Governar e Representar
Há
quase cerca de dois meses das eleições de outubro, torna-se cada vez dia mais
importante refletirmos sobre o futuro que queremos. Como representante do
legislativo estadual e uma pessoa que acredita na política como forma de
solucionar os desafios da nossa sociedade, avalio que como cidadãos
piracicabanos e os da nossa Região Metropolitana devem considerar dois aspectos
distintos que estarão em jogo nestas eleições: governabilidade e
representatividade.
Ao
votar para os cargos de presidente da república e governador, o eleitor e a
eleitora estarão escolhendo duas figuras públicas que vão trabalhar por todos e
para todos, atendendo as necessidades da sociedade brasileira, em âmbito
federal e estadual. Demandas que não são poucas.
Historicamente, os poderes constituídos, executivo, legislativo e
judiciário, sempre estiveram mais próximos às questões ligadas às classes
dominantes, cabendo a maioria do povo o olhar contemplativo sobre os
acontecimentos, suas ordens e suas leis. Todavia, a democracia oferece à sociedade
o poder de escolha.
Dos tempos mais recentes, construídos após as “Diretas Já”, de Ulisses Guimarães e Tancredo Neves, ao bipartidarismo do
MDB e do ARENA, saltamos para o cenário atual com 35 partidos políticos. Onde
convivem diferenças e ambiguidades. É a partir desta conjuntura, entre liberais
e socialistas, que se dividem o povo as opiniões e os votos, que devemos
ancorar nossas observações sobre o significado da palavra representatividade.
Além do
executivo, outro grupo que será votado nestas eleições é composto por homens e
mulheres que vão representar a população brasileira nas Assembleias
Legislativas Estaduais, na Câmara e Senado Federal. Estes serão os legisladores
que moram nas pequenas, médias e grandes cidades brasileiras.
Serão eleitos para exercerem o complexo papel de “representar” as
pessoas, de darem voz aos cidadãos que moram nas cidades e habitam desde
moradias luxuosas até as mais simples, que estudam em colégios particulares ou
em escolas públicas, que precisam de consultas e tratamentos médicos do SUS,
que reivindicam melhorias para a segurança pública, trânsito, transporte
coletivo, preservação dos rios, mananciais e todo o meio ambiente, que buscam o
exercício livre do que se convencionou chamar de economia criativa.
Os
eleitos podem ou não integrar ou se organizarem em associações de diversas
matizes, ONGs, sindicatos, centros comunitários, mas enquanto deputado
estadual, deputado federal ou senador, representam os moradores do lugar onde
vivem, trabalham, criam, exercendo o papel legítimo da reivindicação popular
junto aos poderes constituídos. É para eles e por eles que serão porta-vozes,
em especial, da população mais simples, para que possam melhorar de vida
através de quem os governa.
Portanto,
compreendendo que o presidente residirá e trabalhará em Brasília e que o
governador de São Paulo residirá e trabalhará na capital paulista, mas o
legislador é um agente da cidade. Portanto, trago neste argumento para o nosso
eleitor a importância do seu voto para além da esfera executiva.
Que
todos saibam, democraticamente, definir os novos presidente e governador, mas
que igualmente tenham sabedoria e consciência para eleger aos cargos, que
considero de maior “representação”, os homens e as mulheres que os
“representem” de fato. Que saibam onde residem os deputados, onde ficam seus
escritórios políticos, quais são seus endereços eletrônicos, para que possam
cobrá-los, conforme as necessidades aparecerem.
Esse é
o grande desafio para todos no dia 2 de outubro. Que tenhamos consciência na
hora de votar.
Alex de Madureira
Deputado Estadual pelo PL (Partido Liberal) na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp)
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