Salas comerciais: de patinhos feios à resposta potencial às novas demandas de mercado
Por Rogério Santos (*)
O mundo do trabalho vive profunda
transformação, com impactos diretos no mercado imobiliário. Ainda que os
índices de desemprego sigam elevados, profissionais qualificados levam, cada
vez mais em conta, outros fatores além do salário na tomada de decisão de
permanecer ou não no emprego. E a flexibilidade do local de trabalho se tornou
um dos principais fatores para as empresas reterem talentos.
Chamado de a Grande Resignação, o
crescimento exponencial de pedidos de demissão em massa por pessoas que buscam
mais qualidade de vida e não aceitam mais modelos ultrapassados de trabalho
chegou para ficar. Levantamento do Ministério do Trabalho dos Estados Unidos
aponta que, em novembro de 2021, o recorde de 4,5 milhões de americanos deixou,
voluntariamente, os respectivos empregos.
No Brasil, a tendência também ganha
força. Levantamento da empresa recrutadora Robert Half, realizado no fim do ano
passado, apontou que 49% dos entrevistados pretendiam buscar novas
oportunidades de trabalho em 2022. Em grandes centros, como São Paulo, a
satisfação com o emprego passa não só pela função em si, mas pelo tempo gasto
no trânsito com deslocamentos de casa para o escritório e vice-versa.
Impulsionados pela pandemia, “home
office”, comércio virtual e ensino a distância vieram para ficar, moldando uma
nova economia. As mudanças contribuem para reduzir a tolerância frente a
problemas relacionados à mobilidade e para valorizar o conforto e a economia
financeira e de tempo proporcionados pelas atividades remotas.
De modo geral, as empresas reconhecem
que a produtividade dos funcionários pode ser mantida no “home office”, mas
avaliam que a troca de ideias frequente e as interações espontâneas
proporcionadas pelo ambiente compartilhado nos escritórios se refletem em
dinamismo e disseminação da cultura da organização.
Como conciliar, então, as necessidades
dos dois lados? O entendimento da UBlink é que a descentralização dos
escritórios em saletas distribuídas em diferentes locais da cidade pode ser,
justamente, a solução para as demandas de empregadores e funcionários.
De patinho feio à solução para as atuais
demandas, as saletas podem ser o espaço ideal para empresas que tiveram de
diminuir de tamanho, na pandemia, e passaram a precisar de menos espaço. As
salas se mostram adequadas também para quem ingressou no empreendedorismo e se
depara com a necessidade de um local para receber clientes e potenciais
investidores.
Além da possibilidade de ter seus
funcionários em vários endereços, distribuídos conforme a conveniência de cada
um, as saletas oferecem preços de locação por metro quadrado inferiores aos dos
escritórios dos prédios corporativos. Neste momento de inflação e juros em
alta, a economia de custos administrativos ganha ainda mais relevância.
Novas profissões surgem, enquanto outras
se tornam obsoletas. Os novos ramos de atuação precisam ter eficiência de
custos, o que afeta o tipo de escritório buscado. O mercado imobiliário não
pode fechar os olhos para as novas necessidades.
(*) Rogério Santos é um dos fundadores da UBlink
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