Encontro Nacional dos Municípios Mineradores debate desafios e oportunidades do setor
Divulgação/Amig
Os principais desafios do setor da mineração
foram debatidos na manhã desta segunda-feira, dia 22 de agosto, durante a
quarta edição do Encontro Nacional dos Municípios Mineradores, que acontece
hoje e amanhã (23), no auditório do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais
(TCE-MG), em Belo Horizonte. Promovido pela Associação
dos Municípios Mineradores de Minas Gerais e do Brasil (AMIG), o evento
conta com prefeitos, gestores e representantes de 73 municípios de nove
estados: Minas Gerais, Distrito Federal, Pará, Rio Grande do Sul,
Paraná, Sergipe, São Paulo, Piauí e Rio de Janeiro.
Durante a abertura oficial, o presidente da AMIG, José Fernando
Aparecido de Oliveira, que também é prefeito de Conceição do Mato Dentro,
ressaltou a importância do encontro. “Serão discutidos temas que abordam a
mineração de forma profunda, pois essa atividade renasceu depois dos desastres
que ocorreram em Mariana e Brumadinho. Tanto que, atualmente, os pilares do
setor são segurança, sustentabilidade e diversidade econômica”, salientou.
O secretário de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais,
Fernando Passalio de Avelar, também participou da mesa de abertura. Segundo
ele, a mineração precisa estar ligada à segurança e sustentabilidade. “Enquanto
gestores, temos que trabalhar para que a atividade deixe riquezas e
posteridade. É muito importante diversificar as atividades econômicas em todos
os municípios”, enfatizou.
O presidente do Tribunal de Contas de Minas, Mauri Torres, afirmou
que se sentia feliz em receber esse importante encontro que reúne
representantes de um setor que agrega muito para a economia, não só de Minas
Gerais, mas também do Brasil. Participaram também da mesa de abertura do
evento: Jose Fernando Gomes Junior, secretário de Estado de Desenvolvimento
Econômico, Mineração e Energia do Estado do Pará; Victor Hugo Froner Bicca,
diretor geral Agência Nacional de Mineração (ANM); o diretor-presidente do
Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), Raul Jungmann, o presidente da
Associação Mineira de Municípios (AMM), Marcos Vinicius, o diretor de Não
Ferroso da AMIG, Marco Aurélio Rabelo Gomes, Orlando Amorim, diretor financeiro
da AMIG, Marco Antônio Lage, diretor de meio ambiente da AMIG, e André
Luiz Coelho Merlo, diretor de municípios afetados da AMIG.
Entraves e oportunidades
Depois da abertura, foi realizada uma palestra de tema: “Desafios
e oportunidades para os municípios nos empreendimentos minerários implantados e
em implantação”, ministrada pelo consultor da AMIG, Waldir Silva Salvador de
Oliveira, e pelo presidente da AMIG, José Fernando. O consultor explicou como e
quando foi criada a AMIG, seu objetivo, missão e os serviços que ela oferece.
“Ela foi criada em 1980 e representa municípios não só do Estado de Minas
Gerais, mas também de muitas outras federações”, pontuou.
Waldir Salvador abordou os marcos importantes da mineração e
apresentou os principais desafios, entre eles, as dívidas que as mineradoras
devem às prefeituras, desastres, além de trabalhos e conquistas da AMIG. “O
grupo de trabalho da AMIG proporcionou um acréscimo de R$15,2 bilhões aos
cofres dos municípios mineradores”, confirmou.
O consultor da AMIG destacou, ainda, que as prefeituras devem
acompanhar toda a atividade de mineração, desde a fase de implantação do
empreendimento. “Os prefeitos devem monitorar o subsolo da cidade, ter
uma visão prospectiva e proativa, com atuação firme, acompanhar desde a fase da
pesquisa, passando por todo o processo, criar mecanismos institucionais e planos
de desenvolvimento estratégicos, tais como plano diretor, código tributário,
código de postura, zoneamento iconológico econômico, e Plano Municipal de
Desenvolvimento Econômico”.
Além disso, cabe ao prefeito criar arcabouço legal com estratégias
de legitimação de interesses no uso de recursos minerais, estudar tecnicamente
em detalhes o EIA/RIMA, que é uma exigência da Lei Federal nº 6.938, de 1981
(Política Nacional de Meio Ambiente). “O poder público deve requerer o
protagonismo das audiências públicas, participação popular constante, diálogo
entre as autoridades envolvidas com o setor mineral e, por fim, se necessário,
o município deve denunciar os vícios do processo aos licenciadores,
fiscalizadores e ao Ministério Público”, completa.
Para Salvador, os prefeitos podem até mesmo denunciar o descumprimento das imposições previstas no licenciamento e/ou ainda não propriamente identificados no momento de licenciamento. “A fim de potencializar os ganhos advindos da mineração e minimizar os seus impactos, faz-se necessário que os municípios não sejam expectadores da atividade, mas que cumpram o seu papel de gerir, em âmbito público municipal, a exploração mineral em seus territórios”, finalizou o palestrante.
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