2023: Antigos problemas para novos governos
Por Roberto Folgueral*
Em cerca de 100 dias, os novos governos
enfrentarão diversos problemas. Entre eles, podemos citar o problema de maior
impacto na sociedade: a reforma tributária.
Ao longo dos anos, o Brasil se
notabilizou por realizar várias reformas tributárias, todas com o mesmo
resultado: o aumento da carga tributária.
É preciso entender que, em última
análise, quem paga qualquer tipo de tributo, seja ele direto ou indireto; sobre
a renda, produção, comércio ou serviço, é o consumidor final.
É certo dizer que se aumentarem os
tributos sobre empresas, essas os repassarão imediatamente para o custo de seus
produtos, bens ou serviços e assim aos seus preços de venda.
Além disso, entendo que as propostas de
reforma tributária que tramitam em nossas casas legislativas, contemplam
aumento de carga tributária e aumento de obrigações acessórias, o que resultará
em um aumento ainda maior nos preços de venda e assim consequentemente, uma
inflação de custos.
As pesquisas eleitorais indicam
polarização. Analisando-se o programa de qualquer um dos candidatos, mais
especificamente dos quatro primeiros, todos acenam com a possibilidade de
tributar a distribuição de lucros ou dividendos e, de uma forma geral, nos demais
itens, aumentar a carga dos bens e serviços comercializados em nosso
Brasil.
Somente para exemplificação e obedecendo
a polarização, comento as propostas dos dois candidatos que estão na ponta do
certame, considerando que os demais em nada mudam no quesito: aumento de carga
tributária.
Lula
Em seu plano de governo, o ex-presidente
indica criar um novo regime fiscal. Sinaliza uma simplificação de taxas (não
uma redução), sugerindo uma redução para os brasileiros com menor “poder
aquisitivo”, sobretaxando os mais ricos.
Indica também uma elevação no teto de
isenção do IRF, dos atuais R$ 1.903,98, para algo em torno de R$
5.000,00.
Aponta ainda o início da cobrança
de tributos sobre a distribuição de Lucros e Dividendos, além da tributação de
heranças.
Bolsonaro
Já o Plano de governo do atual
Presidente, indica que colocará em votação a reforma do IR, ou seja: Tributar
lucros e dividendos, para manutenção dos benefícios concedidos. Seguirá com a
implementação de alterações estruturantes para a área econômica. Propõe a
correção da tabela do IR para R$ 6.060,00.
Em rasa análise, entendemos que ambos os
planos são iguais, com bases subjetivas, indicando um único vetor: o aumento da
carga tributária.
Uma triste realidade!
Roberto Folgueral é vice presidente da FCDLESP (Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de São Paulo)
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