Seguro rural tem oferta escassa para a safra 2022/23
Segundo Ministério da Agricultura, recursos
para subvenção governamental estão chegando ao fim e seguradoras podem parar de
oferecer apólices ainda em agosto
Aegro buscou alternativas para oferecer seguro
rural ao produtor de grãos
Divulgação/Aegro
A quebra
de safra acentuada em diversos estados causou perdas
bilionárias à agricultura e provocou um acionamento histórico do seguro
rural. O índice de sinistralidade - diferença entre o valor
arrecadado com a venda de seguros e o pago em indenizações - atingiu 366% nos
quatro primeiros meses do ano e segue elevado, segundo a Susep, um
desequilíbrio que já impacta a oferta de seguros agrícolas para o ciclo
2022/23. O resultado é que o produtor deve encontrar menos ofertas disponíveis
no mercado e condições diferentes das vistas nos anos anteriores.
“As duas grandes perdas sofridas,
especialmente com o milho safrinha e agora com a safra verão, têm feito o mercado
de seguro agrícola viver um contexto de oferta limitada de produto devido aos
riscos enormes. Somente nos três primeiros meses deste ano, mais de R$ 7
bilhões em indenizações foram pagos aos produtores, por exemplo”, afirma Felipe
Caballero, especialista no mercado de seguros, da Agro4U Assessoria e
Intermediação.
Ele cita que o produtor rural deve
encontrar menos opções de produto e mais restrições de cobertura para
contratação de uma apólice em relação às safras passadas. Por isso, orienta que
o produtor interessado em proteger sua lavoura não deixe para buscar um produto
às vésperas do plantio e tenha em mente as particularidades do novo
ciclo.
“O produtor muitas vezes na hora da
contratação olha para a proposta com base no histórico da sua produção, mas
dado o contexto de mudanças climáticas que estamos vendo, já não basta olhar
para trás, é preciso enxergar à frente. Talvez, ao olhar uma proposta agora ele
considere a cobertura pouco atrativa, porém é preciso ter em mente que o seguro
objetiva repor as perdas ao produtor e não assegurar o lucro da atividade”,
explica.
Dentre as modalidades mais procuradas
atualmente está o seguro
de custeio. Neste produto, o valor de cobertura é vinculado ao
empréstimo realizado junto às instituições financeiras para custear as despesas
da produção. É importante se atentar à sua disponibilidade, caso haja interesse
em um financiamento, pois o seguro é a garantia aos agentes concessores de
crédito neste processo.
Outro ponto é a subvenção ao seguro
agrícola, que é finita, e quanto mais atrasada a contratação, maiores os riscos
do produtor não conseguir acesso ao recurso. Essa semana, o Departamento de
Risco Rural do Ministério da Agricultura anunciou que já foram comprometidos mais de 70% dos
recursos do PSR (Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro
Rural) aprovados para este ano - R$ 900 milhões. E, com isso, além de não haver
subvenção suficiente, é
possível que as seguradoras que operam o seguro agrícola travem seus sistemas,
parando de oferecer apólices para proteção da lavoura de soja e milho a partir
de agosto.
É importante que o produtor acompanhe os
movimentos e disponibilidade de seguros em sua região, uma vez que muitas podem
não ter comercialização de apólices em número suficiente para a futura safra.
Uma opção para driblar a escassez do
mercado e ganhar tempo na contratação do seguro é já realizar sua cotação e
analisar as condições que estão disponíveis agora no mercado. A Aegro,
agtech de gestão de fazendas que também atua como corretora de
seguros rurais, oferece cotações rápidas para lavouras de soja, milho e arroz,
para diversas regiões do Brasil, com atendimento rápido e personalizado.
“Diante de um cenário adverso como o
atual, de restrição na oferta, sabemos que o produtor terá dificuldade em
encontrar produtos localmente, sobretudo em algumas operadoras pequenas. Assim,
buscamos parcerias com grandes seguradoras do mercado para que possamos
disponibilizar ao produtor um seguro que atenda às suas necessidades”, destaca
Juliana Dana, gerente de seguros da Aegro.
Qualquer produtor de grãos pode
solicitar cotação gratuita pelo site https://conhecimento.aegro.com.br/aegro-seguros.
A contratação da apólice está sujeita a análise.
CUIDADOS NA CONTRATAÇÃO DE UM SEGURO
RURAL
Além do cenário de restrição na oferta,
Cidmar Stoffel, da Agro4U, alerta que o produtor deve ser ainda mais cauteloso
na contratação do seguro para evitar problemas no acionamento em caso de um
possível sinistro. Isso porque as seguradoras também devem estar mais exigentes
no cumprimento das condições contratuais, dadas as condições de mercado.
“É fundamental que o produtor busque um corretor especializado, que entenda as especificidades, para que ele não compre gato por lebre e só descubra isso na hora de acionar o seguro. Outro ponto de atenção é seguir, de fato, os pré-requisitos para obtenção do seguro rural, como realizar o plantio dentro da janela adequada e usar sementes certificadas. Neste novo cenário que vemos, as seguradoras deverão estar mais exigentes em todas as etapas do seguro, inclusive no sinistro”, comenta.
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