A importância da Pesquisa Clínica para a Saúde Pública no Brasil
Segundo Abracro (Associação Brasileira de
Organizações Representativas de Pesquisa Clínica), evidências fornecem outras e
novas opções de tratamento para os pacientes em atendimento pelo SUS
De acordo
com o Ministério da Saúde,
em levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), 71,1% dos brasileiros buscaram por atendimento nos serviços públicos de
saúde, dos quais 47,9% foram atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e
33,2% conseguiram pelo menos um dos medicamentos necessários para seus
tratamentos também por meio do SUS.
Diante deste cenário, com a maior parte
da população brasileira buscando atendimento gratuito, a Pesquisa Clínica se
torna um pilar fundamental na garantia de tratamentos e medicamentos cada vez
mais adequados para as pessoas de maneira mais democrática. “As etapas dos Ensaios Clínicos vão
garantir a eficácia e segurança dos tratamentos e medicamentos que estão sendo
colocados à disposição desses pacientes”, afirmou Fernando de Rezende Francisco, Gerente
Executivo da Abracro.
De acordo com levantamento da Abracro, entre 2006 e
2019, mais de 247 mil estudos clínicos foram realizados no mundo todo. Desse
total, mais de 6 mil no Brasil. Desde a fundação da associação, no entanto, o
Brasil saiu do patamar de 300 estudos por ano para uma média de quase 600 novos
estudos por ano nos últimos cinco anos, de acordo com levantamento feito pela National Library of Medicine
(NLM), ligada ao National
Institutes of Health (NIH), pertencente ao governo dos Estados
Unidos.
E para se ter uma ideia, só na pandemia,
estiveram em curso no mundo mais de 400 ensaios clínicos de medicamentos e
terapias para combater o coronavírus, de acordo com levantamento feito pela
NLM. Mundialmente, durante esse período, o Brasil participou de cerca de 3,85%
dos estudos relacionados à Covid-19. Além disso, no país, segundo o Ministério
da Saúde, o percentual de estudos em estágios iniciais evoluiu de 27% em 2018
para 40% em 2020, e mais de 100 centros brasileiros de pesquisa estiveram
envolvidos nos processos.
“Os
Estudos Clínicos feitos no Brasil são essenciais para desenvolvermos
alternativas de tratamentos e medicamentos que façam cada vez mais sentido para
a nossa população e para a realidade da nossa geolocalização”,
completou Rezende.
Mercado ainda é invisibilizado
Apesar de ser um mercado importante,
estratégico e com potencial de desenvolvimento (um dos seis maiores do mundo),
os déficits de investimento na área da Pesquisa Clínica têm impacto direto no
desenvolvimento e produção de novos medicamentos e tratamentos.
Recentes movimentos das Leis de Diretrizes Orçamentárias
para bloquear e reduzir recursos para a área, com bloqueio de R$2,5 bilhões nos
recursos destinados à Pesquisa
Científica, coloca em discussão a real importância da área e
inviabiliza toda uma cadeia produtiva.
“Neste
sentido, nós vamos em direção contrária ao que deveria ser feito. Esse
investimento em Ciência e em Pesquisa deve ser permanente e crescente para
proteger a nossa população. Não podemos ter um olhar tão a curto prazo.
Acredito que o desafio é olhar para o futuro e pensar onde queremos que o nosso
mercado esteja daqui a 10 anos”, finaliza o executivo.
Sobre a ABRACRO
A Associação Brasileira de Organizações Representativas de Pesquisa Clínica é responsável pela grande mudança na reputação dessa área tão importante para a saúde no Brasil. Há 17 anos, ela representa as ORPCs (Organizações Representativas de Pesquisa Clínica) e contribui para a melhoria dos processos e atividades do setor. Hoje, são fonte para os órgãos reguladores do setor que, pela rigidez dos processos e questões éticas, muitas vezes a consulta antes da publicação de uma nova norma. A ABRACRO também realiza eventos e workshops para aproximar o paciente e o público leigo dos profissionais da área.
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