Metaverso é disruptivo e exigirá, além de capacitação, planejamento estratégico das empresas
David Braga*
Para grandes empresas como Magalu,
Facebook, Amazon, Google e tantas outras, o metaverso – conceito já existente e
considerado o futuro da internet, que propõe um mundo virtual no qual as
pessoas e empresas poderão interagir, fazer negócios e se relacionar com
diferentes objetivos – já é um caminho sem volta. Por outro lado, a grande
dúvida que fica é quando essa nova ‘realidade aumentada’ vai se tornar uma
prática? Qual será seu impacto nas relações de trabalho, na performance, na
carreira profissional e nas relações pessoais? Ainda não sabemos ao certo.
Uma das propostas do metaverso é ofertar experiências por meio da realidade
aumentada, com o uso de telas e óculos especiais, com os quais iremos unir as
vidas virtual e real, redes sociais, criptomoedas, em cenários realistas e bem
similares aos de games.
Ele surge como uma alternativa de conexão. A ideia é que os usuários possam
trabalhar, fazer compras, estudar e vivenciar várias experiências que antes só
eram possíveis em encontros presenciais.
Você está preparado? Neste cenário que
se descortina à nossa frente, mostrar protagonismo, atitude e avaliar como sua
carreira pode estar inserida neste contexto é de fundamental importância.
Independentemente se o metaverso será adotado em massa ou, inicialmente, apenas
em grandes empresas globais, é preciso nos prepararmos para essa inovação,
saber do que se trata e como ele funciona. Este olhar mais aprimorado é o que
poderá transformar a ferramenta em algo realmente útil, disruptivo, capaz de
atrair os profissionais para dentro desse universo. Isso vai muito além de
colocar óculos de VR (virtual
reality) para ir ao escritório, concorda?
Pesquisa feita pela Associação
Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje) com 285 empresas mostrou
que, entre as inovações tecnológicas que mais terão investimentos ao longo do
ano, a inteligência
artificial está presente em 15% das companhias ouvidas. “Acredito que o Brasil
ainda precisa desenvolver pessoas, processos e tecnologia para poder operar
essas grandes mudanças. Isso porque, do ponto de vista operacional, ainda temos
dificuldades em ofertar sinal digital em inúmeras cidades, com qualidade e
constância; a internet 4G nos aparelhos smartphone ainda é falha; e estamos
assistindo à chegada do 5G com percalços” comenta o CEO e headhunter da Prime Talent
Executive Search, David Braga.
Para estar no metaverso, precisaremos
nos preparar para os desafios da própria tecnologia, e pensar na performance e
nos resultados corporativos e profissionais que esperamos desenvolver no
ambiente virtual. É necessário também avaliar custos, tecnologia, experiência
do usuário e viabilidade dos negócios neste novo cenário, sem esquecer da
cultura organizacional da empresa. São muitas as questões envolvidas para que
as corporações se lancem no metaverso somente com foco em marketing. É preciso
estudar este novo conceito de relacionamento entre empresas e usuários, e
correlacionar as questões legais, tributárias e que envolvem a Lei Geral de
Proteção de Dados Pessoais (LGPD) no ambiente virtual.
Como headhunter
avalio que as empresas e profissionais que quiserem navegar por este mundo de
realidade aumentada precisarão se preparar um pouco mais profundamente para a
virada de chave. Além de capacitar os colaboradores e desenhar um planejamento
estratégico muito bom, para entender como estar de fato no ambiente virtual com
foco em negócios e perenidade da marca, será preciso avaliar se a organização
tem o perfil para isso e se seus consumidores vão adotar a ferramenta. Com
certeza as práticas de consumo do usuário é que vão definir a forma como o
metaverso será operacionalizado e de que forma as companhias vão monetizá-lo,
destaca Braga.
Sendo assim, buscar se inteirar sobre os variados aspectos do metaverso é de
extrema importância e não conhecer sobre o tema é se declarar desinformado.
Considerar que adotá-lo é para ontem, já é outra conversa. Temos um grande
desafio pela frente como os movimentos de reskiling,
termo do inglês usado para tratar sobre a requalificação ou reciclagem
profissional, ou seja, aprender novas habilidades com o objetivo de realizar um
novo tipo de trabalho e atuar em uma área diferente daquela em que você
atua hoje. Sabendo que o metaverso é uma trend
superforte da atualidade, como você tem se preparado para essa e as novas
mudanças que surgirão e impactarão o seu trabalho?
* David Braga é CEO, board advisor e headhunter da Prime Talent Executive Search. É também Conselheiro de Administração pela Fundação Dom Cabral (FDC) e professor convidado pela mesma instituição. Ele é autor do livro “Contratado ou Demitido – só depende de você” e atua, ainda, como conselheiro da ONG ChildFund, da ACMinas e da Associação Brasileira de Recursos Humanos de Minas Gerais (ABRH-MG). Instagram: @davidbraga | @prime.talent.
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