Programação é para todos? Ou melhor: programação é para mim?
*Por Léo Andrade
Se você chegou a este texto, possivelmente
está interessado na área de programação e pesquisou sobre o assunto, talvez já
tenha até se perguntado: será que programação é para mim? Essa é uma pergunta
muito comum e é importante fazê-la, afinal, não basta focar apenas nos altos
salários da profissão, sem levar em conta sua realização pessoal. Então, sim,
perguntar se programação é para você é uma pergunta válida! Segue comigo nesse
texto, que vamos levantar alguns pontos importantes para responder a essa
questão.
Preciso ter vocação?
Sendo bem sincero, acredito que NÃO,
afinal, ninguém “nasce para ser” isso ou aquilo. O que existe são interesses
pessoais e pessoas com mais facilidade para aprender determinadas coisas.
Acredito que, para ser programador, você precisa ter o mínimo de afinidade com
a profissão, porque dificilmente será bom em algo que não gosta. Essa afinidade
é importante para manter a motivação, para obter sucesso na carreira, mas
ninguém nasce vocacionado à programação.
Preciso ter um perfil específico para ser
programador?
Algumas pessoas têm medo da programação por
acharem que precisam ser extremamente inteligentes, vocacionados ou mestres da
matemática para conseguir programar. Mas isso não é verdade de forma nenhuma e
eu vou explicar o porquê.
Programar é resolver problemas e para isso
utilizamos linguagem de código, mas basicamente o que um programador faz é
solucionar problemas. Acontece que todo mundo está o tempo todo resolvendo
problemas! Desde quando você escolhe uma rota diferente para um compromisso porque
o trânsito está ruim, até quando gerencia suas tarefas diárias em uma agenda
para conseguir dar conta de tudo.
Então, se existe um perfil para ser
programador, eu diria que esse perfil é ser um humano solucionador de
problemas. O plus para isso seria adquirir soft skills,
conhecimentos variados e criatividade (que, acredite, também pode ser
aprendida).
Mas não é complicado demais?
Bem, eu diria que tudo parece complicado
quando você tem um conhecimento superficial sobre o assunto, estudou pouco e não
praticou. É mais ou menos como eu aprendendo bateria: na minha primeira aula,
sincronizar o ritmo dos pés e das mãos parecia impossível! Eu definitivamente
não “nasci” para ser baterista, mas a vontade de aprender e a insistência na
prática e nos estudos me fizeram chegar onde eu queria. Isso serve para a
programação.
Não vou te iludir dizendo que aprender a
programar é fácil e rápido. Pelo contrário, vai demandar tempo e dedicação
mesmo quando você já for fluente na linguagem e estiver trabalhando na área. O
universo da tecnologia é ultraveloz e, se não se mantiver atualizado, sempre
aprendendo coisas novas, você será um profissional obsoleto e estará fadado a
perder seu lugar no mercado.
Mas o que parece um problema é na verdade
uma das coisas mais mágicas da profissão: a capacidade de encarar um
desafio e se sentir inspirado por ele! Passar pela frustração de encontrar um
bug e depois de muita luta sentir a alegria de conseguir resolvê-lo é um
sentimento inexplicável!
Aprender programação está longe de ser algo
fácil, rápido, pronto e acabado. Mas é possível para qualquer um que queira
aprender, tenha foco, persistência e constância. Ser programador é ter um poder
transformador nas mãos, é poder impactar diretamente a realidade do mundo. Se
isso faz seus olhos brilharem e se esse propósito te faz querer enfrentar
qualquer desafio… Bom, eu acho que você já tem a resposta para a pergunta
inicial deste texto.
Sobre Léo Andrade
Influenciador e especialista em tecnologia, Léo Andrade é uma das principais referências em low-code e no-code no Brasil. Formado em Ciências da Computação pela Universidade Santa Cecília e pós-graduado em Engenharia de Software, o profissional possui larga experiência como desenvolvedor. Ele atuou em projetos de grandes empresas como Vale, Itaú, HSBC, Santander e BTG Pactual. Além disso, liderou a equipe front-end em um projeto no Ministério de Saúde de Portugal em 2018. É idealizador dos projetos Baixada Nerd, que reúne uma comunidade de entusiastas em tecnologia para realização de eventos na Baixada Santista, e o Clube Léo Andrade, escola virtual de tecnologia com profissionais em todo o país. Com vídeos e conteúdos na Internet, ele compartilha dicas, informações e conhecimento sobre programação para mais de 35 mil pessoas todos os meses. Para mais detalhes, acesse: https://www.youtube.com/leoandradenet e https://leoandrade.net
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