Descubra por que as dores crônicas podem piorar durante os dias frios
Ortopedista explica relação entre as baixas
temperaturas e as dores no corpo
São Paulo, julho de 2022 - Sim, você tem razão quando percebe
que suas dores crônicas parecem mais intensas no inverno. E, infelizmente, você
não está sozinho. Segundo a Sociedade Brasileira de Estudos de Dor, mais de 30%
dos brasileiros sofrem com algum tipo de dor crônica, aquela que tem duração
maior do que três meses. Geralmente são dores relacionadas às doenças, como
artrite, artrose, tendinite, bursite, cefaleia, entre muitas outras.
Segundo o Dr. Layron Alves, ortopedista
especialista em cirurgia do ombro e cotovelo e sócio da Clínica LARC, esse fato
ocorre porque o corpo é programado para se adaptar às mudanças que possam
acontecer no ambiente e, assim, garantir a sobrevivência. O que nem sempre é um
ponto positivo quando falamos em dores crônicas.
“O que acontece é que todo o corpo sofre
um processo chamado de vasoconstrição, ou seja, os vasos sanguíneos diminuem de
calibre prejudicando o fluxo de sangue para as extremidades. Isso por si só já
piora a intensidade das dores. Mas, vale ressaltar que a viscosidade dentro das
articulações também fica prejudicada e o paciente, que sofre com problemas
articulares, tende a ter mais dor e maior dificuldade de movimento”, esclareceu
o especialista.
O aumento das dores em dias frios não
depende da faixa etária. Ao contrário do que muitos pensam: não são somente os
idosos que sofrem com dores crônicas. Isso está relacionado ao histórico médico
de doenças e tratamentos. Pacientes que passaram por intervenções cirúrgicas
para colocação de pino, placa ou prótese sentem mais ainda quando o inverno
chega.
Geralmente essa dor crônica acompanhada
pela rigidez na articulação dificulta o movimento, interferindo na rotina da
pessoa, principalmente quando afeta as grandes articulações, como é o caso do
ombro, por exemplo. Além de impossibilitar a elevação do braço, é comum que
toda a região do pescoço também fique inchada e inflexível.
Para o Dr. Layron a melhor alternativa é
evitar todo esse sofrimento mantendo uma rotina saudável e constante de
exercícios físicos. Assim, é possível melhorar a circulação sanguínea, manter o
fortalecimento muscular da região e garantir uma melhor flexibilidade de
movimento.
“Sempre digo aos pacientes que é
possível ter qualidade de vida, mesmo diante de dores crônicas, mas que para
isso é preciso disciplina. A atividade física, sem dúvida nenhuma, é uma
prática que evita muitas intervenções medicamentosas. Nestes casos, recomendo
que o paciente pratique exercícios de baixo impacto pelo menos três vezes na
semana e com supervisão de um profissional”, indicou.
“Alguns pacientes já estão em quadros
mais avançados e precisam passar por um tratamento para amenizar as dores da
articulação, as dores ortopédicas. Esses tratamentos vão melhorar o quadro de
dor, permitindo que o paciente consiga realizar essas atividades com mais
facilidade”, concluiu.
O especialista ainda lembra que evitar
exposição direta ao frio, manter as extremidades aquecidas e usar bolsa de água
quente nas regiões dolorosas, também podem contribuir para melhorar os sintomas.
Sobre o especialista: Dr. Layron Alves é ortopedista e especialista em tratamento de doenças crônicas degenerativas e em cirurgia do ombro e cotovelo, membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Ombro e Cotovelo (SBCOC). O especialista é preceptor efetivo da residência médica do Hospital Ipiranga SP e membro do grupo de cirurgia do ombro e cotovelo da Faculdade de Medicina do ABC.
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