Além da defesa: como a cibersegurança agiliza os negócios
*Por Ilona
Simpson e Neil Thacker
Vivemos um tempo em que a disrupção se tornou padrão para as
empresas em todo o mundo para atender novas demandas com a pandemia,
renegociações comerciais e até guerras presenciais e cibernéticas. Porém, um
dado chama a atenção ao destacar que 57% dos diretores acreditam que nossa
sociedade sofre uma polarização econômica e política que representa a maior
fonte de risco cibernético. E esses pontos de polarização estão diretamente
ligados a projetos nas agendas dos CIOs e CISOs das empresas.
Tradicionalmente, a segurança inclui decisões de acesso binário
- permitir ou bloquear. Desta forma, se posicionou como uma guardiã, com
poderes para aprovar ou restringir planos e programas. Essa é uma das razões
pelas quais os profissionais de segurança nem sempre têm as melhores relações
de trabalho com seus colegas. Inclusive, uma pesquisa da Netskope realizada
em 2021 revelou que apesar dos objetivos compartilhados, as relações
'combativas' e 'disfuncionais' entre os profissionais de segurança e seus
colegas de TI comprometem os projetos de transformação digital.
Mas agora as coisas estão mudando. A segurança está
finalmente evoluindo para se tornar "mais inteligente"; capaz de
enxergar nuances e contextos, sobre os quais é possível desenvolver agilidade e
flexibilidade. O foco na eficiência operacional não desapareceu e até
houve muitos ganhos nessa área. Mas a disrupção inevitável e intensa nas
empresas desde 2019 finalmente encorajou a equipe de segurança a colocar a
viabilização dos negócios como prioridade.
Então o que mudou? Os CISOs e suas equipes deixaram de dizer não
por capricho, por que tinham menos a temer? Muito pelo contrário.
A
transformação na segurança
Em 2019, o Gartner recomendou uma nova abordagem para
arquiteturas de segurança, o Secure Access Service Edge (SASE), um conceito de
uma estrutura de arquitetura de segurança baseada em nuvem. Constituindo uma
grande parte da visão de SASE está o Security Service Edge (SSE), o conjunto
fundamental de serviços de segurança, que fornece os recursos necessários para
implementar serviços para proteger acessos remotos, tecnologia baseada em nuvem
e aplicações on-premises e infraestrutura. Em essência, o SASE é uma
estrutura e o SSE é um conjunto de serviços que inclui Next Generation Secure
Web Gateway (NG-SWG), Cloud Access Security Broker (CASB), Zero Trust Network
Access (ZTNA), Firewall as a Service (FWaaS), RBI e Software Defined –Wide Area
Network (SD-WAN)
O que
esta transformação significa e como pode apoiar os objetivos do CIO?
- Quando a segurança é baseada na nuvem e
centrada nos dados, o usuário e a localização dos dados não são mais
fatores limitantes. Os usuários e os dados podem ser seguros,
independentemente da localização ou do dispositivo de acesso.
- O entendimento contextual profundo dos
tipos de dados e do uso significa que as políticas podem ser projetadas
com muito mais granularidade do que simplesmente permitir/bloquear. Isto
quer dizer que as equipes de segurança podem dar mais permissões, sem expor
a empresa aos riscos.
- Proteger os dados, ao invés da aplicação,
significa que a visibilidade (e a política de segurança) não inclui apenas
aplicações sancionadas. As unidades de negócios podem inovar e encontrar
ganhos de produtividade sem passar sempre por autorizações de segurança
demoradas que podem levar meses até que uma aplicação seja liberada para
uso. (Os dados da Netskope colocam a porcentagem de uso de aplicações não
autorizadas na nuvem dentro das empresas em até 97%).
- Ao invés de exigir mais investimentos
durante um período de incerteza econômica, a transformação da segurança
reduz ativamente as despesas gerais. As empresas estão relatando uma
economia de milhões de dólares, pois encontram benefícios de custos por
meio da consolidação de fornecedores e integração de gerenciamento de
tecnologia, além de redução nas despesas gerais de redes, pois a segurança
é aplicada in-line e tudo não precisa mais ser encaminhado de volta aos
appliances no data center. Inclusive, 79% das empresas europeias já
relatam economia com a segurança na nuvem.
Estamos lidando com
desafios que nunca foram vivenciados nos últimos 100 anos. Os CIOs estão se
fortalecendo, utilizando a transformação digital para atender às demandas
comerciais para inovar na empresa como um todo, desde a prestação de serviços
até o RH, e todos os outros departamentos. Mas a oportunidade digital sempre
traz consigo ameaças e riscos e o CISO é um parceiro comercial crucial neste
momento. O patrimônio de TI em transformação se tornou quase irreconhecível em
comparação com a infraestrutura de 10 ou 20 anos atrás, e a segurança está
atrasada. Com a arquitetura de segurança correta – o SSE baseado em nuvem e
centrado em dados - a segurança está perfeitamente posicionada para contribuir
e permitir que os negócios se tornem ágeis e bem-sucedidos.
Ilona Simpson e Neil Thacker são respectivamente CIO e CISO para Netskope EMEA
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