O atual cenário do setor de transportes na logística
Célio Malavasi, diretor de Operações da MXP Multimodal
Nos últimos anos, as empresas de
transportes estão enfrentando turbulências provocadas por instabilidades
econômicas, sociais ou até mesmo políticas. Os esforços e as renegociações
baseados em recomposição de preços se mostram insuficientes para o reequilíbrio
do setor, provocando uma forte mudança da matriz de custos de frotas próprias
para a contratação de agregados ou até mesmo outras ações de garantia de
resultados financeiros.
Para os embarcadores, a pressão no
aumento de preços gera uma busca acelerada por novos parceiros como forma de
minimizar esses impactos diretos. A síntese disso acaba sendo o repasse dos
custos para o próximo elo da cadeia, até chegar ao consumidor final. Isso não é
nenhuma novidade, pois é a prática do modelo convencional se encaixando em uma
situação que está acontecendo no mundo todo.
Mas ficam algumas perguntas: e se
pensássemos e agíssemos de maneira diferente? E se nos uníssemos para construir
um novo modelo? E se pudéssemos ir muito além do discurso e da intenção e
praticássemos a essência dos fundamentos de “coletividade, igualdade e
equidade”, interagindo com todas as partes em busca de soluções que
efetivamente possam gerar transformações para o setor?
Quando nos vemos como parte de um
processo maior, nos desviamos da visão limitada de “concorrência” e lutamos
pelo crescimento amplo e de forma realmente sustentável, proporcionando
soluções de entrega com menores impactos em custos. Pensar de forma holística,
participativa e integrativa pode estabelecer cenários diferentes com novas
ideias e um novo modelo que proporcione transformação.
A logística se tornou um grande e necessário
processo integrado dentro de qualquer organização e segmento de mercado e o elo
entre as várias atividades é o transporte. Nesse contexto, e como empresa
transportadora, aumenta ainda mais a nossa responsabilidade com os clientes,
com país e com a nossa nação.
Não podemos ignorar que os impactos
financeiros crescentes em qualquer processo de negócio forçam mudanças
competitivas cuja velocidade está diretamente ligada à intensidade e frequência
dessa pressão.
O setor de transportes precisa ser
sustentável a longo prazo antes que a médio prazo a aproximação da produção ao
consumidor final seja uma solução de competividade a curto prazo para os
embarcadores.
Por Célio Malavasi, diretor de Operações da MXP Multimodal
Nenhum comentário