Tabagismo e consumo excessivo de álcool são os principais fatores de risco de câncer bucal
Maio Vermelho, mês de conscientização do câncer
de boca, alerta sobre cuidados para prevenir a doença
De acordo com estimativas do
Instituto Nacional de Câncer (INCA) a cada ano do triênio 2020-2022 serão
diagnosticados no Brasil 15.190 novos casos de câncer de boca e orofaringe,
sendo 11.180 em homens e 4.010 em mulheres. A maioria dos casos acontecem
entre 55 e 63 anos de idade, sendo os principais locais de diagnóstico a
língua, amígdalas, orofaringe, gengivas e assoalho da boca.
Cerca de 90% das pessoas com câncer
bucal consomem tabaco, segundo a Fundação do Câncer de Boca do Reino Unido e,
além do tabagismo, na lista de maus hábitos relacionados ao desenvolvimento da
doença, está o consumo de bebidas alcoólicas, excesso de gordura corporal e
infecção pelo vírus HPV. Neste mês, Maio Vermelho visa conscientizar sobre a
doença que está entre os dez tipos de câncer mais comuns no país.
“É considerado câncer de boca (também
conhecido como câncer de lábio e cavidade oral) os tumores localizados na
língua, lábios, estruturas da boca como gengivas, bochechas, céu da boca e
região embaixo da língua. Os sintomas da doença incluem o aparecimento de
nódulos, feridas não cicatrizadas e dor de garganta persistente. É importante
ressaltar que, mesmo que alguns desses sintomas sejam causados por outras
condições clínicas, a permanência e/ou reincidência deve servir de alerta.”
explica o Dr. Fernando Maciel, oncologista da Oncoclínicas Uberlândia.
O especialista também reforça
sobre a importância da conscientização desse tipo de câncer e seus principais
sintomas para um diagnóstico precoce: "O câncer de boca, assim como tantos
outros tipos de tumores, quando detectados precocemente têm mais chances de
cura, e o que vemos atualmente é um alto índice de pacientes que, por não
procurarem orientação médica no início dos sintomas, acabam sendo
diagnosticados tardiamente. Os primeiros sinais podem ser identificados ainda
na fase inicial, por isso, é necessário estar atento a qualquer alteração na
boca, desde mudanças na coloração, até o surgimento de lesões parecidas com
afta, que não cicatrizam em até 15 dias”, destaca.
A maioria dos casos da doença acontece
em fumantes e ex-fumantes, assim, a forma mais eficaz de prevenção é evitar o
consumo de tabaco. Além disso, bebidas alcoólicas devem ser evitadas e outros
cuidados constantes devem ser tomados com a boca e os dentes. Por isso, é
fundamental adotar medidas como::
- Evitar exposição ao sol sem
proteção nos lábios;
- Escovar os dentes após as
refeições;
- Utilizar o fio dental (ao menos
uma vez ao dia);
- Manter hábitos alimentares
saudáveis.
O tratamento inicial, na maioria das
vezes, é cirúrgico, tanto para lesões menores quanto para tumores maiores.
“Portanto, o cirurgião será o profissional que vai avaliar o estágio da doença
e, aliado a exames complementares, determinarão o tratamento mais indicado.
Há casos em que além do procedimento cirúrgico, será necessário a
realização de radioterapia para complementar o procedimento e obter melhor
resultado curativo.”, acrescenta o médico.
Independente da situação, todas as etapas do tratamento devem ter a participação de vários profissionais de saúde, visando prevenir complicações e sequelas.
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