Grupo Arauco assina Termo de Acordo com Governo do MS para plano de investir US$ 3 bilhões em fábrica de celulose no Brasil
Unidade seria implantada no Mato Grosso do Sul
e produziria 2,5 milhões de toneladas/ano a partir de 2028
Fazenda Lobo, MS - Crédito: Zig Koch
Um dos
maiores conglomerados industriais no mercado global nos setores de celulose,
produtos de madeira, reservas florestais e bioenergia, o grupo chileno Arauco assina Termo de
Acordo para potencial investimento em uma fábrica de celulose no Mato Grosso do
Sul (MS), no município de Inocência, a 337 Km de Campo Grande, capital do
Estado. Os investimentos estimados seriam de US$ 3 bilhões (aproximadamente R$
15 bilhões) e a previsão é que as obras tenham início em 2025, sujeito à
aprovação do Licenciamento Ambiental, à avaliação da oferta de madeira e à
confirmação do investimento por parte do board da empresa. Cumpridas estas
condições, espera-se que a fábrica entre em operação no primeiro trimestre de
2028, com capacidade para produzir 2,5 milhões de toneladas/ano de celulose de
fibra curta. Atualmente, a empresa opera no setor de celulose no Chile,
Argentina e Uruguai.
O Chief
Executive Officer (CEO) da Arauco, Matias Domeyko Cassel, o Chief Operating
Officer (COO), Cristian Infante, o Diretor Presidente no Brasil, Carlos
Altimiras, o Diretor de Desenvolvimento e Novos Negócios, Mario José de Souza
Neto, o Diretor Financeiro, Rogério Latchuk, e o Diretor Florestal Roberto
Trevisan participam nesta quarta-feira (22/6) da cerimônia de assinatura dos
termos de acordo de infraestrutura e benefícios fiscais com o estado e
município para a construção da fábrica, com as presenças do Governador do Mato
Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja Silva, e do Prefeito de Inocência, Antonio
Ângelo Garcia dos Santos, além de outras autoridades. Se o projeto for
aprovado, durante a fase das obras, serão contratados mais de 12 mil
trabalhadores, beneficiando cerca de 20 mil famílias na região. Quando for
concluída a obra, o projeto empregará um contingente permanente de 2350 trabalhadores,
dos quais 550 na planta industrial, entre diretos e indiretos, e mais 1800
pessoas para atuar na área florestal, contribuindo para o desenvolvimento do
município de Inocência.
A fábrica
teria capacidade para produzir sozinha metade da atual capacidade instalada de
celulose do Grupo Arauco, equivalente a 5,2 milhões de toneladas, passando o
conglomerado chileno a produzir 7,7 milhões de toneladas/ano a partir de 2028.
Denominado
“Projeto Sucuriú”,
a planta industrial estaria localizada a 50km de Inocência e fica na margem
esquerda do Rio Sucuriú, a 100km do Rio Paraná, próximo à rodovia MS 377 e a
47km da malha ferroviária, canais que garantirão a eficiência logística ao
escoamento da celulose para exportação e para mercados como a região sudeste do
País.
“O Brasil é
um polo importante para a estratégia global do Grupo Arauco. Atuamos no País
desde 2002, com as divisões de madeira e operação florestal, e agora estamos
avaliando aumentar os investimentos realizados no Brasil, trazendo o setor de
celulose para cá. Estamos muito animados com esta possível grande ampliação das
atividades da Arauco ao Mato Grosso do Sul, uma região muito importante para a
indústria, com grande potencial para o plantio de eucaliptos e excelentes
opções logísticas para o escoamento da produção, além de agregar muitos
benefícios econômicos e sociais para a região, e com uma, produção de energia
limpa e crédito de carbono positivo”, ressalta Matias Domeyko Cassel, CEO da
Companhia.
“Vamos
receber no Estado uma das maiores fábricas de celulose do mundo. Será uma
unidade moderna, que vai gerar empregos, oportunidades, renda e desenvolvimento
social em uma região que também integra a Costa Leste Florestal, mas que não
tinha nenhum empreendimento deste tipo. A vinda desta fábrica mostra a
confiança dos investidores em Mato Grosso do Sul, na nossa política de
incentivos fiscais, na segurança jurídica de quem investe e na estrutura
logística que estamos criando para quem precisa escoar a produção” afirma o
Governador do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja.
Jaime
Verruck, Secretário de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico,
ressalta que “o Mato Grosso do Sul é o sexto Estado mais competitivo do país e
estabeleceu uma estratégia de desenvolvimento sustentável baseado na atração de
investimentos, na diversificação da produção e na geração de emprego. O
plano de investimentos da Arauco no Estado se alinha com a ampliação da base
florestal e produção e exportação de celulose. Nosso Estado tem empreendimentos
de escala global, competitivos e sustentáveis: somos o vale da celulose no
mundo. As políticas públicas criam um ambiente de negócios para esse
empreendimento”.
