Setor de serviços é crucial na jornada para a recuperação econômica e o avanço industrial
*Por Claudia Guimarães
Depois de passar por diversas retrações
desde 2020 devido à pandemia, o setor de serviços está retomando sua força e
desponta como um dos principais pilares da economia nacional. Combinado com o
avanço da digitalização, na parte industrial, o segmento está se fortalecendo
ainda mais. A área que chamamos de field
services (serviços de campo) tem ganhado maior nível de relevância
nos últimos dois anos, sendo essencial para a retomada dos negócios após um
período tão conturbado.
De acordo com o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatísticas (IBGE), o setor de serviços cresceu 10,9% em 2021 no
país. Essa é a maior taxa para um acumulado de janeiro a dezembro desde o
início da série histórica, em 2012. A indústria tem um papel fundamental nesse
crescimento. Isso porque, com a retomada e expansão do segmento, o Purchasing
Managers Index (PMI) Composto do Brasil – que informa sobre as condições de
negócios atuais para a tomada de decisão das empresas na manufatura – no mês de
março, por exemplo, chegou ao nível mais elevado desde janeiro de 2010.
É por isso que os serviços se tornaram o
centro dos negócios em boa parte das empresas. Com as pessoas cada vez mais
conectadas, a digitalização se expandindo e novas demandas surgindo – como
a velocidade do processamento de informações e a eficiência nos segmentos
produtivos –, o segmento se tornou crucial para ganho de escala e
competitividade.
No cenário atual, toda a inteligência e
conectividade das soluções permitem entregar ao cliente uma experiência muito
maior do que somente vender um produto. Antes, as companhias vendiam soluções e
os serviços eram oferecidos como complemento, o que não cabe mais quando
falamos em termos de competitividade.
Nas linhas produtivas, questões
relacionadas à segurança operacional aliadas a agilidade necessária na
realização de manutenções com a possibilidade de intervenções remotas, vem
ganhando força dentro das empresas, fomentando ainda mais o setor de serviços.
Afinal, além da conhecida fabricação de produtos e equipamentos, as empresas
precisam cada vez mais oferecer suporte de qualidade, treinamento e planos de
manutenção das soluções adotadas em cada projeto.
Nesse sentido, destacam-se as soluções
que oferecem a execução de serviços remotos, obtenção de dados em tempo real e
o ganho sustentável. Essas tecnologias trazem mais segurança — tanto física
(menor exposição à riscos pelos operadores) quanto cibernética —, maior
assertividade no processamento de dados e maior competitividade em um mercado
que exige cada vez mais ações sustentáveis.
Podemos dizer que esse ganho tecnológico
trouxe grandes aprendizados para o setor e novas necessidades que devem ditar o
que vem pela frente. Além disso, tem impulsionado a indústria e,
consequentemente, a economia nacional como um todo. Exemplo disso é que, o
Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve crescer 1,1% em 2022, segundo
projeção feita pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A
instituição aponta, ainda, que essa alta deve ser puxada principalmente pelo
setor de serviços, com um aumento previsto de 1,8% neste ano.
Acredito que, com planejamento e com um
olhar cada vez mais estratégico para a transformação digital, os serviços
remotos e as soluções para executar os diferentes tipos de intervenções podem
ganhar espaço ainda maior nas companhias e entregar mais resultados.
Com todos os desafios que enfrentamos
nos últimos dois anos, entramos em uma nova era e este novo momento requer mais
tecnologia, mais eficiência e serviços como pontos cruciais em cada estratégia.
* Claudia Guimarães é diretora de Field Services da Schneider Electric Brasil.
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