Entenda os riscos em treinar cães domésticos com buzinas
Médica veterinária do UNIPÊ explica que este
tipo de adestramento pode afetar o aparelho auditivo dos Pets
João Pessoa, 10
de agosto de 2022 - Você deve já ter ouvido falar em
adestramento de cães com o uso de buzinas e apitos. Mas a prática não é
indicada para cães que fazem companhia aos humanos, pois causa um grande
estresse nesses bichinhos e pode acarretar outros problemas de saúde. Mas
quando seria indicado e como seria prejudicial à saúde?
O uso de buzinas ou apitos como
ferramentas de adestramento de cães depende da finalidade desse treinamento,
diz a médica veterinária e Profa. Dra. Meire Silva, coordenadora do curso de
Medicina Veterinária do Centro Universitário de João Pessoa (Unipê). No
entanto, Meire defende que o uso de apitos e buzinas não é indicado para cães
domésticos.
“Geralmente o dono de um cão utiliza o
apito como forma de adestramento com o intuito de toda vez que o animal começar
a latir o dono sopra o apito, que emite um som em uma determinada frequência
sonora só perceptível aos ouvidos sensíveis do cão, mesmo em grandes distâncias. Esse treinamento é de uso
comum para animais em casos de missão policial sigilosa”, explica Dra. Meire.
Aqui o apito serve para comandar o bichinho, ajudando-o na hora de manter em
meio a uma missão de alto risco.
Mas por que não
é indicado para cães domésticos?
A resposta está no passado evolutivo dos
canídeos, cujo ancestral é o lobo. A buzina deixa o animal em alerta. Então
basta pensar: se os membros da matilha de lobos se espalham por algum motivo,
seus companheiros começam a uivar para facilitar o encontro deles, que
respondem também com uivos. Isso é da fisiologia animal. Ao uivar, cães se
comunicam com outros cachorros e conseguem saber onde estão – até em grandes
distâncias.
“A partir dessa informação, fica mais
fácil entender que cachorros não sabem muito bem diferenciar uivos/latidos de
outros barulhos como o de buzinas e sirenes. Esses barulhos são interpretados
como sendo de outros cachorros ou são indicativos de que algo de errado está
acontecendo no ambiente e de que eles precisam mostrar que estão sabendo disso,
então começam a latir”, explica a docente.
“Como profissional não indico esse tipo
de adestramento para cães de companhia. É desnecessário levar eles a tamanho estresse, diferente de
cães policiais que são criados e treinados para isso”, pontua. Dra. Meire ainda
frisa: a exposição contínua ou repentina a barulhos muito altos pode ajudar na
perda gradativa da audição nos cães, apesar da surdez ser mais comum por
complicação de doenças, como otites não tratadas.
Nesse sentido, Dra. Meire aconselha a
tomar os cuidados para não deixar as orelhas do pet molhadas e procurar
analisá-las de tempos em tempos junto a um profissional. “Caso o seu pet
apresente algum sintoma, como odor anormal na região, grande estresse a partir
de barulhos ou chacoalhar a cabeça constantemente, procure imediatamente um
médico veterinário”, finaliza.
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Sobre o UNIPÊ – Fundado em 1971, o
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solidificando-se entre as melhores do país. O UNIPÊ é reconhecido pela sua
contribuição para o desenvolvimento da Educação no Brasil e na Paraíba, tendo
um forte tripé de ensino, pesquisa e extensão em sua comunidade. A Instituição
oferta cursos de graduação, presenciais e a distância, e pós-graduação (lato e
stricto sensu) em diversas áreas do
conhecimento. Pertence ao grupo Cruzeiro do Sul Educacional, um dos mais
representativos do País, e reúne instituições academicamente relevantes e
marcas reconhecidas em seus respectivos mercados, como Universidade Cruzeiro do
Sul e Universidade Cidade de São Paulo – Unicid
(São Paulo/SP), Universidade de Franca - Unifran (Franca/SP), Centro
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