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Apesar de complexas, obras de aeroportos são importantes vetores de desenvolvimento local

Além de estudos prévios, a construção desse tipo de empreendimento precisa respeitar normas técnicas preconizadas por órgão nacionais e até internacionais; em Aparecida de Goiânia, moderno centro aeronáutico demandou dez anos de levantamentos técnicos e ambientais para início das obras

Divulgação

Num mundo cada vez mais globalizado, uma infraestrutura como um aeroporto ganha especial importância como um importante vetor de desenvolvimento econômico e urbano. Cidades aeroportuárias crescem em sinergia com as atividades e serviços ligados direta e indiretamente à aviação, atraindo mão de obra e público consumidor qualificados e também inúmeras empresas, que geram divisas e empregos para toda a região.

Igualmente proporcional a sua importância, é também a complexidade desse tipo de obra, especialmente por causa da questão da segurança que permeia todas as etapas da construção de um aeroporto. Com mais de 15 anos de experiência e atualmente respondendo pelo comando das obras daquele que será o maior aeroporto voltado para a aviação de negócios no Centro-Oeste - o Antares Polo Aeronáutico, que está sendo construído na cidade de Aparecida de Goiânia -, o engenheiro civil Breno Rojas fala um pouco dos desafios desse tipo de construção.

“Um aeroporto é, de fato, um empreendimento de grande complexidade, tanto que no Antares, por exemplo, foram necessários 10 anos de estudos técnicos e ambientais para viabilizar o empreendimento e depois aprovar o projeto junto aos órgãos reguladores”, destaca Rojas. Ele lembra, inclusive, que para o projeto do Antares foi necessário alterar o plano diretor de Aparecida de Goiânia, município que integra a região metropolitana de Goiânia. “Foi preciso criar normas legais que impeçam construções que afetem a segurança da aviação em torno do aeroporto”, lembra.

Breno explica, ainda, que uma obra de aviação precisa seguir normas técnicas preconizadas pela Diretoria de Infraestrutura da Aeronáutica (DIRINFRA), órgão da Força Aérea Brasileira (FAB), pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e pela Organização Internacional de Aviação Civil (ICAO).

*Pista*
Dentre as estruturas existentes em um aeroporto, a pista de pouso e decolagem, segundo explica Breno, é a que requer mais cuidados durante a execução do projeto. “A pista é o item mais importante, até porque toda a concepção do projeto de um aeroporto parte dessa estrutura. É a partir dela, da sua extensão, largura, da sua posição geográfica, é que se definirá o porte e os tipos de aeronaves que poderão operar no local”, explica o engenheiro.

Para demonstrar o quão a pista é fundamental para um projeto de aviação, Breno Rojas toma como exemplo o próprio Antares Polo Aeronáutico. “Recentemente foram feitas melhorias no projeto e uma das alterações realizadas foi a inclusão de saídas rápidas em alças de 45 graus na pista, para as aeronaves que estiverem em operação de pouso poderem sair rapidamente da pista em alta velocidade. Isso possibilitará um número maior de operação de pouso e decolagem com total segurança”, esclarece.

Segundo o engenheiro, também foi alterada a largura da pista, fazendo com que aeronaves com com envergadura de até 50 metros de asas façam operações, desde que se obedeça a capacidade máxima de carga de 64 toneladas. “A largura maior de pista traz mais segurança para aeronaves maiores, principalmente no momento das decolagens, pois as turbinas irão operar dentro de uma área pavimentada evitando o carregamento de materiais soltos”, diz.

Outra melhoria relevante, destacada pelo gestor da obra, foi a elevação do índice PCN de 30 para 35. Segundo ele, esse número de classificação de pavimento, que indica a resistência que a pista possui face às aeronaves, irá assegurar a operação de aeronaves de até 48 toneladas, como por exemplo, um Boeing 737.800 com até 80% de sua capacidade máxima de carga.

O Antares terá a possibilidade de operações tanto pelo sistema VFR (Regras de Voo Visual), quanto pelo IFR (Regras de Voo Por Instrumento). No primeiro, como o nome mesmo já diz, o piloto tem condições de fazer os pousos e decolagens por meio de referências visuais externas, já no segundo sistema a orientação da aeronave se dá pelos instrumentos de bordo. Com uma pista que terá iluminação e sinalização noturna, as operações no aeroporto poderão ser feitas de forma totalmente segura tanto à noite quanto durante o dia.

*Polo aeronáutico*
Localizado privilegiadamente no centro do País, em Aparecida de Goiânia, o Antares Polo Aeronáutico promete ser mais do que um aeroporto público privado voltado para a aviação de negócios. Atualmente no empreendimento está sendo concluída a terraplenagem da pista e já começou a execução da terraplenagem nas áreas onde serão implantados os hangares, pátio de aeronaves, terminal de embarque e o estacionamento. “Só com esse trabalho de terraplanagem movimentamos cerca de 500 mil m3 de terra e até novembro deste ano iremos fechar um acumulado de 1 milhão de metros cúbicos, o que equivale a 85 mil viagens de caminhão basculante”, cita o engenheiro civil.

Serão mais de 650 mil metros quadrados (m²) voltados para a construção de hangares, que além de aeronaves, estarão preparados para receber empresas dos mais variados segmentos da aviação, como operadoras de táxi-aéreo, empresas de logística, manutenção de aeronaves, escola de aviação, serviços aeromédicos e outros.

Com investimentos da ordem de R$ 100 milhões e ocupando uma área total de 2 milhões m², o Antares é um empreendimento capitaneado por um consórcio formado por empresas goianas, dentre elas Tropical Urbanismo, Innovar Construtora, CMC Engenharia, BCI Empreendimentos e Participações e a RC Bastos Participações. A previsão de conclusão da primeira fase da obra, já com terminal de passageiros, estacionamento, portaria e 72 hangares já entregues funcionando, é para o final de 2024.

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