Raça Montana utiliza genômica para avaliar machos
O uso da
genômica é a grande novidade da avaliação dos machos Montana. “Os criadores da
Associação Internacional de Criadores de Montana (AIC-MTN) trabalham há
mais de duas décadas na seleção de animais compostos de alta qualidade genética
que contribuem para o aumento da produtividade de rebanhos em todas as regiões
do país. Nesse processo, são sempre incorporadas novas tecnologias. A genômica
é uma importante ferramenta de seleção, que objetiva intensificar ainda mais a
acurácia dos novos reprodutores da raça”, explica Gabriela Giacomini,
superintendente técnica da AIC-MTN.
José Bento Sterman
Ferraz, professor de Genética e Melhoramento Animal da Faculdade
de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da Universidade de São Paulo – campus de
Pirassununga (FZEA-USP), afirma que o Montana está sintonizado com os programas de
seleção mais avançados do Brasil ao usar DEP genômica. “A genômica precisa ser
bem compreendida para não ser considerada a solução de todos os problemas.
Afinal, é uma metodologia auxiliar, que provoca importante adição de qualidade,
ao corrigir eventuais erros de pedigree e adicionar uma nova fonte de
informação, os efeitos dos marcadores moleculares. No caso do Montana, nós
usamos um painel com 50 mil marcadores, sendo que cada um tem o seu efeito,
ainda que pequeno, e a somatória desses efeitos dá o valor genômico do animal,
o que pode alterar a classificação geral. Geneticamente, cada animal pode ter
potencial maior ou menor do que os outros para transmitir genes para sua
descendência. O grande impacto que a genômica traz às avaliações genéticas está
na acurácia. As avaliações genéticas ou genômicas são expressas em predições,
conhecidas como DEP – Diferença Esperada de Progênie. A acurácia das predições
de touros jovens, ofertados ao mercado, normalmente é de 25% e 30%. Com a
genômica, conseguimos acurácia de 45% ou mais, ou seja, semelhantes a touros
que têm 15 a 20 filhos, isso é muito importante e o criador tem muito mais
segurança no que comprou”.
“O aumento
da acurácia nos ajuda muito na hora de escolher os touros de teste de progênie,
touros de reposição e doadoras de embriões, diminuindo as incertezas e riscos.
O nível de acerto passa a estar em outro patamar”, ressalta Gabriela.
O Índice Montana, principal
critério de seleção da raça, é composto por 20% para a DEP de peso ao desmame,
20% para ganho de peso pós-desmama, 30% para peso ao sobreano, 10% para
perímetro escrotal e 20% para musculosidade.
Sobre a Associação Internacional de
Criadores de Montana (AIC-MTN)
A AIC-MTN foi criada oficialmente em 30 de setembro de 2020. A entidade começa seus trabalhos originados no Programa Montana, com oito associados envolvidos no melhoramento genético da raça. O plantel atual é 10 mil matrizes e são comercializados 800 touros com CEIP por ano. Os pecuaristas interessados em se filiar devem entrar em contato pelo e-mail contato@montana.org.br.
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