Síndrome de Burnout afeta um em cada cinco brasileiros
Dados
de uma pesquisa da Faculdade de Medicina da USP mostram que o estresse crônico
no mundo corporativo exige atenção ao emocional dos colaboradores
Patrícia Ansarah (IISP) e Raj Sisodia (Capitalismo Consciente) |
Uma pesquisa realizada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
(USP), este ano, aponta que uma em cada cinco pessoas que trabalham no mundo
corporativo sofre com a Síndrome de Burnout hoje no Brasil. Já em janeiro deste
ano, a Síndrome de Burnout passou a ser classificada como uma doença
ocupacional, fazendo parte da Classificação Internacional de Doenças e
Problemas Relacionados à Saúde (CID), pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
“Antes, a síndrome de burnout era
vista como uma doença emocional causada principalmente pela incapacidade do
indivíduo em lidar com a pressão por resultados e responsabilidades associadas
ao cargo, o que gerava um nível de estresse constante, levando ao esgotamento
físico, mental e psíquico. Essa nova classificação atribui às empresas a
responsabilidade de causa, pelo contexto ao qual o colaborador está inserido.
Ou seja, deixa de ser sobre “fraqueza, falta de resiliência ou incapacidade de
lidar com pressão, e passa a ser sobre a influência da qualidade do ambiente de
trabalho a qual eu pertenço”. A causa não está mais na pessoa, mas sim no
empregador”, diz Patricia Ansarah, fundadora do Instituto Internacional em
Segurança Psicológica (IISP), master trainer e especialista em Segurança
Psicológica em Times.
Patricia explica também que ambientes em
que há pouco espaço para se falar dos limites, dificuldades e de pedir ajuda
causam um estresse constante e são mais propícios a terem colaboradores que
sofrem com a Síndrome de Burnout.
“A síndrome de burnout é resultado de
uma série de sintomas por conta de um ambiente opressor, que desperta medo.
Esse medo consome energia psíquica e inibe a capacidade de aprendizado, de
análise, de criatividade e por isso o impacto direto na performance do
indivíduo. No entanto, esses sintomas vão surgindo de forma silenciosa, eles
não acontecem de uma hora pra outra. Para tornar o ambiente de trabalho mais
saudável e menos estressante, trabalhar na prevenção é fundamental. É preciso
começar a falar sobre o assunto, alfabetizar os empresários e os funcionários
emocionalmente para que seja prática do dia a dia falarem sobre o impacto das
emoções nas relações e nos resultados”, finaliza Patrícia.
Dicas de como amenizar o problema
- Os líderes devem criar práticas
de gestão que estimulem a contribuição de todos de sua equipe de forma
igualitária, partindo do pressuposto de que todos têm algo a
contribuir.
- A liderança deve estar
preparada para fazer mais perguntas e dar menos respostas. Essa também é
uma forma de incluir a diversidade de pensamentos e criar diálogos e
discussões produtivas para o negócio.
- Ambientes psicologicamente
seguros, favorecem a saúde mental, logo diminui-se o nível de estresse e
aumenta a qualidade de vida no trabalho.
Sobre o Instituto Internacional em
Segurança Psicológica (IISP)
O Instituto Internacional em Segurança
Psicológica é uma organização criada para apoiar empresas corajosas a liderar a
transformação do jeito de fazer negócios, preparando a liderança para uma
gestão mais consciente e humana, por meio da Segurança Psicológica. A ideia do
instituto vem para endossar o pioneirismo e dar visibilidade ao tema, colocando
o Brasil e demais países de língua portuguesa na mesma página de outros países
que já estão aplicando as intervenções baseadas nos estudos da Segurança Psicológica.
É um movimento de dentro para fora. É uma causa que acredita que as
organizações têm papel fundamental social e que a segurança psicológica pode
ajudar a mudar o mundo do trabalho, das relações humanas e dos negócios.
Sobre Patricia Ansarah
É fundadora do Instituto Internacional em Segurança Psicológica (IISP), master trainer e especialista em Segurança Psicológica em Times. Com certificação internacional em Coaching & Action Learning e em modelagem de cultura. Facilitadora de aprendizagem de grupos e desenvolvimento de liderança com mais de 20 anos atuando em RH com experiência executiva em grandes empresas como Colgate-Palmolive, McDonalds, J&J, Latam Airlines e Serasa Experian.
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