. A empreendedora incentiva as mulheres a manterem suas atividades profissionais mesmo depois de se tornarem mães.

Daniela Zagury Nutty Bavarian

“Acredito que a realização pessoal é muito importante, que transborda para dentro da família e para a relação com os filhos”, afirma Daniela.

 

A vida empreendedora, ela conta, permite manejar bem os horários. “Estou presente em todos os momentos importantes da vida dos meus filhos, levo nas consultas médicas, participo de reuniões e atividades escolares, festas infantis e tenho tempo para curtir a família em casa.”

 

O segredo para conseguir conciliar a vida de mãe com o trabalho? “Minha forma de gestão é participativa, no início faço tudo, ensino, boto a mão na massa, mas depois me retiro e acompanho, observo as competências de cada uma e corrijo o percurso. Sou compreensiva com erros e encaro como oportunidade de melhorar e ensinar a equipe. Reforço sempre os padrões de excelência, mas sem penalizar ninguém. Se for feito de forma diferente, eu ouço e reavalio. As mulheres têm mania de centralizar tarefas, pois querem fazer tudo do próprio jeito. Isso limita o crescimento em escala e é exaustivo. Procuro formar profissionais capazes de tomarem decisões, que saibam que o dia a dia da operação é delas”.

 

Daniela mantém o foco voltado para a excelência e performance da equipe. “Empodero muitas mulheres”, diz. “Remunero e avalio minha equipe por performance. Tenho funcionárias que começaram como vendedoras e hoje são supervisoras ou gerentes. Dou a tarefa antes da pessoa se julgar pronta. Muitas vezes só sabemos que podemos fazer algo quando somos desafiadas para tal. Comigo isso é uma constante”, completa. Essa forma de gestão também faz com que eu tenha mais flexibilidade, pois tenho uma equipe que resolve.”

 

A franqueada ressalta ainda que o apoio familiar é fundamental. “Na minha casa, todos dividem as tarefas”, completa Daniela.

 

 Mais tempo para a família

Milene e Enzo

Depois de atuar por cerca de 15 anos na área financeira, em uma empresa do setor farmacêutico, Milene Hyoda, 44 anos, decidiu dar outro rumo para sua carreira. “Eu tinha pouco tempo para a família, pois trabalhava até 12 horas por dia”, conta. “Levava trabalho para casa e ainda tinha alguns finais de semana comprometidos pelo trabalho.”

 

Com desejo de mudar o ritmo de trabalho e ter mais tempo para o filho Enzo, na época com pouco mais de 10 anos, Milene decidiu empreender, e hoje é franqueada da help!, a loja de crédito do grupo Bmg. “Meu filho ficava na escola e, quando saía, ia para a casa da minha mãe. Eu chegava tarde e a gente não tinha disposição para nada. Praticamente chegava em casa e dormia.”

 

Após um período sabático, Milene conheceu a franquia help!, por meio do marido que trabalhava no Bmg, e pode, então, tirar o sonho do papel. Em 2020, adquiriu sua primeira unidade da marca, conquistando a oportunidade de ficar mais perto do filho e da família.

 

Recentemente, Enzo teve um problema no joelho e precisou passar por cirurgia. “Consegui ficar com ele o tempo todo, acompanhando todo o processo pré e pós cirúrgico, levando-o na fisioterapia e ajudando na recuperação”, diz. Milene também está acompanhando a mãe em um tratamento de câncer recém-descoberto. “Empreender me deu flexibilidade para cuidar da minha família e poder ficar junto nesses momentos delicados que a vida nos impõe: ser a mãe que meu filho queria e a filha que minha mãe está precisando.”

 

 Trabalho com propósito após a maternidade

Fabiola Gemeas Luiza e Isabela

Com uma carreira de 15 anos no setor financeiro, e passagens pelos principais bancos do país, Fabiola Teodora Baccoli de Melo Pereira decidiu dar outro

rumo a sua trajetória profissional quando suas gêmeas Luiza e Isabela nasceram, em 2018. “Eu tive uma vontade de fazer algo que, de alguma forma, pudesse impactar a vida das pessoas, e que trouxesse sentido para a minha vida, e também deixasse um legado extremamente importante para elas, além de ter uma flexibilidade de tempo e condições financeiras para dar um futuro próspero a elas”, conta.

 

Nessa época, ela conheceu a Prudential do Brasil, seguradora de vida que utiliza o modelo de franquias para comercialização de seus produtos de proteção, e percebeu que ali estava a resposta para sua busca.

 

Franqueada da Prudential do Brasil há quase quatro anos, Fabiola diz que sua atuação como franqueada é muito gratificante. “Sabemos que realmente podemos fazer a diferença na vida dos clientes e de suas famílias, deixando que o legado construído durante toda uma vida possa ser perpetuado, evitando que fiquem com dificuldades financeiras em uma ausência repentina”, afirma. “É incrível quando temos a oportunidade de trazer à família ou ao empresário a consciência do quão importante é esta proteção.”

 

Se tivesse que dar algum conselho a mulheres que desejam empreender, a corretora franqueada da Prudential do Brasil lista quatro aspectos:

 

1. Vá atrás do sonho do seu coração e monetize-o. Nós somos fortes realizadoras;

2. Defina um motivo principal, seja ele por você, pela sua família, filhos ou sonhos;

3. Tenha uma rotina muito bem estabelecida entre família e seu negócio;

4. Não confie na motivação, ela vai embora. Confie na disciplina!

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