Abandono de partidos da coalizão leva o primeiro-ministro da Itália a renunciar
Fonte: Carolina Pavese, professora de Relações
Internacionais da ESPM e especialista em Europa
O primeiro-ministro da Itália, Mario
Draghi, renunciou ontem, quinta-feira (21), após o abandono dos partidos da
coalizão de unidade nacional. Afetada pela ameaça de recessão que ronda a
Europa, a Itália se vê diante de uma crise política que deve culminar em
eleições antecipadas na primeira quinzena de outubro.
Segundo Carolina Pavese, professora de
Relações Internacionais da ESPM e especialista em Europa, a duração média dos
governos italianos tem sido de 13 meses. “O governo do ministro Mario Draghi
que teve início no começo deste ano, já em um contexto conturbado, durou menos
do que a média de outros. E isso já está virando rotina na política italiana,
uma vez que temos visto o quão comum se tornou a troca de governos que não
completaram seus mandatos”.
De acordo com a especialista, essa
coalizão que sustentava Draghi era heterodoxa e heterogênea, a qual envolvia
partidos de extrema esquerda e partidos mais ao centro. Pavese ressalta que a mudança
se deu pela falta de apoio do movimento populista de extrema esquerda, chamado
“Cinco Estrelas”. “A perda do apoio ocorreu porque Draghi queria aprovar o
pacote de ajuda econômica para conter os efeitos do aumento da inflação e da
crise energética, piorada pelo conflito no leste europeu. Entretanto, o valor
proposto pelo pacote foi considerado ínfimo pelo Cinco Estrelas. Esse mesmo
movimento condenou o incentivo do governo no que concerne ao uso de fontes de
energias não renováveis”, afirma.
Pavese explica que a renúncia ao cargo
foi vista com muita tristeza por parte da opinião pública e pelos empresários.
Esse grupo fez um movimento atípico no final de semana passada, juntamente com
outras associações e representações de classe e setores da economia, para que o
ministro continuasse no cargo. As pesquisas indicam que caso seja convocada uma
eleição para agora, o avanço da extrema direita mudaria o cenário de poder na
Itália, atualmente na mão da esquerda.
O novo processo de escolha começa no dia
28 de julho e segue ao longo de agosto. Mas, a corrida já começou, com o
Partido Conservador definindo dois candidatos para concorrer ao cargo.
A especialista está à disposição para
comentar o assunto.
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