A importância da gestão de lixo para restaurantes e bares
Por Chicko Sousa, CEO da GreenPlat
O mundo já atingiu a marca de dois bilhões
de toneladas de lixo produzidas por ano. E, segundo projeções do Banco Mundial
e da ONU, se nada for feito, nesse ritmo, na metade do século seremos nove
bilhões de habitantes convivendo
com quatro bilhões de toneladas anuais de lixo urbano. Um número assustador,
que conta com uma ajuda substancial do Brasil, 40 país que
mais produz lixo no planeta – 240 mil toneladas por dia.
Ocupamos ainda a nada honrosa posição de
campeão latino-americano de geração de resíduos, contribuindo, segundo o
Panorama dos Resíduos Sólidos da Abrelpe - Associação Brasileira de Empresas de
Limpeza Pública e Resíduos Especiais, com 40% do total gerado na região (541
mil toneladas/dia, segundo a ONU Meio Ambiente).
Um dos setores que se destacam na
geração de lixo no país é o de alimentação, que produz mais de 150 mil
toneladas por ano, em média, por um milhão e meio de empresas do segmento em
todo o Brasil. E esse mercado continua em crescimento. Só na capital paulista e
em sua região metropolitana são 12.500 restaurantes, 15 mil bares, 3200
padarias e 1200 pizzarias gerando resíduos orgânicos e inorgânicos. Esses
dados, do Sindicato de Bares e Restaurantes de S. Paulo e do relatório do
Sebrae, colocam em destaque a necessidade de ações de controle - e destinação
correta – do grande volume de resíduos desses estabelecimentos. Sobretudo
porque, apesar de muitas cidades já possuírem uma legislação que obriga os
restaurantes que produzem mais de 200 litros de lixo por dia a contratarem um
descarte ambientalmente correto, infelizmente muitos ainda procuram burlar o
sistema, gerando gastos públicos para o recolhimento dos resíduos,
sobrecarregando aterros sanitários ou mesmo contratando coletas sem perceber a
importância de uma reciclagem ou de uma destinação mais nobre.
No entanto, no caminho – que pode ser
mais compensador e rápido do que muitos imaginam – para um ideal estágio de
Lixo Zero, já há ações eficazes e ferramentas tecnológicas disponíveis para
fazer, da pequena à alta gastronomia, as grandes aliadas da sustentabilidade.
Ações e práticas sustentáveis que previnem o desperdício, garantindo o
aproveitamento integral dos alimentos em preparação são um dos primeiros passos
para diminuir o grande volume do que hoje ainda é considerado de forma
equivocada por muitos como “lixo”. É primordial e possível implementar uma
gestão e um descarte ambientalmente corretos – e lucrativos - de resíduos
orgânicos e inorgânicos em toda
a cadeia envolvida no setor, do abastecimento ao transporte, controle de
fornecedores, logística reversa e destinação correta dos muitos e diferentes
tipos de resíduos. A tecnologia proporciona programas capazes de gerir
todos os tipos de resíduos recicláveis (papelão, plástico, alumínio e vidro),
não-recicláveis (como lixo sanitário), orgânicos e até mesmo o óleo de cozinha
usado, controlando processos e definindo as melhores alternativas de
valorização dos resíduos. Sistemas de última geração, seguros, desenvolvidos
com tecnologia blockchain, podem conectar restaurantes e bares a fornecedores
homologados, que executam a gestão, coleta e destinação dos materiais,
oferecendo possibilidades ambientais legais e as opções mais adequadas de
encaminhamento, seja para reciclagem, compostagem, logística reversa ou até
mesmo geração de energia.
O controle proporcionado por essas
ferramentas resulta em redução de custos operacionais, oportunidade para preços
mais competitivos, garantem as melhores tecnologias ambientais nos destinos
escolhidos e a obediência a exigências e prazos legais a que estão sujeitos
bares e restaurantes. Em muitos casos, os restaurantes podem ainda ganhar cashback com a separação do
lixo reciclável e óleo de cozinha usados com a solicitação de coletas com
destinos para reciclagem, onde serão pesados e o valor creditado aos
estabelecimentos. Processos como esse já são prática corrente em mais de 600
restaurantes, com 70 operadores logísticos homologados em diferentes Estados.
Outra vantagem proporcionada pelo uso de
tecnologia, ao meio ambiente e aos restaurantes, é o envio dos resíduos orgânicos
para compostagem e os não-recicláveis para cogeração de energia (CDR –
Combustível Derivado de Resíduo) em um ambiente controlado e legalizado,
garantindo observância da legislação ambiental e minimizando o impacto
ambiental.
A tecnologia pode e deve ser o melhor
tempero para uma gestão ambientalmente saudável, correta e economicamente
viável.
Sobre a GreenPlat
A GreenPlat é uma startup brasileira de software SaaS (software como serviço) para gestão ambiental, responsável por fazer o controle e a rastreabilidade em blockchain de cadeias produtivas para empresas e governos. A startup tem o objetivo de acelerar uma produção mais sustentável e sua solução gerencia todas as etapas do processo produtivo, além de licenças, certificados, transportes, matérias-primas, resíduos e indicadores ambientais como de consumo de água, energia e emissão de carbono. A startup completou cinco anos de atuação com importantes reconhecimentos mundiais: é a primeira startup na área ambiental a ser reconhecida como Technology Pioneer, concedido pelo World Economic Forum, além de ser membro integrante do Toilet Board Coalition. São cerca de 3 mil clientes no setor privado usando o software PlataformaVerde, além de 700 mil usuários em sua solução freemium do software CTRe, direcionado ao setor público. www.greenplat.com
Nenhum comentário