Gestão do Território: a união mágica entre capital humano, meio ambiente e potencialidades
Entrevista com o professor José Roberto
Scolforo enfatiza a condensação dos elementos humanos e naturais sobre a
questão ambiental
Em mais uma entrevista
da série “10 Minutos no Futuro”, o
Instituto Fórum do Futuro convida o professor José Roberto Scolforo, que foi
reitor da Universidade Federal de Lavras (UFLA), para debater sobre a gestão de
território baseado em estudos científicos. A pauta se faz presente no capítulo
que ele escreveu no livro “As Tecnologias Sustentáveis que Vem do Trópicos”,
que será lançado no dia 12 de setembro.
Fernando Barros,
diretor de comunicação estratégica do Fórum do Futuro, abriu o debate
enfatizando sobre a relevância do assunto, e a importância em trazer isso a
público, reforçando como é possível colocar em prática as ações por ele citadas
no artigo que o professor publica no livro.
Dessa forma, Barros
questionou o ex-reitor da UFLA sobre a criação de uma ferramenta para alinhar a
disponibilidade de recursos humanos e naturais, bem como a previsibilidade de
intervenção ambiental. “Uma gestão de território de forma adequada tem
necessariamente considerar alguns componentes, como o componente social, com
todas as suas variações; o componente do meio físico, falando de clima de
solos; o componente do meio biótico, envolvendo fauna e flora; e no componente
social, onde vamos abordar todos os temas que envolvem a questão social e
econômica, onde a gente trabalha desde a questão do imposto que é arrecadado,
do imposto pago pelas pessoas até a qualificação de mão de obra”, explica
Scolforo.
De acordo com o
professor, o Zoneamento Ecológico Econômico e a Gestão Ambiental Integrada
estão dentre várias possibilidades, como poderiam vir a ser instrumentos para
viabilizar a Gestão Territorial na busca da promoção do desenvolvimento
sustentável. Ele cita como essa abordagem da Gestão Territorial está
relacionada num gerenciamento em harmonia com a preservação e a conservação dos
recursos naturais.
Para analisar o sistema
socioeconômico, é elaborado um estudo com mais de 300 variáveis, onde são
analisados indicadores sociais e econômicos. No entanto, numa escala macro não
é possível mapear os pormenores de cada região. Conforme Scolforo, “fazemos
isso por município para ter toda a categorização social e toda
a categorização econômica. Com isso, a gente consegue estabelecer um ponto
de partida daquele município”, explica.
O amplo estudo ainda
contempla variáveis relevantes para tomadas de decisões dos secretários da
educação, da saúde, do saneamento, a fim de identificar quais são os pontos
vulneráveis, os muito pouco favoráveis, os de fragilidade, bem como os pontos
positivos, a fim de atribuir-lhes a melhor ação. “Então, do ponto de
vista social, você tem indicativos muito claros de onde você deve investir
para você subir a base da pirâmide daquele município”, justifica o
professor.
Para sintetizar o
debate, Barros coloca que “a sociedade urbana, seja no Brasil, seja fora, tem
uma pauta de anseios, que conversa totalmente com essa régua que o senhor
oferece para medir fragilidades e potencialidades que dialoga com a expectativa
de um mundo melhor, de um planeta melhor, mais sustentável, mais inclusivo
socialmente e mais desejável. Podemos resumir assim?”, questiona o diretor do
Fórum do Futuro.
Em resposta, Scolforo
concorda. “Exatamente, Fernando, você faz um resumo perfeito. Indicadores
claros e nítidos, comprovados e absorvidos de uma forma fácil no mesmo
instrumento, então, no mesmo instrumento você reúne todo o aparato social, econômico
e ambiental de cada município, e permite ao gestor agir para o bem da
coletividade, seja da coletividade urbana ou para coletividade rural daquele
município”, conclui.
Sobre o Instituto Fórum
do Futuro
É um grupo de reflexão independente, voltado para o debate de questões estruturantes da sociedade brasileira, a partir da perspectiva do desenvolvimento sustentável.
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