Tendência de quatro dias de trabalho: entenda o cenário e expectativa para o Brasil
Profa. Ma. Juliana Saboia, do curso de
Administração do Cesuca, explica os caminhos e benefícios da redução de jornada
de trabalho
Cachoeirinha,
05 de julho de 2022 – Empresas do Reino Unido, EUA, Canadá,
Austrália e Nova Zelândia estão em teste e processo de implementação da semana
de quatro dias de trabalho, assim como Portugal, que também está mapeando e
estudando esse novo modelo de trabalho. Já no Brasil, algumas empresas vêm
especulando e avaliando também, mas ainda com alguns tabus a serem quebrados
pelas companhias em relação a redução de jornada.
Mudanças na rotina, estudos e mercado de
trabalho estão cada vez maiores desde a chegada da pandemia da Covid-19, e um
dos grandes pontos levantados neste período é a importância do bem-estar e da
qualidade de vida acima de tudo.
Visando esse último fator, a redução
para quatro dias de trabalho viralizou na mídia como tema necessário. A Profa.
Ma. Juliana Saboia, do curso de Administração do Cesuca,
cita alguns motivos para haver interesse das empresas em reduzirem a jornada,
dentre eles a pandemia. “Já ocorriam movimentos e estudos sobre a diminuição da
jornada anteriormente, com exemplos de 2015 e até antes disso. Com a pandemia,
passou-se a refletir mais sobre trabalho, vida, significado e importância, além
da experiência positiva do home office para a maioria das pessoas, o que levou a questionar a
produtividade embasada em controle físico e horas de trabalho.”
“Apesar de ser vista com alguns receios
ainda, a redução de jornada tem benefícios para as empresas e para os
colaboradores, e aquelas que estão aderindo acabam influenciando a cadeia, o
que leva o debate para demais locais e áreas de atuação”, ressalta Juliana.
Os benefícios dos quatro dias de
trabalho são inúmeros, considera a docente, sendo a melhoria da qualidade de
vida o principal. Juliana destaca que com a redução (que pode ser folga na
sexta, na segunda, na quarta ou em qualquer dia que a empresa combinar), há um
ajuste nas atividades do dia a dia, possibilitando que a pessoa aproveite mais
a vida fora do escritório. Passar mais tempo com a família, praticar atividade
física, ir a médicos, passear mais, fazer mais cursos, ir ao cinema ou fazer
nada são benefícios que os colaboradores relatam.
“Esse modelo de trabalho ajuda os
colaboradores a se sentirem mais produtivos quando estão na empresa, focando
melhor nas suas funções e sendo mais gratos por estar em uma empresa que tem
tal prática. Em contrapartida, para a companhia há a redução de custos com
energia e insumos como papel, café, impressões, melhoria do clima
organizacional, aumento de candidatos qualificados nas vagas, redução com
absenteísmo e faltas, redução do turnover e aumento de produtividade. Ou seja, todos têm a ganhar”,
explica a professora.
Perspectivas
dos quatro dias de trabalho no Brasil
Juliana reforça que a prática fora do
país é crescente. Há estudos em execução em Portugal e Reino Unido (intitulado
Global 4-day Week) e práticas concretas no Japão, Islândia, Canadá, Austrália,
Espanha, Nova Zelândia, Dinamarca, Estados Unidos, entre outros.
“No Brasil, ainda está engatinhando,
muito pela mentalidade do empresariado, que não tem métricas claras de
produtividade, e a faz com base em horas trabalhadas e presencialidade.
Contudo, temos empresas em solo brasileiro que colocaram em prática e estão
colhendo os frutos. Acredita-se que por aqui ainda tem muito a amadurecer,
visto que há discussão sobre a implantação ou não de sistema híbrido, mesmo que
os dados mostrem aumento de produtividade e desejo dos colaboradores brasileiros
em permanecer nesse formato”, avalia a professora de administração.
Economicamente, o modelo de trabalho
reduzido não afeta as empresas e nem o mercado. “Não há dado que demonstre
impactos, todas as pesquisas mostram uma melhoria expressiva em aumento de
produtividade e redução de custos para as companhias. Claro que tem necessidade
de adaptações, principalmente em setores em que se trabalha sete dias, com
escalas organizadas. Como qualquer movimento de mudança, entende-se que nem
todos os setores poderão atuar nesse formato e que dentro da mesma empresa
algumas áreas poderão e outras não. Porém, isso faz parte do mercado, nem todos
trabalham e ganham da mesma forma”, enfatiza.
Tendo isso em vista, uma das principais
controvérsias é a ideia da perda de produtividade com a redução da jornada de
trabalho. Para Juliana, esta não será impactada. E ela exemplifica: as pessoas
trabalham da mesma forma há mais de 30 anos, com jornada presencial de 40/44h
semanais. “Contudo, a tecnologia mudou muito nesse período e novas formas de
trabalho são possíveis, logo, reduzir a jornada não afeta na produtividade se
as pessoas forem preparadas para isso e a empresa tiver os processos e as
ferramentas necessárias.”
Por fim, a professora de Administração
do Cesuca salienta que os quatro dias de trabalho é
uma tendência que inclui também as horas. “Há a possibilidade de trabalhar 32
horas semanais e dividir o tempo como se desejar. Se olharmos para o futuro do
trabalho, o que mais se fala é a atuação por projetos e entregas, e o que menos
se aborda é sobre hora trabalhada, jornada ou local. Para as empresas que
querem se manter competitivas e com os melhores talentos, fazer a mudança na
mentalidade de encarar o formato do trabalho é urgente”, finaliza.
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Sobre o Cesuca – Localizado em Cachoeirinha, na região metropolitana de Porto Alegre, o Centro Universitário Cesuca é uma das referências no ensino superior gaúcho pela sua excelência na qualidade acadêmica. Possui elevados índices de avaliação é considerado o melhor Centro Universitário do Rio Grande do Sul e também está na 6ª colocação entre instituições públicas e privadas do Estado, segundo o Índice Geral de Cursos (IGC) 2019, divulgado pelo Ministério da Educação (MEC). Oferece dezenas de cursos de Graduação, Pós-Graduação e Extensão, também com excelentes conceitos do MEC. A Instituição pertence ao grupo Cruzeiro do Sul Educacional, um dos mais representativos do País, que reúne instituições academicamente relevantes e marcas reconhecidas em seus respectivos mercados, como Universidade Cruzeiro do Sul e Universidade Cidade de São Paulo – Unicid (São Paulo/SP), Universidade de Franca - Unifran (Franca/SP), Centro Universitário do Distrito Federal - UDF (Brasília/DF, Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio - Ceunsp (Itu e Salto/SP), Faculdade São Sebastião – FASS (São Sebastião/SP), Centro Universitário Módulo (Caraguatatuba/SP), Centro Universitário Cesuca (Cachoeirinha/RS), Centro Universitário da Serra Gaúcha - FSG (Bento Gonçalves e Caxias do Sul/RS), Centro Universitário de João Pessoa – Unipê (João Pessoa/PB), Centro Universitário Braz Cubas (Mogi das Cruzes/SP) e Universidade Positivo (Curitiba e Londrina /PR), além de colégios de educação básica e ensino técnico. Visite: www.cesuca.edu.br
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