Conheça mitos e as verdades sobre ruptura do Tendão de Aquiles
Médico ortopedista desmistifica o assunto
São Paulo, junho de 2022 – O Tendão de Aquiles ainda é um tema
que envolve muitas crenças quando uma ruptura acontece. O fato, porém, é que o
tendão de Aquiles ou tendão do calcâneo é o mais longo e forte de todo o corpo
humano, o que não impede de ser, também, o mais lesionado da parte inferior do
corpo, segundo os atendimentos de médicos ortopedistas.
Para desmistificar o assunto, o Dr.
Layron Alves, ortopedista membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e
Traumatologia e sócio da Clínica LARC separou alguns pontos que geram muitas
dúvidas sobre o assunto.
Mulheres não sofrem com ruptura do
Tendão de Aquiles
“Essa afirmação é um mito, com certeza.
Pois, apesar da incidência ser maior entre homens na faixa etária dos 20 aos 40
anos, a ruptura do Tendão de Aquiles também pode acometer mulheres. Isso
porque, o tendão é uma estrutura formada de tecido conjuntivo fibroso rico em
colágeno e responsável por conectar os músculos aos ossos e por ajudar no
processo de movimento. Então, quando algo interfere na saúde dessa estrutura,
tanto homens como mulheres podem sofrer uma ruptura”, esclareceu.
Quadros de tendinite pré-existentes,
doenças correlacionadas como artrite, diabetes e obesidade; tabagismo;
estresse; além de exercícios extenuantes e repetitivos, que demandam partidas
rápidas e repentinas; e a falta de exercícios de aquecimento e alongamentos;
são as causas mais prováveis quando acontece esse tipo de lesão.
A dor da ruptura parece com a dor de uma
pedrada
“Sim, é verdade. Muitos pacientes
relatam uma dor súbita, aguda e com alta intensidade na panturrilha, como se
tivesse acabado de levar uma pedrada muito forte. Logo depois, já percebe que
não consegue caminhar, a região fica vermelha e começa a inchar. O problema é
que, embora apareçam todos esses sintomas, o paciente demora a procurar por
atendimento médico. Isso porque, quando está sentado consegue movimentar o
tornozelo, já que existem outros tendões saudáveis na região. Isso atrapalha o
tratamento, que demora a começar”, alertou.
O melhor caminho, então, seria evitar a
dor e o longo tempo de recuperação, que pode variar de 3 a 6 meses, dependendo
do caso. E para prevenir é fundamental praticar atividades físicas
diárias, usando calçados adequados e de qualidade, realizar alongamentos
diariamente, manter hábitos saudáveis e consultas regulares em dia.
Todos os pacientes que rompem o Tendão
de Aquiles precisam de cirurgia
Mito. Não são todas as rupturas de
Tendão de Aquiles que devem ser tratadas com cirurgia, porque nem todas as
lesões são iguais e cada paciente apresenta um histórico médico único. Existe a
ruptura total, quando o tendão fica totalmente separado, e ruptura parcial,
quando não rompe completamente. Nesse último caso, a extensão pode variar
bastante, o que também interfere na indicação do tratamento.
“Para os pacientes atletas, que precisam
voltar mais rapidamente às atividades físicas, geralmente optamos por cirurgia.
Mas, já para outras pessoas, que não tem essa urgência, o tratamento mais
conversador é sempre melhor. Em ambos, o objetivo é o mesmo: restaurar o tendão
de modo que ele cicatrize unido e possa voltar a realizar os movimentos
normalmente. Isso exige tempo de recuperação com repouso, fisioterapia,
medicação e muita paciência. Não podemos forçar o tendão durante o tratamento,
ele deve se regenerar de acordo com o tempo de cada organismo, para assim
conseguir uma recuperação completa”, finaliza.
Doenças associadas a diabetes, tabagismo
e outras doenças metabólicas acabam ajudando na evolução dessa lesão, sendo
assim, o exercício físico – trabalhar a musculatura – e manter uma alimentação
balanceada são as principais medidas preventivas.
Sobre o especialista: Dr. Layron Alves é ortopedista e especialista em tratamento de doenças crônicas degenerativas e em cirurgia do ombro e cotovelo, membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Ombro e Cotovelo (SBCOC). O especialista é preceptor efetivo da residência médica do Hospital Ipiranga SP e membro do grupo de cirurgia do ombro e cotovelo da Faculdade de Medicina do ABC.
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