Transformação digital: Panaceia ou Salvação?
Por Julio Ernesto, head de eficiência e Gestão
da AGR Consultores
Trending Topic no mundo corporativo, a
transformação digital quebrou as paredes do escritório de TI e se tornou o
assunto mais “sexy” do
momento, estando presente na agenda de praticamente todos os executivos das
companhias. No nosso Papo Jedi de hoje, contaremos um pouco de nossos projetos
sobre o tema, abordando como nossos clientes têm vivido isso na prática, quais
resultados esperar e como promover uma transformação digital que gere ganhos
para o negócio.
Mais do que implantar novas tecnologias,
como computação em nuvem, SaaS,
conectividade e mobile,
inteligência artificial, entre outras, a transformação digital deve ter como
objetivo trazer
vantagem competitiva para o negócio, além de crescimento
de resultados por meio de eficiências em processos, tais como aumento de
produtividade, melhoria no tempo de resposta ao cliente, redução de erros,
automação de tarefas manuais, maior visibilidade para planejamento, entre
outras.
Além de viabilizar as novas tecnologias,
a transformação digital deve abranger mudança de mentalidade, evolução cultural
para sentimento de dono, gestão por processos e manutenção de um time
multifuncional, com orientação para o cliente e inconformismo por mudança.
Como observou Lewis Carroll por meio de
seu personagem Gato de
Cheshire de Alice no País das Maravilhas, “Se você não sabe
para onde ir, qualquer caminho serve”, sendo assim, a adoção pura e simples de
novas tecnologias não necessariamente é um processo de transformação digital,
também deve-se conhecer quais são os objetivos a serem conquistados através
destas novas tecnologias, quais problemas ela deverá endereçar, quais ganhos
são desejados. Sem um plano estratégico atual e claro e um plano tático de
processos em constante evolução, qualquer transformação digital não estará
completa o suficiente, podendo inclusive gerar desperdício ao invés de
eficiência e rentabilidade.
Dito isto, apresentamos a seguir, um
passo a passo de como conduzir um processo transformação digital de forma a
obter reais vantagens
competitivas para os negócios:
Mergulhe fundo! Nosso primeiro passo é entender,
promovendo um diagnóstico de nossas operações: Quais problemas mais
significativos de hoje? Quais deles podem ser resolvidos pelo uso de novas
tecnologias? Que processos poderão ser mais impactados (positiva ou
negativamente)? Quais vantagens competitivas eu já possuo e que podem ser
alavancadas? Assim como na medicina, um diagnóstico correto irá permitir que
você atue nas questões-chave do seu negócio e não em sintomas ou outras coisas
baseadas apenas em percepções. Além disso, o diagnóstico deve ter uma visão
abrangente e integrada do negócio, com envolvimento de todas as áreas e
macroprocessos.
Priorize sua lista de desejos! Agora que temos uma fotografia
atualizada e ideias do que evoluir, podemos avaliar e priorizar quais os
processos e mudanças mais impactantes, quais os requisitos devem ser atendidos
por novas tecnologia e quais são as tecnologias capazes de fazê-lo. É a famosa
lista de desejos, coisas que a ferramenta ou tecnologia deverá entregar. Quanto
melhor for feito o diagnóstico e a lista de “desejos”, mais assertiva será a
definição e implantação das ferramentas. Normalmente é aqui que as
empresas se perdem – não conseguem entender o que precisam (soluções), porque
não entenderam por que precisam (problemas ou oportunidades).
Avalie as opções! Um tempero novo para reforçar estes
pontos é o fato de que, até pouco tempo atrás, tínhamos grandes ERPs com seus
módulos integrados em soluções únicas e em poucos players, sistemas estes
normalmente criados com foco em alguma área, como contabilidade, produção ou
venda no varejo. Atualmente, são milhares de players e módulos que oferecem
soluções especializadas e se integram em tempo real, aumentando muito as opções
e, com elas, os níveis de investimento e aderência. Startups, com pequenas e
médias soluções estão cada vez mais presentes nos mapas de soluções das
empresas, resolvendo problemas e facilitando processos de negócio, com custos
mais atraentes, agilidade de implantação e integração com ERPs.
“Estamos conduzindo um projeto de
transformação digital, que muito mais do que nos proporcionar um processo paperless irá nos
entregar informações mais rápidas e confiáveis para assim termos condições de
implantarmos um processo de Planejamento Integrado de Vendas e Operações, que é
o que irá alavancar realmente nossas vantagens competitivas para o negócio”,
diz Wellington Amorim, diretor executivo de manutenção da TAM Executiva.
Se as etapas anteriores forem
percorridas com eficácia, a implantação será a próxima e mais longa etapa, mas
que seguirá totalmente facilitada e bem direcionada. Requisitos bem definidos e
provas de conceito baseados em processos “vivos”, formam um excelente plano de
contratação.
Na hora de implantar, não economize nas equipes multifuncionais e nos usuários chave. Empodere toda a empresa na agenda de transformação digital e mantenha o discurso de que tecnologia boa é aquela que simplifica processos, aumenta resultados e, acima de tudo, está definida e orientada por pessoas.
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