Barista mineira representa o Brasil no Campeonato Mundial de Brewers, na Austrália, na próxima semana
CAMPEONATO MUNDIAL DE PREPARO DE CAFÉ ACONTECE ENTRE 27 E 30/09 NA AUSTRÁLIA
Julia Fortini - Foto Weber de Pádua |
A especialista está confiante e vem treinando intensamente para a ocasião: “me preparei muito, de todas as formas que eu e meu time achamos adequados para mim, para o meu "perfil" e personalidade de competidora. Me preparei fisicamente, psicologicamente e claro, tecnicamente. Estou competindo com os melhores do mundo, já estou super feliz de finalmente conseguir competir e representar nosso país, mas quem é competitivo sabe que no fundo no fundo a gente quer uma vitória né?”, ressalta.
Júlia se prepara para o Mundial desde 2020, após ser consagrada como campeã nacional de Brewers Cup. A competição estava prevista para maio daquele ano e foi adiado para 2021, quando postergou o seu título para participar em 2022 por conta da pandemia de Coronavírus.
Depois de uma pausa nos treinamentos, devido ao distanciamento social, em 2021 ela voltou a treinar pontualmente. A partir de abril deste ano, deu início aos treinos oficiais e desde junho eles foram intensificados, com dedicação de três horas por dia, todos os dias. O treino inclui testes, degustações e precisão em cada etapa.
Toda essa preparação é essencial para participar do evento onde os melhores do mundo se encontram em duas etapas. Na primeira delas, chamada de etapa compulsória, todos os concorrentes recebem o mesmo café e não tem informação alguma sobre ele, não sabe nem o país de origem do grão. Em 30 minutos, eles devem encontrar a receita de preparo ideal. O café é servido aos jurados, que também não sabem quem fez preparo, e é dada uma pontuação.
A segunda etapa é “open service”, onde o profissional faz uma apresentação com café, moedor, método e água que preferir. São 10 minutos de apresentação onde o concorrente deve ser extremamente técnico, com ótimo serviço e ser impecável do início ao fim.
As duas pontuações são somadas e apenas seis, dos cerca de 40 competidores, vão para a finalíssima. Os selecionados podem fazer a mesma apresentação do open service, ou não, a partir da preferência de cada um e só então são escolhidos os vencedores.
Júlia fez várias viagens para estudar e escolher o grão de café a ser utilizado, além de testar diversos métodos, utilizando utensílios diferentes. Suas escolhas serão conhecidas apenas no dia do campeonato. “O café precisa ser incrível, algo que você se identifica, te emocione e que você quer compartilhar com todo mundo, que consegue apresentar como melhor café do mundo, por isso é importante pensar em cada detalhe”, explica.
E não é para menos, tudo é levado em consideração na avaliação dos jurados. Desde a forma que o candidato apresenta o café, o método, o grão escolhido, o jeito de fazer e até se a estação de trabalho está limpa durante o processo. É necessário conquistar os juízes sensoriais, mas também há pontuação por cada momento do preparo, acompanhado de perto por um juiz técnico.
Além da experiência na Academia do Café, onde atua desde 2011, Júlia Fortini é a 5ª geração de uma família de produtores cafeeiros. Trabalhou nesta área nos Estados Unidos e em Barcelona e também está envolvida na importação de cafés brasileiros especiais para os EUA.
Sobre a Academia do Café
A Academia do Café surgiu em 2011 como um espaço onde fosse possível educar os produtores de café sobre a qualidade do que era produzido e como melhorar. A partir de então, outras necessidades surgiram, desde a oferta de curso de baristas à apreciação de cafés especiais. O resultado, é a união, em um só lugar, de tudo aquilo que profissionais, comerciantes e amantes da bebida precisam.
Pioneira como espaço de treinamento do ramo e cafeteria, a Academia é ainda, um laboratório onde é possível avaliar e selecionar lotes especiais que serão fornecidos para o mercado interno e externo.
A Academia do Café oferece exclusivamente grãos brasileiros, de pequenos e grandes produtores do Brasil, sendo 70% de produção própria. São oferecidos vários métodos de preparo para os clientes e é executado um trabalho de formação de público para o conhecimento e apreciação de cafés especiais.
Coordenada por Bruno Souza, quarta geração de uma família produtora de café, primeiro brasileiro licenciado Q Grader e presidente da BECCOR, importadora americana de cafés especiais brasileiros e da Academia do Café Netherlands, importadora europeia. A ida de Bruno para os Estados Unidos em 2002 aumentou a percepção de que era necessária a recuperação da imagem do café brasileiro no exterior e a importância de se propagar conhecimento aos produtores.
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