O Projeto
Sucuriú segue a política de ESG (Environmental,
Social and Corporate Governance) que está no DNA da Arauco. O
complexo também está em linha com a Visão e Valores do Grupo, que tem como
essência a missão de “Contribuir para melhorar a vida das pessoas,
desenvolvendo produtos florestais para os desafios de um mundo sustentável”,
explica Carlos Altimiras.
“O desenvolvimento
sustentável das reservas florestais representa uma contribuição concreta para a
construção de uma economia baseada no consumo de bens e serviços derivados do
uso direto e transformação sustentável dos recursos naturais”, reforça o
presidente da Arauco no Brasil.
Cristián
Infante, COO da Arauco assinala que, desde 2018, a Arauco emprega método de
neutralidade de carbono para a captura e retenção do CO2 dos produtos
florestais, validado oficialmente pela consultoria global Delloite e auditado
pela Price Waterhouse. Ele ressalta que a Arauco é a primeira empresa onde esse
protocolo é aplicado com sucesso.
“O nosso
desafio é buscar soluções que permitam satisfazer as crescentes necessidades
humanas através dos recursos renováveis e de baixa emissão. As florestas são um
recurso natural e uma solução de longo prazo para enfrentar o desafio das
mudanças climáticas que impactam o nosso planeta”, afirma Cristián Infante.
Energia Limpa
Primeira
empresa florestal do mundo a ser certificada como carbono neutro, utilizando o
protocolo desenvolvido pela consultoria Delloite, a Arauco espera contar ainda
com autossuficiência energética na fábrica de celulose de Inocência, com a
produção em fontes renováveis.
A geração
de energia seria a partir do reaproveitamento de biomassa (cascas, lignina,
entre outros insumos) não utilizada no processo da fabricação da celulose, que
será processada em uma caldeira especial para produzir vapor e movimentar as
turbinas que produzirão energia elétrica limpa. A usina a vapor teria
capacidade de gerar 400 megawatts (MW) de eletricidade, dos quais 200 MW serão
usados para consumo próprio pela unidade industrial. Os 200 MW de energia
excedente – suficiente para abastecer uma cidade de mais de 400 mil habitantes
– seriam disponibilizados ao mercado livre de energia.
Para
garantir o cumprimento da política de ESG e a conscientização de colaboradores
e demais públicos de interesse, o Projeto Sucuriú segue algumas premissas
fundamentais:
- Adoção de sistemas
de ponta para a prevenção de acidentes, que colocam a segurança das
pessoas como prioridade em todas as suas decisões
- Desenvolvimento e
uso de tecnologia de ponta (BAT);
- Baixo consumo de
água e baixo fluxo de efluentes;
- Baixas emissões
atmosféricas e líquidas;
- Baixa emissão de
ruídos;
- Baixo odor na
atmosfera;
- Alto nível de
automatização, garantindo eficiência produtiva e financeira;
- Mínima geração de
resíduos sólidos;
- Alta eficiência
energética.
O prefeito
de Inocência, Antonio Ângelo Garcia dos Santos, acredita que “a possível
implantação da fábrica de celulose da Arauco em Inocência será a realização de
um grande sonho para nossa população, sonho que aguardamos a mais de 11 anos
para ser realizado. Para nós será de vital importância para o
desenvolvimento econômico e social do nosso município. As expectativas são as
melhores possíveis na geração de trabalho e renda para nossa população. O nosso
município já está se preparando para receber esses investimentos e as pessoas
que virão para nosso município. É a Inocência do futuro, já”.
Sobre o Grupo Arauco
Fundada em 1979 no Chile, a
Arauco opera globalmente com mais de 18 mil trabalhadores(as) guiados por uma
visão e valores comuns. Possui 1,6 milhão de hectares brutos de patrimônio
florestal na América do Sul e mais de 4.662 clientes nos cinco continentes e
plantas industriais em 11 países.
Possui atualmente cinco
plantas de celulose instaladas no Chile, (4,1 milhões de toneladas), uma na
Argentina (350 mil toneladas) e uma no Uruguai (710 toneladas), totalizando 5,2
milhões de toneladas/ano. Se espera que o projeto da fábrica de celulose no
Mato Grosso do Sul produzirá 2,5 milhões de toneladas/ano.
A Arauco está presente no
Brasil desde 2002, e possui hoje quatro plantas destinadas à produção de
painéis de madeira nos estados do Paraná e no Rio Grande do Sul.
Em 2021, a receita conjunta obtida por suas empresas foi de US$ 6,4 bilhões (44% com a venda de celulose e 56% com produtos de madeira). A área florestal plantada total dessas subsidiárias somava 900 mil hectares, de onde se obteve o suprimento de matérias-primas para uma produção global de 9 milhões de metros cúbicos de painéis de madeira, 3,7 milhões de metros cúbicos de madeira sólida, 779 MW de energia e 5,2 milhões de toneladas de celulose.
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