Como se preparar e reagir às oscilações da economia
*Por Pedro Signorelli
De acordo com uma pesquisa
do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (IBRE/FGV) o
índice da economia na América Latina voltou a cair, de 67,3 para 54,7. Seguindo
a tendência de declínio iniciada no quarto trimestre de 2021, o ICE recua 12,6
pontos no 3º trimestre de 2022, ao passar de 67,3 pontos para 54,7
pontos.
Os dois Indicadores-Componentes do ICE
registraram queda em relação ao trimestre anterior. O IE (Indicador das
Expectativas) recuou 21,7 pontos, para 65,5 pontos. O ISA (Indicador da
Situação Atual) caiu 4,5 pontos, passando de 48,8 pontos para 43,3 pontos. A
piora nas expectativas acende um sinal de alerta, pois indica que os especialistas
esperam uma desaceleração econômica para os próximos meses. Todos os
indicadores estão na zona desfavorável do ciclo econômico.
No mundo globalizado em que
vivemos, oscilações nas economias dos países acabam afetando os demais países,
em umas áreas mais e outras menos, mas no final da linha estão as empresas.
Portanto, é imprescindível que os executivos estejam alertas a essas oscilações
e desenvolvam planejamentos de curto prazo, para não serem pegos de surpresa e
causem prejuízos financeiros na organização.
Percebo que muitos ainda estão apegados
aos planejamentos de longo prazo. Sim, eles continuam sendo necessários, mas
deixaram de ser condição suficiente para navegar adequadamente em mares tão
revoltos. E é bom ir se acostumando, pois esse cenário ocorre há muito tempo.
John Kotter já dizia em seu livro “Liderando Mudanças”, lançado em 1996 - “a
quantidade de mudanças significativas nas organizações tem crescido
substancialmente ao longo das duas últimas décadas. (...) Poderosas forças
macroeconômicas funcionam aqui, podendo crescer mais ainda nas próximas
décadas". Ele fez esse apontamento há mais de 25 anos, se eu tivesse que
prever o futuro, diria que ele foi até conservador, pois acho que se acelerou
mais do que ele poderia imaginar.
Montanha russa mal planejada, é o que os
sistemas de gestão com metas anuais parecem para as pessoas. Um sistema de
gestão com revisão de prioridades a cada três meses, como é o caso dos sistemas
que usam os OKRs - Objectives and Keys Results (Objetivos e Resultados Chaves)
deixa a organização em estado de prontidão para as mudanças que virão, porque
vão vir mesmo, é questão de tempo, de pouco tempo. Isso sem contar guerras e
pandemia, que atingiram a todos, e que efetivamente não podiam ser previstos.
Por mais que esse tipo de informação circule dentro dos governos, jamais será
ventilada previamente, por isso, sempre é importante estar de olho na
trajetória da inflação, curva de juros futuros, capacidade instalada da
indústria, formação bruta de capital fixo, entre outros indicadores.
Além disso, é essencial estar em
condições de tomar uma decisão, seja de reagir ou de esperar e diminuir a
chance de ter o negócio severamente impactado. Se a decisão for (re)agir, que o
tempo de mobilização e resposta da organização sejam rápidos, e isso será tão
mais complexo quanto maior a organização. Especialmente nesses casos, o sistema
de gestão tem que ser ágil e leve, apoiado em uma comunicação clara e assertiva
entre todos.
Nesse sentido, os OKRs se encaixam como
uma luva, pois trabalham com objetivos muito claros, de curto prazo e são
ferramentas de comunicação que sintetizam a estratégia de maneira objetiva
apoiada em métricas acionáveis pelos times que estão envolvidos em cada uma
delas, ajudando a tornar palpável a estratégia da organização em todos os
níveis rapidamente.
*Pedro Signorelli tem 20 anos de experiência no mercado corporativo, tornou-se especialista na implementação do método OKR. Em 2019, criou e fundou a Pragmática Consultoria em Gestão, com o objetivo de ajudar outras organizações em suas jornadas de transformação e gestão. Até o momento, desenvolveu mais de 60 projetos para empresas do Brasil e do exterior. Mais informações acesse: http://www.gestaopragmatica.com.br/
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