Você sabe o que é comfort food?
Professora de Nutrição do Unipê diz que essa
tendência alimentar remete a boas lembranças
João Pessoa,
junho de 2022 – Você já quis comer algo que relembra
um dia marcante de sua vida, ou uma preparação culinária de alguém que você tem
ou tinha muito carinho? Uma lasanha de carne moída com molho de tomate e de
sobremesa aquele pudim de leite com calda. Podem parecer triviais, mas pratos
assim, entre tantos outros, não são tão simples como se imagina, muitos deles
carregam consigo muito significado e carinho, e vão além das necessidades
fisiológicas inerentes à sobrevivência do ser humano, que é o ato de comer.
“Aquele alimento que sempre, ao
consumi-lo, ele ‘te abraça confortavelmente’ e te transporta àquele momento do
passado; esse é o conceito do comfort food, pois remete ao lado afetivo que tal alimento pode
transmitir ao ser ingerido”, diz a Profa. Ma. Jousianny Patrício, de Nutrição do Unipê.
Os pesquisadores da área ratificam que
fazer uma refeição não se limita apenas ao ato de consumir alimentos, mas
também constitui a construção social com a sociabilidade e a partilha de
emoções. É um momento de fortalecer e reforçar os laços afetivos ao redor da
mesa, criando um filtro de memórias guardadas em longo prazo e trazendo valores
inestimáveis à comida.
Não é coisa da
modernidade: muitos já buscavam conforto na comida há muito tempo
A questão é que o termo comfort food só foi criado nos anos 1990, e desde lá sempre apareceu na
literatura e publicidade. Segundo a nutricionista, falar em “comida de
conforto” é atrelar à alimentação um papel que transcende os valores
nutricionais e que alcança memória afetiva simbólica. A comida, em outras
palavras, traz conforto emocional, e em tempos de pandemia, guerra e toda
rotina estressante e de caráter emocional vivenciada nos últimos anos faz as
pessoas buscarem o bem-estar no ato de comer, pois confortar o psicológico e
ainda consumir um alimento gostoso é tudo que o indivíduo quer na conjuntura
atual. Logo, a relevância de se considerar um alimento comfort food não é à toa, pois ele pode ser incluído adequadamente e
individualmente na alimentação equilibrada de cada indivíduo, daí a importância
de um nutricionista que leve em consideração também esse comer afetivo, na
maioria das vezes substituído pela relação punitiva com o alimento, comum nas
dietas muito restritivas dos dias atuais.
E a literatura científica mostra que a
relação afetiva com os alimentos comfort food não está só na alimentação consumida propriamente dita, mas
toda uma representação e um vínculo emocional criado de forma geral no preparo
e consumo desses pratos. “É notória uma atração por alimentos mais
palatáveis, reconfortantes, que ajudem a minimizar tal situação e tragam alguma
lembrança passiva e tranquilizadora, os quais geralmente remetem a alimentos
caseiros, entre eles: o bolo de cenoura com calda de chocolate da vovó, o pavê
de chocolate da tia, o feijão preto com o tempero da mamãe, entre outros que
retratam a relação afetuosa entre uma pessoa e determinada preparação
culinária”, exemplifica.
Sem terrorismo
alimentar!
Talvez você tenha pensado que muitas
preparações que se encaixariam no comfort food, predominantemente caseiras, podem ser calóricas. Mas a professora
nutricionista Jousianny diz que isso depende de alguns fatores: da qualidade
dos itens usados na preparação e na quantidade a ser consumida – pois se
consumida em exagero poderia ajudar a aumentar a ingestão calórica e
comprometer a sua reeducação alimentar. Segundo ela, um alimento isoladamente
não pode ser considerado o responsável pelo aumento de peso. “Logo não podemos
ficar reféns do tão comum terrorismo nutricional, bastante difundido nos dias
atuais”, defende.
Ainda pouco utilizado, o conceito
deveria ser mais abordado para aumentar a adesão do paciente à dieta
necessária, promovendo bem-estar socioemocional, defende Jousianny. “Inclusive,
de acordo com o pesquisador Câmara Cascudo, uma referência em cultura
alimentar, o alimento funciona como um fixador psicológico no plano emocional
e, desta forma, comer certos alimentos é se ligar ao local ou a quem os
preparou. Sendo assim, pode-se inferir que a ideia central do comfort food se baseia em consumir uma comida para ‘alimentar a alma’”.
O comfort food remete a comida reconfortante, vinda do lar, caseira,
recém-preparada e preferência com temperatura elevada – apesar desse aspecto
ser divergente entre as pessoas. “O que se destaca é a importância da percepção
desse alimento e do quão significativo é na construção pessoal de cada
indivíduo”, pontua.
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Sobre o UNIPÊ – Fundado em 1971, o
Centro Universitário de João Pessoa – UNIPÊ possui conceito 5 pelo MEC,
conforme avaliação in loco de recredenciamento presencial e credenciamento EAD,
sendo a única instituição privada do estado a conquistar este feito,
solidificando-se entre as melhores do país. O UNIPÊ é reconhecido pela sua
contribuição para o desenvolvimento da Educação no Brasil e na Paraíba, tendo
um forte tripé de ensino, pesquisa e extensão em sua comunidade. A Instituição
oferta cursos de graduação, presenciais e a distância, e pós-graduação (lato e
stricto sensu) em diversas áreas do conhecimento. Pertence ao grupo Cruzeiro do
Sul Educacional, um dos mais representativos do País, e reúne instituições
academicamente relevantes e marcas reconhecidas em seus respectivos mercados,
como Universidade Cruzeiro do Sul e Universidade Cidade de São Paulo – Unicid
(São Paulo/SP), Universidade de Franca - Unifran (Franca/SP), Centro Universitário
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Sebastião/SP), Centro Universitário Módulo (Caraguatatuba/SP), Centro
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