Como os brasileiros percebem o Branding do nosso país?
Em estudo inédito da Ana Couto "Branding
Brasil - O valor que o país gera", a agência procura entender como marcas
e pessoas podem construir mais valor para o Brasil
Ana Couto, agência especializada em
marca, negócio e comunicação, acaba de lançar um estudo sobre a marca Brasil. A
pesquisa Branding Brasil nasceu do objetivo de saber qual a percepção do
brasileiro em relação ao país e mapear oportunidades para pessoas e
organizações na construção de valor.
O Branding ajuda a decodificar valor, a
entender as principais associações e universo simbólico de uma marca, além de
identificar o que precisa ser priorizado para objetivos serem alcançados. Por
isso, a agência decidiu realizar o estudo para decifrar o valor que o Brasil
gera como marca. Com base no Valometry, a primeira plataforma de gestão de
valor de branding do Brasil criada pela agência, o Brasil foi avaliado sobre a
ótica das 3 ondas de valor: Produto (para entender a relação custo-benefício e
diferenciação do país), Pessoas (identificação, fidelização e conexão emocional
dos brasileiros com país) e Propósito (uma visão de mundo compartilhada entre
brasileiros que mobiliza e cria impacto positivo).
Foram realizadas pesquisas utilizando 3
metodologias complementares: 5 comunidades online, com 150 participantes
ao todo; Social listening, com análise de mais de 600 mil tweets e um estudo
quantitativo com 2500 representantes de todo o Brasil.
A relação do brasileiro com o Brasil -
Há uma clara distinção entre a imagem do Brasil e a do brasileiro. Enquanto a
instituição está associada a percepções mais negativas, o brasileiro continua
sendo o melhor do Brasil. Os dados revelam que 71% acham que o brasileiro é
capaz de fazer qualquer coisa quando se une. As percepções da maioria dizem
muito sobre o que dificulta nosso desenvolvimento: 54% acreditam que o país
está isolado e percebem o Brasil como um país ilhado, já 52% acreditam que o país
não se desenvolve por sempre mudar de rumo e 51% acreditam que o brasileiro
passa muito tempo brigando entre si.
Quando falamos de união, por exemplo,
38% acreditam que o país está mais unido, 33% acreditam que o país está mais
desunido, e apenas 29% acreditam que nada mudou nos últimos 10 anos. Já, quando
falamos de tolerância, 37% veem o Brasil como mais tolerante versus 35% que
acreditam que está menos tolerante. Em relação ao orgulho, 31% sentem mais
desgosto em relação ao Brasil, já 40% se sentem orgulhosos em relação ao país.
Diante dessas análises, foi observado que existem vários Brasis dentro de um só
Brasil.
Contraste entre as gerações mais velhas
e mais novas - Os jovens possuem uma visão muito mais pessimista e desvinculada
do Brasil do que a população mais velha. 44% dos jovens de 16 a 20 anos não se
identificam com o Brasil; 56% dos jovens de 16 a 20 anos não acreditam que o
Brasil é o lugar ideal para viver. Os jovens são mais críticos ao Brasil,
enquanto os mais velhos se mostram mais conectados.
O Brasil simbólico: o poder dos ícones -
A avaliação dos brasileiros sobre a bandeira nacional e a camisa da seleção nos
mostra que as suas associações estão preservadas. Apenas 12% das pessoas acima
de 55 anos acham que a bandeira do Brasil é um símbolo do passado. Isso
significa que 73% dessa faixa etária acredita que a bandeira é nosso símbolo
máximo e que representa a união do país. A percepção com a camisa da seleção
brasileira também é positiva para as pessoas acima de 55 anos, 60% acreditam
que a camisa representa futuro e 67% que a camisa representa esperança. Isso
nos mostra que a avaliação dos brasileiros sobre a bandeira nacional e a camisa
da seleção e as suas associações estão preservadas.
Mulheres e Negros- Quando perguntado “A
bandeira representa futuro?”, a taxa de concordância varia conforme o público.
Mulheres e negros concordam menos que a bandeira nacional representa futuro:
67% das mulheres e 57% dos negros não concordam e tem mais sentimentos mistos
em relação à bandeira.
Saudade dos símbolos- Mas apesar desta
quebra significativa, notamos que um sentimento é compartilhado pelos
brasileiros: a saudade de usar nossos símbolos no cotidiano. 58% concordam que
sentem saudade de usar algo com as cores do Brasil. Os símbolos não perderam a
sua força, mas parte da população não usa mais as cores do Brasil no seu dia a
dia.
Branding Brasil - Assim como as marcas,
países têm personalidades, evocam fortes conexões e são altamente eficazes em
transmitir características e percepções associadas. Começando pelos atributos
de personalidade, associações e personificação, chegaram a características
positivas do Brasil e do brasileiro como: festeiro, alegre, acolhedor,
criativo, trabalhador e forte- quanto maior a escolaridade e a renda, maior a
percepção de alegria: 67% pós-graduados x 44% de quem tem médio incompleto; 65%
classe A x 51% classes DE. Já para as características negativas, embora com
menor intensidade que as positivas, encontramos palavras como malandro,
oportunista, aproveitador e desonesto.
Com que países o Brasil é parecido -
Para os brasileiros, Argentina e Portugal são os países mais parecidos com o
Brasil. Na sequência estão: México, Colômbia, Uruguai e Venezuela. Dos
principais países semelhantes, sete deles são latino-americanos, o que
significa que nos reconhecemos na região, mas também tem uma multiplicidade de
origens e referências. Os brasileiros acreditam que o país é diferente das
nações mais desenvolvidas e está separado do mundo principalmente pela questão socioeconômica.
Em primeiro lugar, aparecem os Estados Unidos, seguido por Japão, China,
Inglaterra e França. 70% concordam que o Brasil é claramente diferente dos
demais países do mundo. Essa diferença se baseia mais nos atributos que o país
não tem, ou seja, nas vulnerabilidades.
“Esse é um estudo sobre brasilidade, uma
ótica de como o brasileiro vê o Brasil. A partir dele, conseguimos entender
como estão os nossos ícones, a nossa camisa da seleção, a bandeira, o que temos
em comum, o que temos de divisão e união. É uma oportunidade única de ver
as nossas fortalezas em um ano decisivo para o que queremos para o nosso país e
para o nosso futuro, por isso precisamos ser mais intencionais e responsáveis”,
disse Ana Couto, CEO da agência.
O estudo “Branding Brasil - O Valor que o país gera” será lançado oficialmente pela agência Ana Couto no próximo dia 24 de agosto durante evento a ser realizado no teatro FAAP Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), em São Paulo, a partir das 18h30.
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