Mutirão de limpeza marca as celebrações do Mês do Manguezal no Pará
Em julho, diversas atividades mobilizam
famílias de reservas extrativistas marinhas na maior área contínua desse
ecossistema no mundo
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LImpeza de Manguezais_Clean Up Day edicação 2021
San Marcelo - Projeto Mangues da Amazônia/Sapucaia Filmes |
O Dia Mundial de Proteção aos
Manguezais, comemorado em 26 de julho, mobiliza anualmente a população global
para a conservação de um dos ecossistemas mais importantes do planeta, capazes
de oferecer serviços ambientais valiosos – como biodiversidade, segurança
alimentar e mitigação de carbono, além da geração de renda com a pesca e o
turismo, entre outros benefícios socioeconômicos. Na zona costeira paraense,
onde se localizam os maiores mangues da superfície terrestre, a data motiva uma
série de atividades ao longo do mês, com destaque para os mutirões de limpeza
que sensibilizam o público contra os riscos do lixo, em defesa da proteção
ambiental.
No dia 24 de julho, o Clean Up Day
reunirá cerca de 100 pessoas para a coleta de resíduos e ações educativas e
informativas nas praias e áreas de manguezais de Bragança (PA) e entorno, em
parceria entre diferentes instituições locais. “O objetivo é realizar o mutirão
aproveitando a temporada de veraneio na região, para aumenta a visibilidade e
alcance das ações de sensibilização”, explica John Gomes, gestor do projeto
Mangues da Amazônia, que desenvolve diferentes frentes de trabalho
socioambiental com objetivo de promover a conservação e uso sustentável do
ecossistema.
A iniciativa é realizada pelo Instituto
Peabiru e Associação Sarambuí, com patrocínio da Petrobras e apoio do
Laboratório de Ecologia de Manguezal (LAMA), da Universidade Federal do Pará
(UFPA). Em julho, as celebrações do Mês do Manguezal abrangem ainda a exibição
de 12 sessões do Cine RESEX, levando o cinema com temáticas socioambientais às
comunidades extrativistas atendidas pelo projeto.
As ações comemorativas ocorrerão em
paralelo à agenda de atividades educacionais contínuas do projeto, como a
iniciativa PROMANGUE, que integra jovens de 13 a 19 anos de comunidades
extrativistas e em julho contará com uma programação especial. Além de oficina
sobre justiça climática, o grupo terá debates sobre a importância da
conservação dos serviços ecossistêmicos dos manguezais. “A relevância desse
ecossistema tem sido reforçada por outras agendas globais da ONU como a Década
da Restauração de Ecossistemas, a Década do Oceano e os Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável (Agenda 2030)”, destaca Indira Eyzaguirre,
coordenadora do PROMANGUE.
Neste ano, há ainda a expectativa das
reuniões globais do clima e da biodiversidade, com reflexos na maior
valorização do potencial ecológico e socioeconômico dos manguezais, como os
amazônicos, que buscam se manter bem conservados. A região compõe um dos 27
sítios brasileiros reconhecidos pela Convenção de Ramsar – tratado ambiental da
ONU que entrou em vigor em 1975 com uma lista de áreas úmidas de alta
relevância para o planeta, entre pantanais, charcos, várzeas, rios, estuários,
recifes de corais e manguezais. O Sítio Ramsar denominado “Estuário do Amazonas
e seus Manguezais” abrange 3,8 milhões de hectares no Amapá, Pará e Maranhão,
incluindo 23 unidades de conservação, principalmente reservas extrativistas.
“As comemorações de julho funcionam como
um lembrete que se junta a tudo isso, mantendo viva e palpável a importância
desse ecossistema, com democratização da informação e continuidade das ações o
ano todo”, completa Eyzaguirre.
Sobre o Projeto Mangues da Amazônia
O Mangues da Amazônia é um projeto
socioambiental com foco na recuperação e conservação de manguezais em Reservas
Extrativistas Marinhas do estado do Pará. É realizado pelo Instituto Peabiru e
pela Associação Sarambuí, em parceria com o Laboratório de Ecologia de
Manguezal (LAMA), da Universidade Federal do Pará (UFPA), e conta com patrocínio
da Petrobras, através do Programa Petrobras Socioambiental. Com início em 2021
e duração de dois anos, o projeto atua na recuperação de espécies-chave dos
manguezais através da elaboração de estratégias de manejo da madeira e do
caranguejo-uçá com a participação das comunidades.
Sobre a Associação Sarambuí
A Associação Sarambuí é uma Organização
da Sociedade Civil (OSC) com sede em Bragança – Pará, constituída em 2015, cuja
missão é promover a geração de conhecimento de maneira participativa, em prol
da conservação e sustentabilidade dos recursos estuarino-costeiros. Nossas
ações são direcionadas ao ecossistema manguezal, ao longo da costa amazônica
brasileira, em particular no litoral do Estado do Pará. É uma das organizações
realizadoras do projeto Mangues da Amazônia.
Sobre o Instituto Peabiru
O Instituto Peabiru é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) brasileira, fundada em 1998, que tem por missão facilitar processos de fortalecimento da organização social e da valorização da sociobiodiversidade. Com sede em Belém, atua nacionalmente, especialmente no bioma Amazônia, com ênfase no Marajó, Nordeste Paraense e na Região Metropolitana de Belém (PA). É uma das organizações realizadoras do projeto Mangues da Amazônia.
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