Estomatologia: como a medicina multidisciplinar impacta o tratamento oncológico
Importância da área e técnicas, como a
fotobiomodulação, foram discutidas em Congresso
O conceito de saúde, segundo a
Organização Mundial da Saúde (OMS), é “estado de completo bem-estar físico,
mental e social, e não, simplesmente, a ausência de doenças ou enfermidades”.
Algo que é alcançado por meio da medicina multidisciplinar, visando uma
abordagem mais humanizada e individualizada com vários especialistas unidos em
torno de um paciente para oferecer o melhor tratamento, com integração e
complementação de informações.
No caso da oncologia, uma das áreas que
proporciona melhores condições de tratamento e cuidados ao paciente é a
estomatologia, especialidade da Odontologia que estuda e trata das doenças da
boca e dos dentes. Em recente congresso da área, além de falar sobre a
importância da especialidade, os avanços em técnicas utilizadas pelo
estomatologista, como a fotobiomodulação, também foram tratados.
Um exemplo de tipo de tumor em que há
atuação do profissional de estomatologia é o câncer de cabeça e pescoço, a
sétima neoplasia mais comum no mundo, com cerca de 800.000 novos casos e
270.000 mortes registradas anualmente. O tratamento com quimiorradioterapia é
frequentemente utilizado nesses casos. Porém, o método possui uma elevada taxa
de toxicidade, podendo causar efeitos na boca do paciente, o que demanda a
atenção de um especialista, como explica a estomatologista da Oncoclínicas
Uberlândia, Dra. Marília Andrade.
“Nós sabemos que o tratamento do câncer
de cabeça e pescoço, principalmente a quimioterapia e radioterapia combinadas,
ocasiona uma alta citotoxicidade, e assim podem causar lesões no epitélio
da mucosa oral, principalmente a mucosite oral, impactando a qualidade do
tratamento”, comenta.
Diante disso, o recente Congresso
Brasileiro de Estomatologia e Patologia Oral, realizado em Tiradentes (MG), em
que a Dra. Marília Andrade esteve presente, teve como pauta principal o uso da
fotobiomodulação pelo estomatologista como solução para a mucosite oral, que
pode ocorrer no paciente oncológico. Para utilizar este recurso, é necessário
um especialista apto a prevenir, diagnosticar corretamente e tratar
adequadamente, garantindo a qualidade de vida do paciente.
Fotobiomodulação
A fotobiomodulação (FBM) é um processo
que, através da interação da luz com os tecidos da boca, promove a aceleração
da cicatrização, bem como a redução de inflamações. Os procedimentos de
Fotobiomodulação Terapêutica (FBMT) mais usuais são realizados por lasers de
baixa potência (LBP) e diodos emissores de luz (LED), como explica a
estomatologista da Oncoclínicas Uberlândia. “Com baixa potência, sem aquecer a
pele, é aplicado o laser pontualmente no local da dor ou da lesão, a fim de
acelerar os processos celulares que levam ao alívio da dor e diminuição da
inflamação.”
Portanto, quando a medicina multidisciplinar é empregada no tratamento oncológico, o processo pode se tornar mais simples e efeitos colaterais, como a mucosite oral, podem ser tratados. “O estomatologista precisa estar presente junto ao corpo clínico para ajudar na melhoria do bem-estar do paciente durante todo o tratamento, e o uso da fotobiomodulação é um meio para isso. A técnica é considerada altamente segura do ponto de vista oncológico e mostrou eficácia nos cuidados com a mucosa oral, que pode sofrer impactos com a radioterapia e quimioterapia. A fotobiomodulação se apresenta como parte fundamental para preservar a qualidade de vida dos pacientes oncológicos durante o tratamento, prevenindo e aliviando lesões orais, o que faz com que as interrupções no processo de tratamento sejam reduzidas” finaliza.
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