Franquias: como trabalhar a expansão de forma sustentável?
Por Patrick Galletto*
O modelo de negócios baseado em
franquias apresenta um espetáculo de relacionamentos, no qual os protagonistas
são a franqueadora e os franqueados. Como coadjuvantes, temos os fornecedores e
os afiliados, enquanto o teatro pode ser representado pelos empreendimentos,
tendo como centro da trama o cliente.
Tudo gira em torno de gente. E, para a
relação evoluir e prosperar, é necessário que exista o match entre a proposta do
negócio e a expectativa do investidor, além da análise de combinação de riscos.
Parece simples, mas poucos realizam essa comunicação com propriedade, pois vai
muito além do envio de uma Circular de Oferta de Franquias (COF).
O processo demanda autoconhecimento de
cada parte e precisa se iniciar com o compartilhamento claro dos aspectos
qualitativos e quantitativos do negócio, por meio de boas conversas. Essa é uma
importante prática, e um bom primeiro passo para um crescimento saudável.
A segunda prática está ligada à expertise da franqueadora,
aplicada à tríade comercial: seleção do franqueado; avaliação do ponto de
venda; e negociação do custo total de ocupação. Um processo seletivo de
franqueados de nada vale, se não houver clareza dos perfis que a rede comporta.
A competência dos franqueados é tão relevante quanto a da franqueadora.
Avaliar um ponto comercial, seja uma
loja, seja um quiosque, consiste, sobretudo, em projetar a venda e prever os
impactos de imagem. Para isso, é necessário observar dezenas de indicadores,
tais como: acessibilidade, visibilidade, vizinhança, fluxo, potencial de
consumo e demografia. Cada um com seu devido peso, relacionado ao seu segmento
e formato.
Com a receita estimada, restará
resolver, ou melhor, negociar o “x” da equação de viabilidade, que é o custo
total de ocupação (CTO), que deverá resultar em valor satisfatório para a franquia
e para o empreendimento ou proprietário. Se os limites das partes não se
interseccionarem, será prudente declinar ou postergar para outro momento mais
oportuno. Literalmente, abrir a qualquer custo é uma ameaça para a vida da
unidade.
Por fim, uma terceira prática é ter uma
política de preferência de franqueados para a abertura de novos pontos, que
previna problemas e vislumbre uma parceria de longo prazo. Gosto da visão dos
três gês: geografia, gestão e grana, que pondera a proximidade física do dono em
relação aos seus negócios e à sua residência, a capacidade de gestão nos
aspectos operacionais e a consideração do capital disponível para o
investimento inicial, sem a necessidade de endividamento.
Some a essas três práticas um plano de
mídia inteligente, que traga leads
qualificados, e uma estrutura que favoreça a colaboração e conte com pessoas
talentosas. Dessa forma, certamente, você estará diante de uma alta
probabilidade de sua rede de franquias experimentar um boom sustentável de
expansão.
Num cenário mundial de crises
sobrepostas, o time da franqueadora e os empresários de franquias investem dor
e amor. Dor, que implora resiliência e esforços diante da imprevisibilidade e
do caos que insiste em nos desafiar. E amor, que aparece na gana por servir,
gostar de pessoas, curtir a marca e, a cada dia, experimentar a doce arte de
inventar alegria.
*Patrick Galletto é diretor de Negócios – Franquias e B2E da The Fini Company Brasil
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